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Romance gay

Pescador casado vive romance gay no drama peruano “Contracorrente”, que estreia hoje.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 08 de Abril de 2011

Os amantes secretos Miguel e Santiago.Os amantes secretos Miguel e Santiago.

O romance Contracorrente marca uma bem-sucedida estreia em longas do peruano Javier Fuentes-Léon, que também assina o roteiro. A história pode ser definida como o dia em que "Dona Flor e Seus Dois Maridos" encontra "O Segredo de Brokeback Mountain" - com ênfase na melancolia do segundo, ao invés da comédia do primeiro.

Uma pequena vila de pescadores, no litoral peruano, é o cenário para contar a história deste peculiar triângulo amoroso. Mariela está prestes a ter seu primeiro filho com Miguel. O casal está completamente inserido na pequena comunidade pautada por tradições religiosas e pela importância de manter as aparências. Assim como os demais moradores, demonstram incômodo com a constante e misteriosa presença do fotógrafo forasteiro Santiago, que se mudou para a vila e passou a fotografar o cotidiano dos moradores, além de manter um secreto romance com o pescador Miguel.

O diretor Fuentes-Léon dribla com criatividade as limitações orçamentárias. O cotidiano do vilarejo incorpora os temas que o diretor pretende discutir com seu filme - como o amor entre dois homens, a descoberta e aceitação da identidade de cada um. As pessoas com quem Miguel se relaciona no seu dia-a-dia (sua mulher, outros pescadores, seu filho) impulsionam a narrativa.

Mas o que traz força para essa história são seus personagens muito humanos e repletos de nuances. Desde o pescador que nem sempre sabe lidar com sua bissexualidade, até o fotógrafo bem resolvido, passando pela mulher de Miguel, que fica dividida entre o amor pelo marido e o preconceito enraizado em sua educação. Nessa educação, aliás, é estranho que homem veja novela - eles têm de gostar de futebol - por isso, Mariela dá um sorriso sem graça quando diz para as amigas que Miguel vê a reprise da brasileira "Direito de Amar" e gosta muito de Lauro Corona.

Ganhador de diversos prêmios, entre eles o de público do Festival de Sundance do ano passado, "Contracorrente" é, com sua delicadeza, um filme poderoso. Ao falar do amor, faz um retrato da hipocrisia.

23-06-2011 às 18:52 de Salvador
E pensar que há não muito tempo vivenciei os mesmos preconceitos aqui em Salvador, como o exemplo que "homem não deve assistir novela". Atualmente a cor rosa está em alta entre os jovens soteropolitanos e estilismos antes tipicamente de gays (afeminados) se espalham por todo o estado em heteros. Mas enquanto a América do Sul avança desde a Argentina para uma maior aceitação do homossexualismo, outros países desde Peru até Guatemala continuam com os mesmos pensamentos abordados na pequena vila do filme. Mesmo em centros urbanos ainda podes ouvir: "hombres no se miran"!
22-06-2011 às 17:42 Negro Baiano
Infelizmente o filme não foi exibido em todo o país. Contudo no mês que vem estará disponível em DVD na livraria Cultura.
11-04-2011 às 22:40 Gabriel Gabbo
O filme é fantástico. A fotografia é linda Vale a pena ver. Valeu a dica M+
11-04-2011 às 00:28 Mel
O filme é muito bom! E prova que quando diretores e elenco estão introzados em um único objetivo, não precisa de grande empreendimentos orçamentários para se fazer um bom filme. Recomendo a todos. Vale a pena assistir! Abraços.
10-04-2011 às 07:20 Volnei Aldo Gobardo
Além de assistir a "Contracorrente", presta atenção quem more em Porto Alegre: é imperdível a peça "Dois de Paus", na Casa de Cultura Mario Quintana, de sextas a domingos às 20 horas. Ela expõe alguns motivos que levam um casal a não conseguir manter um relacionamento a dois, embora houvesse muito afeto e amor entre eles. Para mim, o que os separou foi a dificuldade de administrar as diferenças, bem gritantes entre ambos. Isso aparece claramente quando Alex diz que deseja casar e outro debocha dele e o desconsidera, simulando se vestir de noiva, ou no momento em que Alex é novamente debochado e desqualificado, mais uma vez, quando Júlio, publicitário, começa a se referir a seus pacientes como fisioterapeuta. Quem já namorou ou casou, quem o faz hoje ou pretende chegar lá deve assistir ao espetáculo, excelente, para refletir sobre as dicas que ele dá no sentido de evitarmos erros e sofrimentos desnecessários. "Dois..." é tão bom, como teatro e lição de vida, divertida, leve e prazerosa, que a Sala Carlos Carvalho está botando gente pelo ladrão. Merecidamente. Não durmas de touca. Chega uns 40 minutos antes do início do espetáculo para conseguires ingressos, bem acessíveis.
09-04-2011 às 14:34 Ricardo Pessoa Lindenberg, por
Digite o nome do filme no google que ele te dá os endereços, FEH, não aprendeu ainda??/ rs, rs.
09-04-2011 às 14:31 carlos
gostaria de saber onde assisto?
09-04-2011 às 11:27 Feh
Onde assisto ???
09-04-2011 às 07:12 Ricardo Pessoa Lindenberg, por
A qualidade da intensidade do toque é determinante e diretamente proporcional à qualidade e intensidade do tesão e no caso um é pouco, dois são bons e três são melhores ainda.Aff Já o vilarejo, o palco de todo o espetaculo. Mara, Gostei.
09-04-2011 às 00:19 Tiego Poros
Fiquemos atentos ao bom e, muitas vezes, ótimo cinema latinoamericano. Argentinos, urguaios, brasileiros e outros povos da nossa América Latina dão banho em matéria de criatividade, conteúdo, talento e seriedade em relação ao lixo importado dos EUA, exceção feita àqueles filmes norteamericanos que merecem ser chamados de cinema. Os argentinos, por exemplo, estão produzindo um cinema de excelente qualidade, e o Brasil não está ficando atrás dos guapos conterrâneos de Piazzolla e Carlos Gardel. Aliás, não só em cinema, os hermanos são pródigos. A beleza dos homens argentinos mexe com a libido de todos nós. Vamos ficar antenados quanto a "Contracorrente". Viva o Peru! E abaixo o colonialismo cultural!