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Sem preconceitos

Irmãs transexuais argentinas abrem churrascaria contra o preconceito.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 22 de Novembro de 2011

Carla diz que resolveu abrir o restaurante para gerar o próprio trabalho e ajudar outros transexuais.Carla diz que resolveu abrir o restaurante para gerar o próprio trabalho e ajudar outros transexuais.

BUENOS AIRES - O restaurante das irmãs Carla e Mar Morales, no bairro de Barracas, em Buenos Aires, seria apenas mais um na capital argentina a servir a parrilla, a versão local do churrasco, a não ser por um detalhe incomum: as proprietárias são transexuais e pretendem formar uma equipe formada majoritariamente por transexuais, como forma de ajudá-los contra o preconceito.

Carla, de 31 anos, e Mar, de 26, contaram à BBC Brasil que sentiam dificuldade para encontrar emprego. Além de gerar o próprio trabalho, elas resolveram dar oportunidades para outros transexuais

Nós temos aparência feminina, mas quando mostrávamos o documento com nomes de homens, desistiam de nos contratar, disse Carla.

As duas nasceram na província argentina de Salta, no norte do país, e mudaram-se há poucos anos para Buenos Aires, onde abriram há dois meses o restaurante "Transeúntes".

A churrascaria é gerenciada pelas irmãs e possui dois funcionários, como contou Carla, um “transexual masculino e uma heterossexual, que é a cozinheira”.

Educação

Carla estuda desenho de moda na Universidade de Buenos Aires (UBA) e Mar é atriz de teatro.

Acho que a educação é muito importante. Mas eu tenho curso de bolos e doces e não conseguia emprego por preconceito. Fiquei muito tempo parada. Um dia quando um rapaz ‘trans’ me pediu ajuda para conseguir emprego surgiu então a ideia do restaurante, disse.

Carla entrou com ação na Justiça para mudar seu nome nos documentos de identidade.Carla entrou com ação na Justiça para mudar seu nome nos documentos de identidade.

Ela afirmou esperar que o restaurante cresça, que possa contratar mais gente, e que seu “sonho” é que um dia “vários lugares no mundo” tenham um restaurante como o delas.

Mas nosso objetivo não é formar uma ilha para os transgêneros (transexuais), e sim, o contrário: que o restaurante seja uma forma de inclusão dos transexuais, disse.

Carla contou que o restaurante tem um público eclético, pessoas de diferentes sexos que trabalham nos escritórios do bairro de Barracas, no sul da cidade de Buenos Aires.

Atendemos nas mesas do salão principal cerca de vinte pessoas por dia. Mas temos um pátio para os que nos contratam para eventos sociais, disse. Ela afirmou que jamais percebeu preconceito dos clientes ou dos vizinhos desde que abriu o restaurante. Temos casa cheia quase todos os dias, de segunda à sexta, disse.

Identidade

Carla entrou com ação na Justiça argentina para mudar seu nome nos documentos. Ela disse que prefere não revelar seu nome de batismo, que aparece na certidão de nascimento e no documento de identidade.

Ah, não, eu sou Carla Morales. E tenho esperanças de que a lei de identidade de gênero saia antes que a decisão sobre a minha ação na Justiça, afirmou.

Recentemente, deputados argentinos apresentaram projeto de lei para estabelecer a identidade de gênero, já debatido e aprovado nas comissões da Câmara.

Assessores do deputado Miguel Angel Barrios, do Partido Socialista (PS), explicaram que antes de ser lei, o projeto final ainda deverá ser aprovado no plenário da casa, depois enviado para o Senado e ser sancionado pela presidente Cristina Kirchner.

No Uruguai, a chamada lei de ‘identidade de gênero’, que permite a mudança nos documentos, foi aprovada durante o governo do ex-presidente Tabaré Vázquez, em 2009.

Fonte: BBC Brasil

14-12-2011 às 21:36 Rebecca Fernandes
Queridos entendam um coisa so vão pra rua as q se sentem as mais belas das belas e acham q a rua é tudo, pq hj em dia é muito facil trabalharem como qualquer pessoa basta ter força de vontade, parem de se fazer de vitimas e vão a luta,bj.
27-11-2011 às 19:26 Dany
Se fosse no Brasil, elas tariam nas esquinas.......Parabens a elas que mostraram q nao precisaram se prostituir..................
23-11-2011 às 07:40 P/ Credo
Essas trans são argentinas de origem indígena, como ocorre nos países latinos americanos onde os maias e os incas eram maioria. Com a chegada dos europeus em séculos passados ouve misturas, mas, ainda há grande população indígena. Só uma pessoa com pouca cultura como você para achar que numa nação latino tenha somente brancos.
23-11-2011 às 04:05 credo
e ha quem pense q argentinos sao europeus, se creem ne, olhem estas figuras......
23-11-2011 às 01:25 Dara Danonela
Lembrei do oposto triste dessa historia, a da familia da Fofão que vive pedindo nos semaforos da região da Paulista ele e os irmãos eram de familia com muito dinheiro do interior de São Paulo e hj ele está na rua...Todas são travas...Araraquara
22-11-2011 às 22:55 EspartanoPB
Mais uma razão pra ir a capital portenha!!!
22-11-2011 às 18:10 Gatinho
Recetemente passou no Programa do Raul Gil uma cantora Tansexual, se não em engano ela é de Belém... achei super interessante, pois é dificil ver elas trabalhando digamos no meio "SOCIAL", Mas o que me chamou atenção, é que ela não sabia cantar direito muito desafinada sem presença de palco, acredito que exista TRansexuais melhores que ela, no ramo da musica se é que exista mesmo, pois nunca vi aqui no Brasil.
22-11-2011 às 14:16 Gaúcho 25
Sem comentários a atitude dessas irmãs. Elas tiveram o que muitos por aí não tem: coragem! Se mais pessoas nesse Brasil resolvessem dar a cara a tapa e lutassem pelos seus direitos, muita coisa seria bem melhor. Parabéns mais uma vez ao Mundo Mais pela matéria!
22-11-2011 às 13:39 Ivan
Pouquíssimas pessoas abrem oportunidades para homossexuais esteriotipados ou femininos naturalmente, porisso a maioria na viração. Merecidamente essa matéria estampando as páginas de MundoMais. Muitas graças a essas trans batalhadoras, que não conseguindo emprego mesmo com cursos e aptidões, abriram um restaurante que vai de vento em polpa. Tiveram um capital para esse início, mas quantas que sem apoio, partem para o submundo da prostituição e por o ficam.