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Custou caro!

Jogador suspenso por insulto homofóbico teve que dar seu salário para fundação gay.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 03 de Outubro de 2012

O jogador de baseball Yunel Escobar (foto), 29 anos, envolveu-se em uma polêmica em meados de setembro, quando entrou em campo com uma pintura considerada homofóbica embaixo dos olhos no Canadá: "Tu ere maricon" (sic). "Maricón", em espanhol, pode ser traduzida como "veado", ou "faggot", no inglês.

O caso não terminou em pizza. Em 18 de setembro, na coletiva de imprensa convocada por seu time, o Toronto Blue Jays, Escobar fez uma declaração se desculpando pela pintura. O jogador, que é cubano, fez uso de um intérprete. "Não foi nada intencional, dirigido a alguém em particular", disse Escobar. "Não tenho nada contra homossexuais. Tenho amigos que são gays. Na verdade, eu gostaria de pedir perdão a todos aqueles que se ofenderam com isso".

O jogador também disse que foi mal-interpretado. "Não quis ser mal-interpretado pela comunidade gay por causa disso. É algo que é dito entre latinos, não algo que é para ser ofensivo", explicou.

Além do pedido de desculpas, o jogador foi punido pelo time: o Blue Jays o suspendeu por três jogos, e o pagamento que ele receberia pelas partidas foi direcionado à GLAAD - Gay & Lesbian Alliance Against Defamation, entidade gay que lida com assuntos de mídia, e ao projeto You Can Play (Você Pode Jogar, em inglês), que combate a homofobia no meio esportivo.

Na última quinta-feira (27), aconteceu o último episódio envolvendo Escobar e a ofensa embaixo dos olhos. O jogador encontrou dois atletas assumidos antes da primeira partida em casa após a suspensão: José Estevez, do Boston College; e o fundador do projeto You Can Play, Patrick Burke, a convite do Blue Jays.

Os três se reuniram por 45 minutos no escritório do time, em um encontro em que esteve em pauta os problemas enfrentados por atletas LGBTs, em casa e no vestiário. "Os atletas precisam reconhecer como sua linguagem afeta seus colegas de time e seus fãs", declarou Estevez, segundo press release do projeto You Can Play.

Yunel Escobar manifestou o desejo de ser um líder na luta contra a homofobia para compensar as ações anteriores. À noite, de volta ao time, Escobar pegou o arremesso cerimonial lançado pelo ex-jogador de futebol, David Testo. Estima-se que a suspensão por três jogos custou uma perda salarial de US$ 100 mil ao atleta.

Pintura no rosto do jogador deu o que falarPintura no rosto do jogador deu o que falar

10-10-2012 às 04:26 MP_RJ
ESCROTO ESSE JOGADOR
08-10-2012 às 13:17 Marco SP
E ainda o idiota errou na gramática!!! (Ou, segundo ele, o tradutor). O certo deveria ser TÚ ERES.... Que idiota esse cara! Boicote!!! Nunca mais publiquem fotos de esse idiota.
06-10-2012 às 23:51 André
Psicólogo gay quer ser vereador no Rio de Janeiro. Leia entrevista A meia tolerância é pior e mais nociva que o preconceito, diz candidato a vereador do Rio
06-10-2012 às 23:51 André
Aos 33 anos, o psicólogo e educador Eliseu Neto é candidato a vereador do Rio de Janeiro pelo PPS e pretende colocar principalmente na educação, em seu termo mais abrangente, suas atenções como representante do povo caso seja eleito. Na entrevista a seguir, Eliseu revela como surgiu o convite para se candidatar a um cargo público pela primeira vez em sua vida. Ele reconhece as boas ações desenvolvidas pelo Executivo municipal carioca, mas diz que é preciso ampliá-las e fiscalizar as punições previstas por lei para quem discrimina pessoas LGBT. “Mas ainda há muito a ser feito. Ou será que nas ruas, por exemplo, os homossexuais não precisam de proteção?”
06-10-2012 às 23:51 André
É a primeira vez que você se candidata? Sim. Esta é a minha primeira vez como candidato a uma vaga no Legislativo carioca. Mas minha vida política não começou agora. Por três anos consecutivos fui presidente do grêmio de uma escola com mais de cinco mil alunos. Também trabalhei, em 1998, então com 17 anos, na assessoria do estudante em Florianópolis, pois era atuante entre grupos de jovens e também no movimento escoteiro e bandeirante, além do clube de ciências. Acabei sendo chamado para criar projetos para adolescentes, principalmente na área da educação.
06-10-2012 às 23:50 André
Por que decidiu se candidatar? Certa vez, em uma entrevista minha para a rádio Bandeirantes, uma jornalista disse que eu tinha tudo para ser um político de sucesso e, mesmo não levando muito a sério naquele momento, acabei ficando com aquilo na cabeça. Como trabalho com educação desde os 14 anos, sempre escutei, em atividades e eventos do setor, educadores e outras pessoas reclamando dos políticos. Mas, então, no início do ano, minha sócia, Paula Alexandrisnky, que é sobrinha do deputado Comte Bittencourt, presidente do meu partido, me desafiou a entrar para a política. Também não posso esquecer do incentivo dos meus alunos, que viviam falando sobre isso em minhas aulas sobre políticas públicas para educação, psicanálise, sexualidade, bullying etc. Com a ajuda deles, percebi a importância de haver um educador defendendo ideias mais modernas e atuais na política. Assim, acabei parando para conversar com o Comte, ingressei no PPS e agora estou aqui, candidato a vereador pelo Rio de Janeiro.
06-10-2012 às 23:50 André
Os LGBT precisam de representação política, por quê? Sou psicanalista e boa parte dos meus pacientes são jovens homossexuais, de 15 e 16 anos, cujos pais não os aceitam. São pessoas fantásticas, inteligentes, sensíveis, carinhosas, cultas, que deveriam ser o orgulho de qualquer pai, qualquer mãe, mas que escutam frases como: “preferia ter um filho bandido”, ou “você morreu para mim”, ou ainda outras coisas que não consigo reproduzir agora. Esses meninos falam entre si, mas, muitas vezes, não têm uma figura adulta a quem recorrer. Já tive um cliente que, mesmo eu me oferecendo para atendê-lo gratuitamente, os pais não deixaram, pois queriam um psicólogo “cristão” que pudesse “curá-lo”, o que é proibido pelo Conselho Federal de Psicologia. Aliás, o CFP tem enfrentado forte combate da bancada evangélica, no Congresso Nacional, que tenta, num projeto de Lei, desautorizá-lo, e abrir a possibilidade de "tratamento para a cura" de homossexuais por psicólogos "cristãos". Tanto o CFP quanto a Organização Mundial de Saúde já não consideram a homossexualidade como doença há muitos anos. Na Classificação Internacional de Doenças (CID-10) também não é, e o que esta bancada quer é passar por cima disso tudo, fazendo o Brasil voltar no tempo. Mas vamos falar da esfera municipal, que será a minha competência como vereador. Um vereador pode criar leis e fiscalizar as existentes. Dentro do município do Rio, pode combater a homofobia, capacitar e educar os professores para lidar com a diferença e propagar a tolerância. Um professor pode ter seus valores cristãos, mas, dentro das escolas da cidade, ele exerce uma função laica, como garante a nossa Constituição, e deve assim agir com seus alunos. Meu site se tornará um portal de educação, onde faremos um material ao combate ao bullying e valorização da identidade LGBT.
06-10-2012 às 23:49 André
O que pretende fazer de mais urgente no Rio se for eleito vereador? Um vereador recém-eleito não tem como fazer muitas coisas imediatamente. Ele tem que planejar a médio e longo prazo as melhorias para o Rio. Pensar em coisas importantes para a cidade e criar projetos de Lei que precisam ser discutidos não só na Câmara, mas também pela sociedade civil antes de serem implantados. Algo assim não pode ser feito apressadamente, para não cair na mesma problemática de sempre: a lei ser aprovada e não ser aplicada. O projeto ser criado e não ir adiante. Creio que posso, de mais urgente, fiscalizar a aplicação das leis já existentes e implantar meu projeto de combate ao bullying, principalmente por meio do portal de educação que pretendemos elaborar.
06-10-2012 às 23:49 André
Existem projetos que você quer levar à Câmara? Quais? Existem, sim. O combate ao bullying nas escolas, por exemplo. A criação de material para professores entenderem melhor o desenvolvimento da sexualidade humana, compreenderem que não existe escolha sexual. Levar o professor a entender e sensibilizar-se com o sofrimento que o jovem passa: primeiramente, quando se descobre gay, numa sociedade que usa o termo gay como não-homem, isto é, aquele que não pertence ao grupo dos homens. Em um segundo momento, ao ter que lidar com a rejeição dos pais, dos amigos, da sociedade. E, em terceiro lugar, na ideia do futuro que serão levados a acreditar que terão. Precisamos de educação, mostrar para jovens, família, para todos, que quanto mais amarmos e respeitarmos os jovens LGBT, melhor será o futuro deles. O medo dos pais, frente ao futuro do filho, gera preconceito, gera o sofrimento que os filhos deles terão que lidar. É uma escala sem fim que somente a educação, em sua definição mais ampla, pode combater. Muitos dos jovens que conheço são exemplos de coragem, força, determinação. São garotos que se assumiram perante todos, tiveram coragem para isto, coisa que muito adulto independente por aí não tem. Temos muito que aprender com esta garotada. Não só aprender, mas respeitar também. Ótimas propostas têm vindo da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual, capitaneada por Carlos Tufvesson. Há, por exemplo, um projeto de empregabilidade para travestis. É um projeto fantástico, que merece mais atenção e apoio do Legislativo carioca. Além disso, precisamos combater fortemente a homofobia. O Rio de Janeiro, cidade que ganhou o título de Melhor Destino Gay do Mundo, possui uma lei que cuida da discriminação aos cidadãos LGBT, mas restrita ao que se passa em estabelecimentos comerciais e repartições públicas. Ainda desconhecida da maior parte da população, é uma norma muito boa, que pune com multa, suspensão de funcionamento e até mesmo cassação de alvará, os estabelecimentos infratores. Mas ainda há muito a ser feito. Ou será que nas ruas, por exemplo, os homossexuais não precisam de proteção?
06-10-2012 às 23:49 André
Como é o cenário da diversidade sexual na sua cidade? A cidade é tolerante? O Rio de Janeiro parece ser bem tolerante à primeira vista. Tem boates gays, praia gay, uma noite gay. Mas existe um cruel preconceito velado. Você pode ser gay, mas, por favor, não choque a sociedade. Não beije o seu namorado na piscina do seu prédio ou não chame amigos muito efeminados para frequentar sua casa. Isso é repugnante! A meia tolerância é pior e mais nociva que o preconceito. Velada de aceitação, vem uma tentativa de amordaçar a sexualidade e subjugar a cultura e os valores LGBT. Não consigo ver nisso tolerância e sim uma ditadura de uma determinada cultura e moral. Além do mais, fico chocado ao ver ataques violentos contra homossexuais e até mesmo a morte de tantos, dentro de uma das maiores cidades do mundo. Infelizmente, isto é uma realidade, culpa da incapacidade que temos tido de educar nossa população com valores de respeito e tolerância.