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Um novo estudo, onde foram entrevistados cidadãos norte-americanos em todos os 50 Estados, oferece o que pode ser uma das primeiras estimativas precisas sobre a proporção da população LGBT do país. O Institudo de pesquisas Gallup realizou entrevistas telefônicas entre 1º de janeiro e 31 de dezembro de 2012.

A pesquisa, divulgada na sexta-feira passada, entrevistou mais de 206 mil pessoas em cada um dos Estados americanos, mais a capital, Washington DC. Durante um período de seis meses, os entrevistados responderam a seguinte pergunta: "Pessoalmente você se identifica como: Gay, Lésbica, Bissexual ou Transgênero?"

Os resultados apontaram uma média nacional de 3,5% da população identificada como LGBT (Lésbica, Gay, Bissexual e Transgênero). Dakota do Norte teve a menor porcentagem, 1,7%, enquanto o Havaí teve a maior, 5,1%.

4,6% de afro-americanos se identificaram como LGBT's, junto com 4% dos hispânicos, 4,3% de asiáticos e 3,2% dos caucasianos. A capital, Washington DC, teve a mior proporção, 10% da população.

Os Estados do Havaí, Vermont, Oregon, Maine, Rhode Island, Massachusetts, Dakota do Sul, Nevada, Califórnia e Washington apresentaram uma proporção maior que 4% de pessoas que se identificam como LGBT'S. "Apesar da variação na identificação sexual ser relativamente pequena entre os Estados, os dados indicam que essa oscilação não é totalmente aleatória", afirmou o relatório. Os pesquisadores também disseram que, apesar da alta densidade de entrevistados LGBT na capital, em geral os resultados desafiaram os estereótipos de que as pessoas LGBT tendem a viver em grandes cidades ao invés de áreas rurais.

Embora nenhum Estado tenha variado mais de dois pontos percentuais acima ou abaixo da média, a flutuação corresponde geralmente com o nível de aceitação social das pessoas LGBT's. Estados com leis de apoio aos cidadãos LGBT's tendem a ter uma porcentagem ligeiramente superior de entrevistados que se identificaram como LGBT. Os Estados com uma população de LGBT's acima de 4% tinham leis que proíbem a discriminação baseada na orientação sexual ou identidade de gênero, com exceção de Dakota do Sul. "Os homossexuais, bissexuais e transexuais que vivem em lugares onde se sentem aceitos são mais propensos a revelar sua orientação ou identidade sexual do que aqueles que vivem em lugares onde se sentem estigmatizados", afirmou o Instituto Gallup.

Analistas apontaram que isto pode ter a ver com a vontade de se auto identificar. Pessoas entrevistadas em Estados mais liberais podem ter se sentido mais dispostas a se identificar dessa forma. "Como um grupo ainda sujeito ao estigma social, muitos dos que se identificaram como gays, lésbicas, bissexuais ou transexuais podem não estar consciente sobre esta identidade, quando perguntado sobre isso em uma pesquisa", dizem os pesquisadores.

Quando os resultados provisórios foram publicados em outubro passado, o demógrafo Gary Gates disse: "mídias contemporâneas costumam pensar as pessoas LGBT's como sendo desproporcionalmente brancas, do sexo masculino, urbanas e muito ricas."

Entretanto os novos dados revelam que, em relação à população geral, a população LGBT tem uma proporção maior de pessoas não brancas e claramente não é muito ricas.

A pesquisa afirma ser a primeira do gênero em termos de escala e rigor. Anteriormente, as estimativas da população LGBT nos EUA variavam de 1% a 30% do total.