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Meu cotidiano

Casais gays contam como é a vida sexual e afetiva com um parceiro HIV positivo.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 09 de Dezembro de 2013

O Brasil tem um programa de tratamento de infectados pelo HIV que é referência internacional. Mais: o Ministério da Saúde acaba de anunciar que todos os adultos com o vírus passarão a ter direito de receber gratuitamente os medicamentos antirretrovirais, não importando se estejam ou não com o sistema imunológico abalado.

Andre soube há 13 anos que é soropositivo. Quando descobriu, não conseguiu tocar o parceiro por um mês.Andre soube há 13 anos que é soropositivo. Quando descobriu, não conseguiu tocar o parceiro por um mês.

Esse acesso fácil a medicamentos, que não curam mas combatem os efeitos nocivos da presença do HIV no organismo, deram mais qualidade de vida aos infectados. E, diferente dos soropositivos da década de 80, os que convivem atualmente com o vírus conseguem trabalhar, estudar e ter uma vida produtiva.

Por outro lado, o avanço no tratamento criou a falsa sensação de que a Aids deixou de ser um problema, que o vírus não traz maiores consequências para quem o contrai. Mas, como se vê nos depoimentos a seguir, lidar com uma doença incurável e debilitante requer cuidados ininterruptos. A vida nunca mais será a mesma.

O atendente André, 39, que prefere não revelar o sobrenome por questões de privacidade, rebate essa impressão com a experiência de quem vive com HIV há 13 anos. “O conceito de algo crônico, que parece totalmente tratável, faz com que as pessoas percam o medo, mas é preciso lembrar que o HIV é algo letal”, alerta ele, lembrando ainda que o soropositivo tem que tomar uma série de medicamentos diariamente, que causam efeitos colaterais.

Diretor do Departamento de DST/Aids e Hepatites Virais do Ministério da Saúde, Fábio Mesquita foi categórico ao falar da questão durante a divulgação do último boletim epidemiológico da doença, no início desta semana. “A Aids continua como um problema de saúde no Brasil”, apontou Mesquita.

Para a população LGBT é um problema maior, já que a doença se manifesta com um índice de prevalência bem mais alto. De acordo com dados do boletim epidemiológico, entre homens gays, travestis e transexuais, o número de afetados chega a 10%, contra 0,4% do índice geral. Neste grupo, considerado como prioritário para o Ministério da Saúde, também são incluídos, por questões técnicas, os profissionais do sexo e os usuários de drogas.

Além de André, conversamos com outros homossexuais soropositivos ou que têm parceiros nesta condição para entender, sem mitificações, como é conviver com o vírus, e as consequências que ele traz para o cotidiano dos envolvidos, inclusive na vida afetiva.

Riscos e preconceitos

Em 2000, quando descobriu que era HIV positivo, André ficou um mês sem conseguir beijar ou tocar o parceiro que vivia com ele na época. Hoje, em outro relacionamento, o atendente exerce plenamente sua afetividade com o namorado não infectado, mas confessa que ainda tem certos receios. “Usamos preservativos, como todos deveriam usar, aliás. Particularmente, evito também que objetos de uso pessoal, como tesoura de unha e aparelho de barbear, se misturem”, explica.

Talvez seja excesso de cuidado. O diretor do Centro de Referência de Tratamento de DST e HIV do Estado da Bahia, Adriano Silva de Oliveira, esclarece que a contaminação por meio de objetos pessoais como estes é mínima. “As chances de transmitir por itens de higiene pessoal são irrisórias”. No entanto, ele alerta quanto aos cuidados necessários para evitar a transmissão.

“A doença pode sim ser considerada crônica, mas não deixa de ser grave. Só o fato de você ter que tomar medicações com efeitos diversos e conviver com o preconceito faz com que ela não seja algo sem riscos”, avalia.

Sorodiscordantes

Os casais como o formado por André e o seu namorado, no qual um dos parceiros é HIV positivo e o outro não, são chamados de sorodiscordantes pelos especialistas. Juntos há seis anos, o assessor administrativo Felipe Gomes, 33, e o arquiteto José Mauricio Lima, 42, vivem esta condição. Felipe descobriu que estava infectado um ano antes de conhecer o companheiro.

“Quando o José me conheceu, ele já sabia da minha sorologia. Como ele é esclarecido em relação ao tema, não tivemos problemas”, conta Felipe. Mas José lembra que eles tiveram que passar por restrições ao iniciar o relacionamento. “No começo de uma relação tudo é muito intenso, o sexo é mais imediato. Foi preciso ter cautela nesse sentido, mas de resto nossa relação é como outra qualquer”, pontua o arquiteto.

Felipe diz que o companheiro o ajuda muito nos cuidados com a saúde, sempre o lembrando de comer e tomar os remédios na hora certa. “É preciso saber que, sendo soropositivo, você terá que se adequar a uma nova realidade, perceber a existência de uma vulnerabilidade. Mas isso é algo que todos nós temos. Um amigo da minha idade, por exemplo, faleceu há pouco de infarto”, exemplifica o assessor administrativo.

Silvana (à esq) esperou cinco anos até que a companheira soropositiva Carina perdesse o medo de se relacionar.Silvana (à esq) esperou cinco anos até que a companheira soropositiva Carina perdesse o medo de se relacionar.

Há 20 anos lidando com pacientes soropositivos, Adriano de Oliveira diz que se os devidos cuidados forem tomados um parceiro com HIV não contamina o outro. “Nunca tive um caso no qual um casal sorodiscordante se contaminou”, afirma o especialista.

Cinco anos de espera

A cabeleira Silvana Nelo da Silva, 26, se apaixonou cinco anos atrás pela colega de profissão Carina Regina Teles, 33, sem saber que ela era soropositiva. Quando Carina contou, sua reação não foi negativa. “Sou espiritualizada, e no fundo parece que eu já sabia que ela tinha o vírus. Meu sentimento não mudou, continuei gostando dela”, afirma Silvana,

Elas não tinham tido nada muito sério até então e a relação continuou assim por cinco anos. “Eu tinha muito medo. A Silvana sempre me apoiou, mas eu não conseguia me relacionar mais profundamente. Tinha muito receio de machucar e causar dor nela. Mas ela soube esperar e neste ano eu acabei cedendo”, revela Carina, que há 30 dias vive com Carina numa casa na Zona Leste de São Paulo.

Mesmo assim, Carina confessa que ainda se sente um pouco insegura. “Sempre pergunto para a Silvana se ela não pensa no próprio futuro. Sobre o que ela vai fazer se um dia não puder mais me tocar”. A parceira responde de maneira otimista ao questionamento. “Nosso futuro é criar nossos filhos e ficar juntas até estarmos velhinhas”, projeta.

Além dos dois filhos do primeiro casamento de Carina, de 12 e 15 anos, o casal ainda cria uma filha de cinco meses recém-adotada. Silvana e Carina planejam aumentar a família adotando mais uma menina.

03-01-2014 às 02:38 Marcos
Li alguns comentários aqui nesta página, impressionante como tem pessoas que falam do que não sentem na pele, Sou soropositivo e descobri a doença em 2011, fiquei sem chão! O relator da notícia foi um namorado que tinha a praticamente 10 anos, porém, não ficamos discutindo e, querendo saber quem passou o que para quem. EM RESUMO A DOENÇA EXISTE! O tratamento não é simples, apesar de uma vez iniciado você viver normalmente como relata a reportagem, eu por exemplo graças a Deus não tive nenhuma reação seria. Mas é preciso estar preparado para o tratamento(tive apoio de amigos, do meu médio que é um anjo e da minha psicologa). No sul onde moro a rede de saúde é muito organizada e com profissionais muito preparados. Fiquei PASMO com o relato do Claudio em dizer que o próprio sistema se encarrega de eliminar o virus, eu sou exemplo que estava indo para a cova se não iniciasse logo os medicamentos, exitei muito nisso. AGRADEÇO IMENSAMENTE AO LUCAS QUE REFUTOU NA SEQUENCIA O CLAUDIO, Gente se cuidem, a doença esta ai e segundo meu médico é assustador o número de novos casos que aparecem em seu consultório por mês. Abraços.
17-12-2013 às 01:20 Ederson
Com certeza mil vezes melhor nunca ficar doente, pq viver a base de coquetel não deve ser nada fácil. Como o Rildo disse, se os médicos já são uns trolhas para tratar doenças simples, imagine com algo complexo como o HIV, cair na mão de um açougueiro desses na hora que mais se precisa é morte certa!
13-12-2013 às 00:58 Sara
A gripe é um vírus que nenhum cientista conseguiu descobrir a cura até hoje, só tratamento.O vírus HIV hummm...Bjss desligo!
12-12-2013 às 19:51 carlos
Que nojo, tenha muito cuidado para não morrer cedo!
12-12-2013 às 19:19 Para claudio
Pra vc HIV e igual uma gripe que passa logo?! Fica esperta bicha, quem disse isso pra vc quer te matar. Nao cai nisso aids ainda e uma doenca perigosa.
12-12-2013 às 13:44 LUCAS para Cláudio
meu amiguinho, quero ir morar aí no seu planeta. bom, eu imaginava que a aids daí de marte era tão voraz quanto a daqui da terra. me diga uma coisa, tem muitos homens gostosos aí? se sim, vale até a pena me mudar para aí de mala e cuia, afinal vou perder meu medo de me contaminar com essa doença que aqui no meu planeta é destruidora....fico feliz em saber que em outros planetas a aids é uma doencinha simples e curável e que ser picado pelo monstro inofensivo é sinal que seu corpo estará imunizado......AI MEU DEUS, QUANTA IGNORÂNCIA.....PERDOE SENHOR, ELE NÃO SABE O QUE FALA E CERTAMENTE NUNCA TEVE O DESPRAZER DE CONHECER ALGUÉM QUE SUCUMBIU AO INOFENSIVO VÍRUS.
12-12-2013 às 09:23 Cláudio
Até quando a farsa do HIV irá prosseguir? O descobridor do HIV, Dr. Luc Montagnier acaba de declarar que o HIV é destruído pelo próprio sistema imunológico e que a AIDS tem cura simples. Por que não é divulgado pelo Mundo Mais ou pela Globo et caterva? Por que o pseudo "tratamento" crônico dá lucro, deixa os assintomáticos (que já estão curados) doentes e ccria ocírculo viciosos lucrativo para as farmacêuticas. Dar positivo nos testes, segundo o descobridor do HIV significa que você está naturalmente vacindo contra o inofensivo vírus. Quem se informa pela mídia, morre. Pesquisem, pesquisem e saibam sobre essa farsa!
12-12-2013 às 00:15 gostopika
SALVEM-SE QUEM PUDER, PQ A MALDITA TÁ SOLTA E VENDO COMENTÁRIO DE UM TAL LOIRO DE OLHOS AZUIS QUE SENTE PRAZER EM MULTIPLICAR O VIRUS....DEUS É MAIS. A VC, LOIRÃO, VC TEVE O QUE MERECEU, POIS VC É UM LIXO HUMANO PERVERSO, TÃO PERVERSO QUANTO HITLER, QUE PODE CARREGAR CONSIGO PARA DEBAIXO DA TERRA E PARA AS PROFUNDEZAS DO INFERNO AO VÁRIOS HOMÍCIDIOS QUE VC PROVOCOU.....
11-12-2013 às 19:44 Gério.....
A dois anos mais ou menos conheci uma pessoa que eu achei que seria a pessoa da minha vida, transamos algumas vezes antes dele me contar que era soropositivo, mas confesso que achava um pouco estranho certos cuidados que ele tomava além de usarmos preservativo, mas um dia acredito eu pelo fato de ter bebido um pouco ele me deu a noticia perguntando assim " Qual seria a pior noticia que eu poderia lhe dar?", e eu tentando tornar a conversa engraçada, disse "Vai me dizer que vc é casado", pois o clima entre nós dois era a coisa mais deliciosa que ja tive em minha vida....Depois disso comecei a perceber que as vezes ele me repudiava, agia com certa grosseria e ofensas..as vezes me dava desculpas que estava ocupado, muitas vezes nem me tocava.. e sem mais ja estava em seus braços novamente nos amando loucamente, Transávamos com todo cuidado, nesses dois anos de seis e seis meses fazia o exame de HIV e o resultado sempre era negativo. e mesmo sabendo que era soropositivo a minha vontade de estar com ele era imensa, um sentimento sem explicação e sofria e sofro quando sei que ele esta com alguem, mas para estar sempre perto dele ocultei o que eu sinto e preferi ser seu amigo, escutando as suas aventuras amorosas, como se não sentisse nada...Hoje eu entendo o por que das suas atitudes para comigo uma relação de Amor e Ódio, mas confesso que a minha vontade de ama-lo era e é maior do que o medo. E eu sei que seria possível de ter vivido essa história de amor, mas o seu amor por mim é tão grande que eu sei que não iria se perdoar caso me acontecesse alguma coisa.....Essa é o meu comentário....Parabéns pela matéria.....Beijo Grande....Te amarei sempre.....Moço Bonito....
11-12-2013 às 01:03 morena
adorei a materia e bom saber ques as pessoas estao mais alerta do virus hiv e nao so ele como as dsts...doenças sexualmente transmissiveis...