por Redação MundoMais
Segunda-feira, 16 de Dezembro de 2013
Um fiel retrato da pegação em locais públicos como um lago francês onde homens se encontram para tomar sol nus, mas também aproveitar o bosque para ter encontros sexuais bem quentes. Este é o drama francês “Um Estranho no Lago”, que fez parte da programação do 21º Festival Mix Brasil de Cultura da Diversidade e estreou na última sexta-feira (13), em circuito comercial no Brasil.
Alain Guiraudie dirige de forma bonita o drama com toques de suspense, usando uma bela fotografia para abordar um assunto polêmico: o sexo entre homens em locais abertos, a boa e velha pegação. Para não ficar simplesmente e somente nesta tecla, ele adiciona ao longa um assassinato ocorrido no lago.
Como fio condutor dessa trama, Alain coloca como protagonista Franck, vivido por Pierre Deladonchamps. Bonito, gostoso e muito a fim de sexo – com ou sem compromisso -, o moço se apaixona pelo misterioso, e atraente, Michel, interpretado por Christophe Paou. Ele já tinha um parceiro, mas uma reviravolta no roteiro, o tal assassinato, faz com que Michel se aproxime de Franck - que já o olhava com desejo há muito tempo.
Desde o tempo em que ele começou a conhecer o simpático, solitário e melancólico Henri (Patrick d'Assumçao) à beira deste lago tão atraente. Henri é daqueles amigos espertos e vividos, e logo percebe que Franck corre perigo se envolvendo com Michel. O moço não acredita muito nas suposições de seu novo amigo, talvez por achar que é ciúme, e mesmo assim se entrega ao desejo por Michel.
Um assassinato vem perturbar a paz dos frequentadores do lago com a polícia querendo descobrir quem matou afogado um dos frequentadores. Entre perguntas daqui, fugas dali e muitas desculpas esfarrapadas, Michel e Franck vivem de forma bem quente seu desejo um pelo outro, com direito a cenas de sexo (bem) explícito em meio à natureza.
Por tratar-se de um filme europeu, autoral, não espere uma trilha sonora cheia de hits pop, um roteiro com começo, auge e fim e um ritmo alucinante nos acontecimentos. Bonito, bem filmado e com um enredo que poderia muito bem ser verdade - aqui ou na França, o filme é ganhador do Queer Palm deste ano - prêmio destinado a filmes com temática gay no Festival de Cannes.