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Descaso

Jovem gay espancado no centro de SP afirma que seu grito de socorro não foi atendido.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 06 de Fevereiro de 2014

A semana do biólogo Juliano Zechini Polidoro, 26, é preenchida pelo trabalho dele como pesquisador e pelos estudos que ele desenvolve na pós-graduação em Fisiologia Humana na USP (Universidade de São Paulo). Nos fins de semana, Juliano descansa dessa rotina se divertindo com os amigos na região entre as ruas Augusta e Frei Caneca, local conhecido no centro da cidade de São Paulo por concentrar inúmeros estabelecimentos voltados ao público gay.

No último domingo (2), Juliano foi mais uma vez se divertir com os amigos num bar deste point gay. E o fim de semana se encaminhava para terminar como qualquer outro quando a volta para casa foi interrompida por uma série de socos e pontapés desferidos nele por um desconhecido, por volta das 22h30, na Rua Augusta.

“Eu estava a três quadras do metrô quando um homem me deu uma rasteira. Me virei e perguntei porque ele tinha feito isso”, relata Juliano, que não obteve resposta do desconhecido. O agressor começou então a bater nas costas e nos braços dele. “Só me lembro de pedir socorro para pessoas e ninguém fazer nada”, acrescenta o biólogo.

O socorro só veio quando o homem se cansou de agredi-lo e foi embora, sem dizer nada. Logo depois, um homem e mulher também desconhecidos o levaram a estação Consolação do metrô. Lá, ainda em choque, Juliano ligou para uma amiga e para um advogado que vieram resgatá-lo. "Fiquei sentado no chão um tempo, tentando ligar para as pessoas e chorando", conta o biólogo

“Um agente do metrô até veio me dizer que eu não poderia ficar ali sentado no chão. Mas eu expliquei o que tinha acontecido e outro funcionário teve a sensibilidade de me ajudar, me deixando ficar”, prossegue o biólogo. De lá, a amiga e o advogado o levaram para dar queixa da agressão e registrá-la num boletim de ocorrência na 14ª DP, no bairro de Pinheiros.

O advogado orientou Juliano a procurar especificamente esta delegacia de polícia, que teria um histórico de atender casos de homofobia sem desrespeitar os homossexuais agredidos. Lavrado como agressão, o boletim de ocorrência tem a informação de que o biólogo vê o crime como homofóbico. “O estudante acredita que foi vitima de homofobia, porém não houve ofensa com injúrias durante o ataque”, diz o texto do registro policial.

Juliano aponta a desfaçatez do agressor, que não se incomodou de cometer o crime diante de um grupo de pessoas que estavam no local no momento. “O fato é que ele sentiu confortável para fazer o que fez. Às 22h30 da noite, com um monte de gente olhando para ele”, constata.

“Meu tipo físico, meu modo de vestir. Tudo isso fez com que eu fosse um alvo”, argumenta Juliano, que critica o fato da delegacia paulistana específica para crimes de ódio não funcionar 24 horas. “É um absurdo. O Decradi (Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância) só funciona em horário comercial”, reclama o biólogo.

Depois da delegacia, Juliano foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal) para ter seu corpo periciado. Além de lesões nos joelhos e nas costas, o biólogo teve braço direito lesionado. “Na perícia, falaram que foi trauma da pancada. Não estou conseguindo mexê-lo. Sou pesquisador, sem o movimento do braço não consigo trabalhar”, lamenta ele.

Juliano acredita que as consequências poderiam ser piores se ele não tivesse encontrado apoio familiar e das pessoas próximas. “Apesar de tudo, eu estou bem. Sou assumido e tenho o apoio da minha família e dos meus amigos. Dependendo de como você vive, esse tipo de situação pode te levar para o buraco, acabar com a sua autoestima”, avalia o biólogo, que deseja ver o agressor rapidamente encontrado e punido.

“É preciso parar de negligenciar essas situações. Não podemos ficar em negação e ver pessoas sendo espancadas e mortas como aconteceu como Bruno e não fazer nada”, desabafa o biólogo, citando o caso do estudante Bruno Borges de Oliveira, morto no último dia 26, na mesma região em que ele foi agredido.

Procurada, a Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo confirmou o registro do boletim de ocorrência, mas não quis comentar este caso específico e nem os outros ataques homofóbicos denunciados na mesma região.

10-02-2014 às 09:39 josé antonio
sinto muito oque aconteceu com vc amigo ACREDITO QUE DEVEMOS PARAR DE FAZER DA PARADA GAY UMA FESTA COM GOGOS PELADOS EM SEUS CARROS E COMEÇAR A FAZER MANIFESTOS DE VERDADE PEDINDO DIREITOS A NOS LUTARMOS POR COISA SERIA ENQUANTO FICARMOS POUSANDO DE PALHAÇOS NA PARADA QUE FOI CRIADO PARA LUTARMOS POR DIREITO NOSSOS AGORA VIROU FESTA A FANTASIA PARA QUE OS OUTROS RIAM DE NOIS
08-02-2014 às 20:27 Dara Danonela
Amigas, vamos formar uma gangue para proteger o nosso sangue de gay. Os judeus ficaram cada um preocupado com a própria vida, temeram (de um modo geral) reagir e vejam tudo o que sofreram. Se não dermos sinais de reação isso só vai se tornar mais banal como tudo de ruim que se repete na nossa sociedade doente. Acordem amigas, saiam de casa armadas, nem que seja um spray de pimenta. Mas ,por favor, irmãs,não sejam novas vítimas, reajam! Toda biba leva sua pistolinha na bolsa.
08-02-2014 às 17:15 bokaloka
Tomara que encontrem o marginal que fez isso,que seja punido e cadeia nele.
08-02-2014 às 15:25 CRIS NEGRÃO E ANDREA DE MAIO
ESTAMOS ASSISTINDO DE CAMAROTE TUDO ISSO DAQUI KKKKKKKKK
08-02-2014 às 15:25 Gaucho Passo Fundo
Juliano espero que vc se recupere logo, e escolh os lugares para se divertir. Se quiser venha conhecer o Sul, aqui é mais tranquilo, vc vai curtir. Venha descansar. Vc é um gato. Ce cuida.
07-02-2014 às 23:34 Fernando B.
O menino deve ter entrado em choque. Afinal a surra veio do nada. Ficou sem reação. Acontece. Garanto se ele imaginasse que apanharia, estaria preparado para reagir e bater no babaca que espancou ele.
07-02-2014 às 16:55 dan
Eu adoraria que um desses marginal tentasse uma coisa dessa comigo, ele nunca mais seria homem de novo...
07-02-2014 às 16:47 P/ hetero
Já sei por que alguém que insiste tanto em entrar em um site gay para escrever cretinices: é porque não está nem comendo xoxotas por aí! De tão cretino que é, nem consegue pegar mulher, mais. Nem as mais periguetes querem saber desta besta!
07-02-2014 às 14:49 Hétero
Viado apanha e n bate.Eles gostam .
07-02-2014 às 06:31 Laercio
o que esta acontecendo agora acontece nos EUA as pessoas pegam uma pessoa aleatória e começa a espanca presenciei muitas vezes lá e infelizmente os brasileiros, nao tem cultura o suficiente querem fazer aqui tudo o que passa por lá foco indignado com isso