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Bodas de Papel

No mês em que a união legal gay completa um ano em São Paulo, gays contam o que mudou depois do papel assinado.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 27 de Março de 2014

O professor Felipe Bernardo Estre e o ator Thiago Meiron estão casados há quase um ano.O professor Felipe Bernardo Estre e o ator Thiago Meiron estão casados há quase um ano.

Em São Paulo, o casamento civil gay é realizado em todos os cartórios do Estado desde março de 2013. De acordo com dados da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado de São Paulo (Arpen-SP), divulgados neste mês de março, foram realizados 701 matrimônios em todo o território paulista no ano passado, o que resulta numa média mensal de 58 cerimônias.

Em todo o Brasil, o casamento entre pessoas do mesmo sexo passou a valer em maio de 2013, numa determinação do Conselho Nacional de Justiça. Ainda não estão disponíveis dados sobre o número de uniões gays realizadas pelos cartórios brasileiros.

Esse primeiro ano de união gay legalizada representa muito para a comunidade gay, que viu essa conquista se consolidar como um direito inalienável. Mas independentemente deste aspecto histórico, o casamento tem efeitos práticos e decisivos na vida de quem decide trocar alianças oficialmente com alguém. O que muda com o ‘papel passado’?

Para responder a esta pergunta, conversamos com dois casais homossexuais que vão completar em breve um ano de casamento, comemorando assim bodas de papel.

O professor Felipe Bernardo Estre, 27, e o ator Thiago Meiron, 28, trocaram alianças oficialmente no dia 22 de junho de 2013, registrando legalmente uma união de sete anos. “Foi um passo natural, a oficialização do amor”, avalia Thiago, sobre o momento marcante. “É a consequência de quem espera levar uma vida a dois.

É também uma questão de afirmação politica, da conquista de direito”, complementa Felipe.

A decisão de oficializar a relação não envolveu nenhum pedido pirotécnico ou mesmo um cenário especial. Tudo ocorreu a partir de uma simples troca de e-mails. “Eu mandei um link com a matéria falando sobre a aprovação do casamento. À noite, quando nos encontramos, eu perguntei se ele tinha lido o texto. Quando ele respondeu que sim, fui logo perguntando: E aí, vamos casar?”, conta Thiago, rindo ao lembrar-se da situação. Obviamente, a resposta foi positiva.

Com o casamento, também veio a vida sob o mesmo teto. “Nós vivíamos com amigas, mas passamos a morar juntos”, relata Thiago, que assim como o marido, viu essa etapa chegar com um frio na barriga. “Logo que mudamos, havia a preocupação de nunca termos morado apenas os dois. Tinha o medo de um perder a paciência com o outro”, admite Felipe.

Felipe e Thiago contam que depois de casados passaram a dividir as tarefas e escolher tudo juntos.Felipe e Thiago contam que depois de casados passaram a dividir as tarefas e escolher tudo juntos.

Mas agora, meses depois da oficialização da união, os dois percebem que os receios não se concretizaram. “É gostoso poder curtir a casa do jeito que nós queremos. Arrumar tudo, passar um bom tempo juntos”, explica Felipe, se emocionando com a própria constatação. Nem a ausência de talento do parceiro com as panelas incomoda o professor.

“Dividimos a limpeza da louça, os cuidados com as roupas e também todas as tarefas de casa. Só sobra mais para mim na hora de cozinhar. O Thi não consegue fazer nem macarrão instantâneo”, ironiza Felipe.

CASAMENTO COM CAMISA DE FLANELA XADREX

Vivendo atualmente na cidade de Parnaíba, no interior do Piauí, os professores Daniel Carlos Knoll, 29, e Pedro Lazaro dos Santos, 38, não esperaram o casamento oficial para viver sob o mesmo teto. Juntos desde 2007, eles foram morar na mesma casa logo no terceiro mês de namoro.

Daniel e Pedro optaram por um casamento com cara de festa ursina.Daniel e Pedro optaram por um casamento com cara de festa ursina.

Mas nem por isso a união oficial, realizada em dia 20 julho, deixou de representar um momento especial na vida deles. “Realizar o casamento foi uma escolha bem natural. É o reconhecimento dos benefícios legais da nossa união”, distingue Pedro. “Chorei muito na hora. A gente passa a infância e a adolescência toda aprendendo que a homossexualidade é errada e, de repente, este direito é conquistado. Foi uma sensação incrível. Foi maravilhoso, a realização de um sonho”, relembra Daniel.

O casal ressalta ainda os benefícios legais que o casamento civil traz. “Tem uma segurança financeira com o futuro. Sabemos que se acontecer algo, o outro vai ter pensão, seguro de vida. Além Além disso, queremos comprar um imóvel e agora não teremos problemas com isso”, conclui Pedro.

Com cerca de 50 convidados, a festa casamento fugiu do tradicional terno e gravata. Os noivos, assim como boa parte dos convidados, estavam vestidos com o figurino oficial da tribo dos gays ursos. Ou seja, camisa de flanela xadrez e barba volumosa.

31-03-2014 às 16:24 leco
Casamento entre pessoas do mesmo sexo é igual ao outro que todos ja sabem como funciona.Enquanto tiver dando certo beleza, ao contra´rio cada um para um lado e tiau.e poe a fila pra andar.Com certeza ja tem gente pondo fim ao casamento tão sonhado Parabéns pra eles..
30-03-2014 às 20:11 Luciano
Os machões que reclamam da evidência dos efeminados, vão lá e se assumam para o povo ver que os gays também são masculinizados. Vão lá convencer esses enganadores de esposas, noivas e namoradas a pararem de enganar essas trouxas e se assumirem.
30-03-2014 às 18:24 douglas
boa sorte para os casais, menos inveja pessoal corram atrás, é melhor.
29-03-2014 às 22:10 JAILTON
Muitas felicidades aos dois casais desta matéria. Cada um com o seu estilo, o primeiro casal é uma gracinha, o segundo bem descontraído, é isso aí juntos e felizes!!!
29-03-2014 às 21:46 CONTRA
DUAS PASSIVAS NÃO DA CERTO...
29-03-2014 às 19:11 BSB
Bom, os comentários deveriam estar ao nível das conquistas e não de gays falando de gays... Afeminados ou não, somos todos gays... Um dia tb casarei (Eu espero!) e não me importa se meu companheiro é mais ou menos afeminado. Seremos companheiros!
29-03-2014 às 11:09 Indignado
Pq comentários tão pesados? Bichas Burrasssssssssssss É por isso que não são levadas a sério!!!!! Liberdade é uma condição que poucos entendem. Limitados à pobreza de caráter, de cultura, de generosidade... Falta tudo para serem respeitados como gente!!! Sexualidade independe de correção de conduta!!! É compreensível pq tanto ataque... todos nós desde que nascemos putos, crescemos debaixo de muita violência mental...somos sobreviventes na condição social. Pq repetir o mesmo tratamento recebido que tanto nos machuca e nos leva a uma vida no submundo? Um erro não justifica outro!!! Puto que é puto não fala mal dos outros!!! Incentiva a felicidade alheia!!! Chega de ironias burras!!!! chega de tanta mediocridade!!!!
28-03-2014 às 22:00 Love
Disse tudo otavio
27-03-2014 às 22:16 SUPER CONTRA
ALGUÉM ME EXPLICA ESSA: " ninguém opta por ser afeminado".
27-03-2014 às 21:49 Otavio!
Me sinto extremamente ridicularizado quando eu vejo um "gay" falando mal dos outros gays só pq são afeminados.Primeiro ninguém opta por ser afeminado,2º Gay é gay independente de ser afeminado ou não e 3º Deixem as pessoas serem felizes como elas querem.Todos os gays afeminados ou não já sofrem um enorme preconceito da porcaria da sociedade em que vivemos (BRASIL) preocupe-se com as eleições que vem,por ai em eleger um candidato descente ao invés de ficarem apontando os outros.Galera,cada um é cada um.