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Em busca de respostas

Jovem ativista defende direitos homossexuais no Iraque.

por Redação MundoMais

Sábado, 01 de Novembro de 2014

Amir Ashour tem apenas 24 anos. Nascido em Bagdá, atualmente ele vive em Siemani, uma cidade ao norte do Iraque. O país é um dos mais difíceis de se viver para homossexuais, dentre outras minorias. Desde que a organização terrorista Estado Islâmico (EI) tomou controle de diferentes áreas do país, os direitos humanos têm sido ameaçados constantemente.

Amir é um fervoroso ativista dos direitos homossexuais em um país que pouco se importa com questões LGBT. O jovem deixou os estudos aos 18 anos para se dedicar às organizações que lutam em favor dos direitos humanos e de educação. Hoje, ele também é presidente do único jornal iraquiano independente em inglês, produzido por jovens e a favor dos direitos humanos - o Awat.

Durante entrevista no evento sobre direitos humanos One Young World, em Dublin, Amir contou com emoção a sua luta pela defesa dos direitos humanos em um país onde, segundo ele, a religião é motivo de atraso. “A homossexualidade não é reconhecida pela comunidade. Eles acham que algumas pessoas se tornaram gays depois de as Nações Unidas apareceram no Iraque em 2003. Muitos nem tocam no assunto”, explica.

“A situação para os homossexuais no Iraque é terrível. Organizações religiosas e milícias organizam campanhas de matança anuais desde 2006. Eles divulgam o nome das futuras vítimas avisando que eles devem se ‘mudar’ ou serão assassinados”, explica ele. “E esses grupos matam as vítimas das maneiras mais horrorosas: à tijoladas, por exemplo, ou queimadas ainda vivas. Alguns sofrem abusos sexuais antes de serem mortos”, diz Amir. "Não há vida gay no Iraque, há números muito reduzidos de encontros e somente se você conhece alguém”, explica ele.

Amir confessou com emoção a sua luta para defender direitos humanos em um país muçulmano, onde a religião é um motivo de atraso.Amir confessou com emoção a sua luta para defender direitos humanos em um país muçulmano, onde a religião é um motivo de atraso.

“Calculamos que centenas foram mortos desde 2011. Não são exatos; muitos casos são escondidos e poucos são reportados por serem considerados ‘crimes de honra’”, explica o jovem. “Com o crescimento do Estado Islâmico, essas milícias estão ganhando força, o que facilita as campanhas de matança. Em julho deste ano, 35 gays e prostitutas foram mortos em um só dia”, diz ele.

“Tudo isso tem acontecido apesar de o Iraque ter assinado o tratado de direitos humanos que asseguram direitos iguais a todos, não importa sexo ou orientação sexual. Até agora, porém, não houve punição alguma para quem desrespeita os tratados”, explica ele. “Nós enviamos cartas às Nações Unidas questionando as violações que o Iraque faz aos direitos humanos, mas a burocracia é tanta que, enquanto ainda esperamos uma resposta, pessoas estão morrendo”, reclama ele.

Amir conta que sofre ameaças constantemente. “Eu recebi seis ameaças de milícias religiosas em Bagdá no ano passado e fui atacado por meus próprios amigos neste ano quando eles descobriram que eu era ativista gay”, explica. O jovem está praticamente sozinho na luta pelos direitos LGBT no Iraque pois não há uma comunidade para ajudá-lo. Ele explica que desde que foi atacado pelos supostos amigos, resolveu expor o que estava acontecendo. “Eu percebi que poderia ser preso e ninguém saberia sobre minha luta”, disse ele. “Durante os últimos anos eu vi muitas pessoas defendendo diferentes vertentes dos direitos humanos, da causa das mulheres à dos refugiados, mas ninguém defende a causa LGBT ”, disse ele. “Eu defendo por que sinto que é a minha responsabilidade. A vida não é só alcançar o que você deseja, mas contribuir para a vida de outras pessoas”.

Sobre a organização terrorista EI, Amir alerta que eles estão forçando mulheres a se oferecerem para serem abusadas e há um rumor de que fazem o mesmo com os gays. "Mas é importante dizer que o EI não representa os muçulmanos; muitos deles procuram difundir a paz e igualdade”, diz. “As pessoas precisam entender que religião é algo pessoal e não uma lei pública. São coisas diferentes. Se sua religião diz que você não deve aceitar gays, mantenha isso para você, mas no Iraque a religião é o maior impedimento. O Primeiro Ministro é religioso e, como ele, 90% dos partidos”, explica.

Apesar da vida difícil no Iraque, Amir diz que não tem medo de continuar vivendo em seu país. “As pessoas me convidam para sair do Iraque, mas não vejo sentido. As pessoas não precisam de mim em países europeus. Eu quero a liberdade no meu país. Precisamos mudar as percepções das pessoas. E mudança sempre começa a partir de uma pessoa”, diz ele.

Fonte: Terra

29-12-2014 às 08:37 Kiko
Pobre rapaz, ele quer ajudar as minorias num lugar altamente radical, extremista, pura dinamite, é como se mandassem um missionário pregar o amor, a paz no meio de uma tribo de canibais, o que é um tiro no escuro, tem muita gente boa ainda no mundo, mais não basta a bondade ela tem que estar aliada a inteligência, a sabedoria, e a coragem muita coragem, acho que coragem e boas intenções ele até tem, mais tá faltando inteligência, aqui no Brazil, onde é um país tropical, onde se encontra diversas raças e culturas, onde já deu grandes avanços em muitas causas com relação as minorias, onde é o país do futebol, do Carnaval onde até mostra os gays nesta época de folia, onde já deu abertura na Política, na Tv, no cinema, nas artes para diminuir um pouco o preconceito em relação aos homossexuais, imagine o Brazil tem várias vertentes de Religião, são várias, e mesmo assim convive ainda com extermínios e ignorância e discriminações e tantas outras coisas em relaçao a pessoas com tendência homoafetivas, mesmo com toda essa abertura e manifestações dos gays, imagine meu Deus um país como este que este pobre jovem nasceu, que Alá, Jeovah, Deus, e os bons espíritos, e os santos das causas impossíveis o protejam, pois vai precisar e como vai.
29-12-2014 às 08:18 Gil
Creio que as intensões deste jovem são as melhores possíveis, mais para mim não é muito inteligente querer manifestar idéias de liberdade aos homossexuais, num país onde o grau de intolêrancia é trevoso diria assim, é como se ele tivesse nas trevas, querendo apoiar a causa, porque vê pessoas sendo exterminadas por algo que elas nasceram, o país tá longe muito longe de entender as questões dos gays, acho um tanto quanto loucura ou até um auto-suicídio o que ele está tentando fazer, pois diz um ditado popular uma andorinha só não faz verão, que Deus proteja este jovem o ajude a clarear suas idéias, pois as intenções como disse são as melhores, mais será que vale a pena todo este risco ele está num campo minado, treva pura, vai precisar de muita proteção Divina.
06-11-2014 às 10:45 Ted
Daniel! Pra um gay ser aceito pela sociedade, basta ele ser bonito, rico e famoso como Rick Martin por exemplo ai fica 80% numa boa. e puxam até o saco.
06-11-2014 às 10:41 Ted
Com concordo contigo Luiza. O Brasil infelizmente continua sendo igualmente a um falso amigo. melhor seria se fosse como o inimigo declarado.
03-11-2014 às 08:48 paulista fogoso
90% dos políticos são muçulmanos, ou seja, um país regido pela religião- há que se tomar cuidado aqui no Brasil, onde 30% de evangélicos já estão lá no Planalto. Largar os estudos pela luta aos direitos humanos num país fervoroso a Ala é quase que suicídio, sem falar nesses grupos terroristas que se proliferam convocando jovens rebeldes do mundo inteiro. Amir está brincando com fogo, e insistir no impossível poderá ser fatal!
02-11-2014 às 20:15 Mauro
É incrível como existe gente ignorante no mundo, temos aquí no Brasil determinados líderes religiosos que se tomarem o poder farão o mesmo com todos nós.
02-11-2014 às 19:49 Avisarinah
Obrigado pela sugestão Liberal , vou checar sim o material .
02-11-2014 às 19:49 Market no bombete
Ele poderia vir pra cá e trazer uma belíssima bomba Iraquiana.
02-11-2014 às 17:58 Claudete atras da camionete
É uma Camaro!
02-11-2014 às 15:34 leco
Torço pra que nada aconteça com esse rapaz,mas acredito que ele será a proxima vítima.