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Símbolo de força!

Travesti pede igualdade após entrar para a Universidade Federal de Pernambuco.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 03 de Fevereiro de 2015

A estudante pernambucana Maria Clara Araújo, de 18 anos, foi uma das mais de 6 mil aprovadas na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) para vagas na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Mas a vitória não foi uma qualquer: ela pôde usar o seu nome social para participar do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

Maria Clara é uma travesti. E sente muito orgulho disso, tanto que resolveu postar na sua página no Facebook um manifesto por igualdade, contra preconceitos e pré-julgamentos ainda reinantes do ensino, seja ele fundamental, médio ou superior, no Brasil. De acordo com ela, a aprovação para o curso de Pedagogia da UFPE é simbólica e de muita emoção para a família.

“Desde muito cedo, o âmbito educacional deixou o mais explicito possível suas dificuldades em compreender as particularidades de minha vida: aos 6 anos, desejando ser a Power Ranger Rosa, aos 13 usando lenços na cabeça, aos 18 implorando pelo meu nome social e, logo, o reconhecimento de minha identidade de gênero. Nenhuma foi atendida. Nenhuma foi levada a sério como algo que eu, enquanto um ser humano, preciso daquilo para me construir e ter minha subjetividade”, escreveu.

Ao relembrar o passado escolar, Maria Clara esmiuçou o quanto o “acolhimento, educação e aprendizagem” não eram lá encontrados, tendo sim como prática recorrente a “opressão, dor e rejeição”. Como ela, muitas encontraram as mesmas dificuldades, mas pereceram pelo caminho, algumas para o mundo da prostituição, para onde a pernambucana dizia estar fadada, pelo menos para seus detratores.

“Olhe ao seu redor! Quantas travestis e mulheres trans você se depara no seu dia a dia? Quantas estão na sua sala de aula? Quantas te atendem no supermercado? Quantas são suas médicas? Espere até as 23hrs. Procure a avenida mais próxima. As encontrará. Porque lá, embaixo do poste clareando a rua escura, é onde nós fomos condicionadas a estar por uma sociedade internalizadamente transfóbica”, continuou.

Além de Maria Clara, outras 94 pessoas puderam utilizar o seu nome social no Enem, independente do gênero, com a anuência do Ministério da Educação (MEC). Para a pernambucana, entrar na universidade é apenas parte de um processo ainda em andamento, que envolve o desejo de ter todos os seus documentos já com o seu nome social, e não o civil.

“É meio complicado, porque vou ter que mostrar documentos, me matricular enquanto garoto. Eu fico bem desconfortável em relação a isso, porque querendo ou não meu nome civil vai ficar exposto. Estou tentando mentalizar que é algo extremamente temporário”, disse ela.

Ela espera ainda que sua história propicie uma mudança para mais do que necessária no cenário estudantil brasileiro. “Eu, travesti, não sou igual a você. Eu, travesti, além de ter batalhado por minha entrada, a partir de agora irei batalhar por minha permanência. Optei por Pedagogia com a esperança de poder ser um diferencial. De finalmente pautar a busca por uma educação que nos liberta e não mais nos acorrente. A escolha é apenas uma: lutar ou lutar. E eu, Maria Clara Araújo, escolhi ser um símbolo de força. A revolução será travesti!”.

Abaixo, Maria Clara e sua mãe, raspando a sobrancelha da filha "caloura":

07-02-2015 às 01:16 Felicidades
Maria Clara merece muito os Parabéns. Que os próximos anos sejam de muita aprendizagem e realização pessoal e profissional. Muito feliz por ver essa conquista!
06-02-2015 às 21:24 Pedro
Parabéns pela sua conquista. E muita força em sua luta. Desejo sorte.
04-02-2015 às 17:26 leco
Eu ico com um vazio dentro de mim, ao saber que um travesti nao é viado como eu e que só estamos incluido na mesma luta.LGBT
04-02-2015 às 14:08 In Recife
Só um esclarecimento: não quis ofender ninguém ao por aspas ao escrever transex "mulher", é que a pessoa se torna mulher, mas mulher mesmo ela não é, não é preconceito nenhum antes que digam.
04-02-2015 às 14:07 In Recife
Afetado, não é da noite para o dia que um homem se torna "mulher" transex. Isso leva tempo e acima de tudo dinheiro $$$, a maioria das travestis com aparência feminina é porque investiram muita grana $$$$$ para virarem mulher, e nem toda travesti tem dinheiro.
04-02-2015 às 11:40 afetado
Mas que trava mais feia!!
03-02-2015 às 20:55 PARABÉNS!!!
Maria Clara Araújo, que vc seja a primeira de muitas... Boa sorte sucesso no seu futuro profissional. Abraços.
03-02-2015 às 20:13 Caio - Recife
Seu pai é rico ? AInda bem: paga o seu curso e o meu tb. E viva as federais!
03-02-2015 às 16:21 TEMPLO DE SALAMÃO Universsal ...
Nada se contra dez ao depor dos dois meros ratos redatores do maior acesso ilgbtt brasil nacional international ! O caso dela(dele) uma conquista um lugar ao solo já que maior mais divulkgado no brasil em quase parte do universo do ser ser humana é ESTUDAR Educar.com Ler Escrever Enterder-se Universos Abertos Amplos Conquistas Emprego Sálario Boa Sorte ! Nada de Pré Preconceitto Homofobic Unissex ! Se para ganhar bens muito BEM TEM QUE TER Diploma Idioma Naturalidade Educa.com MEC Brasil ! Sucess .
03-02-2015 às 12:59 In Recife
Quis dar um de gay rico, nem tentei UFPE, fui logo para Mauricio de Nassau, a faculdade paga de elite, kkkkkkkkkkkkk.