por Redação MundoMais
Terça-feira, 27 de Outubro de 2015
De acordo com um recente estudo realizado pelo Centro de Pesquisa de População da Universidade do Texas, famílias formadas por casais homoafetivos dedicam muito mais tempo a seus filhos que casais heterossexuais. As informações são do jornal britânico The Independent.
A pesquisa analisou dados fornecidos pelo censo norte-americano a respeito de mais de 40 mil casais. Casais formados por duas mães passavam em média 100 minutos com seus filhos, e pares de dois pais pouco menos que isso. O número fica ainda expressivo quando comparado ao de pais em casais heterossexuais, que dedicam apenas 50 minutos por dia com seus filhos, em média.
Os pesquisadores levaram em conta as horas gastas em atividades que envolvem as crianças, como ler para elas, brincar, ajudar na lição de casa, dar banho, levar ao médico, entre outras. Ficaram de fora algumas atividades consideradas passivas, como assistir televisão ou fazer faxina com o filho por perto.
“Nossas descobertas corroboram com a ideia de que casais homoafetivos investem tanto tempo quanto – ou até mais – em seus filhos que casais heterossexuais”, disse Kate Prickett, autora do estudo.
Ao ser questionado sobre as razões para esse fenômeno, Prickett tem algumas sugestões.“Em primeiro lugar, é possível que isso se deve em grande parte à seleção das pessoas. Ou seja, pela maneira como forma-se essas famílias, seja porque o casal se formou quando um dos parceiros já tem um filho, seja por meio de inseminação artificial, barriga dealuguel, ou adoção, todas essas opções realizam-se quando há um desejo muito grande de se ter filhos. Além disso, criar os filhos continua a ser um processo sexista. Homens que formam casais com mulheres ainda tendem a serem os responsáveis pelo ganha-pão, enquanto suas parceiras encarregam-se da maioria das responsabilidades domésticas.”
Para Jane Czyzselksa, editora da revista Diva, que é voltada para mulheres homossexuais e bissexuais, existem outras razões: “Pais homoafetivos tendem a investir mais tempo planejando como terão seus filhos – nada acontece ‘por acidente’, afinal de contas. O medo da discriminação na escola vinda de pais e professores heterossexuais também deve fazer que alguns desses casais se esforcem ainda mais.”
Tor Docherty, executivo-chefe da organização New Family Social, que promove a adição por casais LGBT, complementa: “Para todos os pais adotivos, dedicar tempo à criança é fundamental para se desenvolver os laços familiares. Pessoas LGBT são forçadas a desenvolver a própria autoconfiança e autoestima, o que as torna adequadas para ajudar uma criança que precisa encontrar seu lugar no mundo.”