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Transa bruta

Globo exibirá primeira relação sexual entre dois homens em novela.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 23 de Junho de 2016

Clima homoerótico já está presente na relação dos dois há vários capítulosClima homoerótico já está presente na relação dos dois há vários capítulos

A Globo exibe no próximo dia 12 a primeira cena de sexo entre dois homens na história da telenovela brasileira. Os protagonistas serão os atores Ricardo Pereira e Caio Blat, que interpretam, respectivamente, Tolentino e André em Liberdade Liberdade, novela das onze. A cena, já escrita pelo autor Mario Teixeira, foi liberada pela direção da Globo. Irá ao ar numa terça-feira, depois das 23h.

A sequência não terá sexo explícito, mas será muito intensa, com beijo na boca. O roteiro pede "um beijo represado, afoito, desesperado, angustiado". Em seguida, Tolentino "tira a camisa. André engole em seco. Tolentino o empurra para a cama. André cai sentado. Começam a transar. Uma transa urgente, adiada, bruta e tão ansiada", escreveu Teixeira.

A primeira relação sexual entre dois homens completará um ciclo que começou com o primeiro beijo gay, na novela Amor à Vida, em janeiro de 2014, e continuou com sexo entre duas mulheres na minissérie Felizes para Sempre? (2015), estrelada por Paolla Oliveira e Maria Fernanda Cândido.

Maria Immacolata Vassallo de Lopes, coordenadora do Centro de Estudos de Telenovela da Escola de Comunicação e Artes da USP (Universidade de São Paulo), diz que a transa homossexual de Liberdade, Liberdade representa um avanço na abordagem ao tema. "É um fato inédito. Vejo como uma conquista, lembrando que no passado o beijo gay foi censurado. A Gloria Perez relatou que tinha escrito um beijo entre dois homens em América (2005), que foi cortado. As novelas estão avançando no tema. O horário da trama, o atual momento social, é tudo oportuno".

A especialista, que acompanha a evolução das relações homoafetivas nas novelas, afirma que foi um marco na história a audiência torcer pelo beijo entre Félix (Mateus Solano) e Nico (Thiago Fragoso) no final de Amor à Vida.

Liberdade, Liberdade irá além. Os personagens de Ricardo Pereira e Caio Blat estarão atormentados com a atração e o amor que se sentem um pelo outro na trama, que se passa em 1808. A homossexualidade era chamada de sodomia e classificada como crime de lesa-majestade, cuja punição era a morte na forca. A amizade entre o coronel Tolentino e o fidalgo afeminado André foi crescendo aos poucos desde a segunda semana do mês de maio.

Ricardo Pereira (Tolentino) com Caio Blat (André) em cena exibida na última terça (21)Ricardo Pereira (Tolentino) com Caio Blat (André) em cena exibida na última terça (21)

Os dois já protagonizaram algumas cenas de afeto que indicavam que um beijo iria acontecer, mas sempre havia algo os interrompia. No capítulo do dia 12, mais uma vez, Tolentino tentará resistir, mas tomará a iniciativa do sexo após um beijo intenso.

O autor Mario Teixeira escreveu acontecimentos fortes que levarão ao momento de entrega entre os dois. Tolentino fracassará em uma busca a presos foragidos e será humilhado por Rubião (Mateus Solano). André não permitirá que ele se deprima e será extremamente carinhoso. O coronel reconhecerá que o filho de Raposo (Dalton Vigh) é um homem especial em sua vida, gerando um clima.

Medo e desejo

O roteiro entregue aos atores mescla o medo de Tolentino em assumir seus sentimentos com o desejo pelo sexo. Arrasado por ter sido humilhado por Rubião, ele chegará ao seu quarto reclamando. André o confortará. "Você, André. Que é sensível. Capaz de entender os mistérios da vida. As voltas que o mundo dá. As surpresas que a vida nos reserva", dirá o coronel. "Inclusive as surpresas sobre nós mesmos?", indagará o irmão de Joaquina (Andreia Horta).

Tolentino, ainda tímido, responderá que sim: "Você mesmo me disse um dia. Que todos temos uma segunda natureza. Que, às vezes, permanece oculta", dirá. "Mas não para sempre", retrucará André, olhando o amigo nos olhos. "Não. Não para sempre", concordará o coronel.

Eles vão se abraçar e surgirá um clima para um beijo, só que Tolentino virará o rosto. Mas ele não resistirá, beijará e fará sexo com o amigo. Depois, o público verá o coronel sair desnorteado, com o sol raiando, apressado para se apresentar ao trabalho, na intendência de Vila Rica. André surgirá em seguida, tomando um café, aéreo.

No próximo encontro deles, Tolentino vai rejeitar o amigo, prefirirá fingir que nada aconteceu. Eles se encontrarão no bordel de Virgínia (Lilia Cabral), e o coronel fará de tudo para provar que gosta de mulher, agarrando a prostituta Gironda (Hanna Romanazzi) violentamente na frente do amigo e dizendo que vai "tirá-la da vida e torná-la sua mulher".

01-07-2016 às 21:49 jefferson
gostaria de participar da novela sou ator tenho cadastro na globo e sou fanzao de caio...zap21976501459.
28-06-2016 às 19:21 Joao
Nunca teve sexo no período das Minas Gerais do Brasil Império, Desta forma não irei assistir... socorro Ana Paula Valadão!!!
27-06-2016 às 20:31 Luciano
Os maridos enganadores de trouxas já devem ter registrado na mente o dia da cena. Vão ligar a TV na Globo nesse horário e ficarão com o controle remoto na mão para mudarem de canal se a trouxa da esposa entrar no local.
26-06-2016 às 00:58 KKKKKK
Quem interpretou cazuza foi Daniel Oliveira
25-06-2016 às 10:23 jdesouzaj
Acredito que sejamos "DIFERENTES" na prática, mas em ideologia quero reafirmar "SOMOS TODOS IGUAIS, SIM" .... e como já disse o "poeta" Cazuza em uma de suas músicas: "IDEOLOGIA, EU QUERO UMA PRA VIVER" ..... e é por ela que eu vivo... lutando sim contra preconceitos, contra a morte e o massacre não só de gays, e negros mas também de héteros e brancos todos os dias quando lemos os jornais ou acompanhamos os noticiários. Lutando contra o absurdo dos absurdos da Suprema corte brasileira STF legalizar a "Profissão de traficante".... Lutar pelos nossos direitos não de sermos GAYS, mas de sermos SERES HUMANOS..... Avançar em conquistas de "nossos direitos" SEMPRE.... Invadir o direito dos "outros" JAMAIS...
24-06-2016 às 16:11 Amor p/ Rolt
Apenas fazendo uma observação, quem fez Cazuza no cinema foi Daniel de Oliveira, o Belorizontino.
24-06-2016 às 14:33 Indignado
Concordo com o loiro. A globo anuncia as cenas, mas, quando chega a hora, acaba não exibindo. Isso tudo só serve pra aumentar a audiência.
24-06-2016 às 14:23 Rolt
Esse Caio Blat é ótimo para representar o gay. Lembro- me de quando ele fez Cazuza no cinema, mandando sua mãe, a atriz Marieta Severo, tomar no cu. Foi muito hilário! Adoro esse menino. Dez!
24-06-2016 às 14:16 Hércules
Que maravilha, a rede Globo vencendo o conservadorismo. Meu cu para os homofóbicos!
24-06-2016 às 10:04 Gaybriel
Infelizmente não somos todxs iguais. A igualdade é conquistada através de muita luta e resistência, mas ainda não a temos, tristemente. Seria lindo se pudéssemos viver em mundo sem preconceitos, mas ainda não vivemos. E é necessário encarar a face da morte e do medo de frente. É necessário encarar o racismo, a transfobia, para podermos superá-los, um dia. Ainda estamos sendo mortos, apenas por sermos gays, lébicas, travestis, bissexuais, transexuais, queers. As chances de jovem homem negro pobre morrer em grandes cidades brasileiras é altíssima. Muitas das travestis mal chegam aos 40 anos. Para podermos um dia dizer com todas as forças que somos todxs iguais, temos que encarar muitos vezes ainda face da Górgona para podermos vencê-la.