por Redação MundoMais
Quinta-feira, 27 de Outubro de 2016
No último fim de semana (21), o longa-metragem norteamericano “Moonlight” arrancou aplausos de toda a audiência, conquistando 99% de aprovação da crítica num levantamento feito tanto Metacritic quanto pela Rotten Tomatoes.
Totalmente focado num drama social negro, o filme conta a história de Chiron, um jovem que está tentando descobrir sua real identidade examinando sua vida em três etapas.
“Moonlight” é baseada em uma peça de Tarell McCraney chamada “Moonlight Black Boys Look Blue” e acompanha três períodos do protagonista desde os dias de bullying, em sua infância e sua juventude; o alicerce de formação até ser adulto, analisando decepções familiares, contato com a violência e o tráfico; e a descoberta de desejos homossexuais em um bairro violento e preconceituoso de Miami.
Apesar de ser independente (Indie) e ter sido exibido até o momento em apenas quatro cinemas, a produção já fez mais de US$ 100 mil por sala e é a maior arrecadação por tela do ano, além de levar a melhor avaliação da crítica até o momento. O longa conquistou também três indicações ao Gotham Awards, a primeira premiação do cinema no ano, realizada em novembro.
O filme não tem previsão de estreia no Brasil.
Visibilidade, representatividade e empoderamento negro
O filme tem Brad Pitt como produtor e o comercial veiculado pelo estúdio A24 mostra elogios dos mais diversos. A revista Rolling Stone trouxe na capa a classificação ao lançamento longa-metragem em seu lançamento como “melhor filme de 2016”.
Barry Jenkins, roteirista e diretor do filme, disse em entrevista a Rich Juzwiak, do The Muse, que se sentia pronto para contar a história e representar a diversidade de maneira contundente. “Quando o Supremo Tribunal [tornou o casamento homossexual nacionalmente legal] e todo mundo mudou seu perfil no Facebook com as cores do arco-íris, para mim – que até então era um aliado passivo e estava expressando uma empatia passiva –… Eu senti a responsabilidade de passar por isso e ser um aliado ativo e empregar uma empatia ativa”, comentou.
Também reforçou a importância de estar contando a história do universo negro, com abordagem sobre a homossexualidade e a forma como a sociedade encara a sexualidade como algo preto no branco.“Eu tive o cuidado de fazer isso direito, porque não há muitos filmes que são feitos sobre jovens negros gays e há uma responsabilidade aqui”, e lembrou que há um pensamento binário sobre a pessoa ser homossexual ou não e ponto. Ele acredita que há a construção sobre a identidade do personagem e que as relações que ele desenvolve (e terá que resolver) são muito mais importantes que rótulos – o que fere o princípio da diversidade .
O elenco é totalmente composto por intérpretes negros, traz atores novatos e os leva à cena na companhia de veteranos conhecidos, como a cantora Janelle Monáe, Mahershala Ali (da série “Luke Cage”) e Naomie Harris (“007 Contra Skyfall”).