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Justiça para Itaberli

Familiares esperam que mãe suspeita de matar filho vá a júri popular em SP.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 2017

Itaberli foi morto ao chegar em sua casa em Cravinhos no fim de dezembro.Itaberli foi morto ao chegar em sua casa em Cravinhos no fim de dezembro.

Parentes do adolescente Itaberli Lozano têm esperança de que a mãe dele, Tatiana Lozano Pereira, seja levada a júri popular. Ela é suspeita de ter planejado e executado o homicídio do próprio filho. O crime ocorreu em dezembro de 2016 e além de Tatiana, o padrasto de Itaberli e outros dois jovens seguem presos pela morte do rapaz. Uma menor também foi detida.

O tio de Itaberli, Dario Rosa, afirma que já esperava que Tatiana fosse permanecer presa. A Justiça decretou a prisão preventiva dela e de Alex Pereira, padrasto da vítima, no dia 9 de fevereiro. Além do casal, os dois jovens envolvidos no crime também permanecerão presos. A decisão da Justiça foi oficializada um dia antes do prazo da prisão temporária dos quatro ter terminado.

“Fiquei sabendo pelo jornal, mas vi que eles iam permanecer presos. É a notícia que a gente esperava porque não tinha nem cabimento deixar preso por só um mês e soltar eles sendo que eles confessaram, ainda mais algo que repercutiu bastante. É permanecer preso até ser condenado”, afirma.

Ele diz que os familiares de Itaberli esperam que tanto Tatiana, quanto Alex, e os dois jovens que ajudaram na emboscada armada contra o adolescente, sejam levados a júri popular. Além disso, Dario explica que existe a possibilidade de uma eventual reconstituição do crime.

"A gente tem esperança sim de ir a júri popular e se pode ser feita também uma reconstituição do crime. Quando aconteceu, a gente não esperava que ia chegar a esse ponto dela ligar para ele quase meia-noite chamando para voltar. E ainda foram buscar ele sendo que ele já estava dormindo. Foi uma emboscada que armaram”.

Inicialmente, Tatiana alegou durante depoimento que matou o próprio filho durante uma discussão. A suspeita, entretanto, mudou a versão posteriormente e passou a dizer que os dois jovens contratados por ela para dar um 'susto' em Itaberli teriam sido os responsáveis por ter dado a facada que matou o adolescente.

Dario afirma ainda que Tatiana não aceitava o fato do filho ser homossexual, mas não achou que ela poderia chegar a matar Itaberli devido à sua orientação sexual.

"Agora o delegado já encerrou as investigações e o promotor também já está dando andamento. É aguardar para ver o que vai acontecer", conclui.

.Tio de Itaberli afirma que mãe do rapaz não aceitava fato dele ser gay..Tio de Itaberli afirma que mãe do rapaz não aceitava fato dele ser gay.

Inquérito policial

Os pedidos de prisão preventiva foram encaminhados à Justiça na semana passada, quando a Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou a mãe e o padrasto do adolescente, além de Victor Roberto da Silva e Miller da Silva Barissa, por homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Com a decisão da Justiça, Tatiana, presa temporariamente desde 11 de janeiro, permanecerá na Penitenciária de Tremembé (SP) durante o andamento do processo penal.

Pereira, detido também desde o dia 11, Silva e Barissa - presos desde 13 de janeiro - serão transferidos da cadeia de Santa Rosa de Viterbo (SP) para o Centro de Detenção Provisória (CDP) de Serra Azul (SP).

“Eu não tenho nenhuma dúvida de que a vítima tinha um relacionamento muito conturbado com os familiares, sobretudo com a mãe, e que isso motivou o homicídio. A participação dos quatro maiores e da adolescente está comprovada. Todos estavam no local, todos participaram e devem responder por homicídio qualificado”, afirma o delegado.

Suspeita de apresentar Tatiana aos dois rapazes, uma estudante de 16 anos continua internada na Fundação Casa. De acordo com Renz, foi aberta uma sindicância para comprovar a participação direta dela no crime.

Em caso positivo, ela poderá responder por ato infracional equiparado a homicídio qualificado, permanecendo na Fundação até completar 21 anos.

“Dá nossa parte, o inquérito está concluído. A gente só aguarda agora os laudos da necropsia e do DNA, que a gente vai remeter junto ao processo, e a constituição do crime, que deverá ser feita no início de março”, afirma.

Imagem postada em rede social mostra Itaberli ao lado da mãeImagem postada em rede social mostra Itaberli ao lado da mãe

O crime

O corpo de Itaberli Lozano, de 17 anos, foi encontrado carbonizado em um canavial em Cravinhos em 7 de janeiro. A família registrou um boletim de ocorrência relatando o desaparecimento do adolescente dois dias depois.

No dia 11 de janeiro, a mãe e o padrasto foram presos e confessaram o crime. Inicialmente, Tatiana disse que discutiu com o filho dentro de casa, o esfaqueou na madrugada de 29 de dezembro e, com a ajuda do marido, queimou o corpo no canavial.

Em um segundo depoimento, a mãe voltou atrás e contou que havia aliciado dois jovens para darem um “corretivo” no filho, mas sem a intenção de matá-lo. Tatiana disse que ligou para Itaberli, que estava na casa da avó paterna, alegando que queria se reconciliar.

Dois dias depois, a Polícia Civil prendeu dois jovens suspeitos de ajudar Tatiana a matar Itaberli. A gerente de compras entrou em contato com os rapazes através de uma estudante, de 16 anos, que afirmou em depoimento ao Ministério Público que a mãe do menino não suportava mais o convívio e queria dar um "corretivo" nele. A menor diz que viu a mãe esfaquear Itaberli.

Com a ajuda do padrasto, Tatiana, os jovens e a adolescente armaram uma emboscada para a vítima. Após uma briga com a mãe, o jovem se mudou para a casa da avó paterna. Com a desculpa de que queria fazer as pazes, Tatiana o chamou para voltar para casa, onde o trio estava escondido.

Os depoimentos divergem, sendo que ninguém afirma ter dado o golpe fatal no rapaz.

O Ministério Público investiga a possibilidade de crime homofóbico após ter recebido cópias de uma postagem da vítima nas redes sociais dizendo que apanhou a mando da mãe por ser gay.

18-02-2017 às 22:22 Paolo L B
Monstro, monstro e infinitamente monstro. Sociopata, psicopata, horrorosa. Esse país poderia sim ter pelo menos prisão perpetua para trancafiar para sempre esses tipos de demônios. Só desejo que esses lixos passem um bom tempo numa jaula e que sofram horrores por lá. Lugar de monstros é nas trevas. Vão pra lá suas bestas-feras.
18-02-2017 às 05:42 Leo
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17-02-2017 às 00:36 Nando
Demônio na terra. Essa daí merece muito sofrimento para ver se ganha um pouco de humildade e misericórdia. Um ser assim não metece ser chamado de mãe e nem ser tratado como gente.
16-02-2017 às 12:03 Alonso
Cara, Tristão. Tocou em mim. Todo dia tenho que repetir para mim que amor se constrói e não vem pronto. Não fui aceito na minha família. E para falar a verdade, a minha mãe sempre vaidosa e preocupada com a aparência nunca devia ter tido filhos. Para ele sempre foi um peso nos criar e as lembranças dela de quando dependíamos dela são sempre pesadas. Mas há algum botão automático na gente que nos faz procurar a relação mágica de filho e mãe. Faço terapia e tento analisar tudo racionalmente, mas quando vejo estou fazendo parte dos joguinhos dela para satisfazer os interesses menores da alma humana. Lutei e tenho êxito na vida e hoje o que mais atrai na minha família é o dinheiro que posso legar a alguém...Minha mãe não seria um monstro dessa forma, mas já me machucou muito e estou certo que nunca mudará. Sempre sabe que basta me chamar no diminutivo que faço o que ela quer mesmo que depois lamente muito. Mas estou me trabalhando e libertando. Aprendendo a encontrar e construir amor em outros lugares.
16-02-2017 às 01:59 Bio
Monstros, pena não existir prisão perpétua neste país.
15-02-2017 às 13:22 Tristão Gato
Quantos monstros escondem-se no preconceito para exercerem as suas perversidades! Quanta mãe de família que só usa esse papel social para obter vantagens.. Somos enganados o tempo todo com um discurso fácil de que mãe é sempre mãe, de que não há nada maior que o amor de mãe...Discurso tolo para esconder mazelas de caráter. Muita mulher não tem aptidão para ter filho, Muita mulher não sabe nem o que é amar quanto mais ter um amor maternal na sua total abnegação. Quantas mães se omitiram em defender ou apoiar os filhos por terem nascidos gays! O triste é que esses filhos são enganados pelo papel social, pelo título de mãe e mendigam esse amor que acreditam ser comum em qualquer mulher. As mais perversas expulsam seus filhos gays de casa, ou os deixam ir, fazendo-se de tolas, mas se o pobre menino gay que sentia-se deslocado em casa tiver sucesso, são as primeiras a exigir o seu quinhão. Muitas vezes impedem o eterno menino sedento por colo materno de ter um relacionamento adulto e sério com outro homem porque precisam de uma única coisa: dos bens do filho gay. Devia existir outra palavra usual para diferenciar esse tipo de mulher. A que pariu e ao ver uma característica que desagrada, simplesmente descarta seu filho. Poderíamos deixar a palavra mãe para aquela que ama incondicionalmente, com todo seu ser, aquela que inspira fé na humanidade. Sou um privilegiado, tive avó e tenho mãe assim. Me deram tanto amor que nunca senti o peso de ser gay nesse mundo de julgamentos rasos. Mulheres simples, sinceras e que nunca exigiram nada de mim a não ser a minha presença. Por tudo isso choro agora pela dor desse menino que se foi pelas mãos de uma mulher que não merecia ser chamada de mãe.