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Ataque homofóbico

Ativista foi agredido e não recebeu proteção da polícia, que assistiu às ameaças dos skinheads.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 25 de Março de 2011

Desde o ano passado, uma onda de agressões a homossexuais tem se destacado em São Paulo. O caso do rapaz agredido com lâmpadas fluorescentes na Paulista virou destaque nos noticiários do país inteiro.

Foi nesse contexto que, na madrugada desta quarta-feira (23), Guilherme Rodrigues, ativista do movimento LGBT, foi covardemente agredido por quatro skinheads na Rua Augusta, região central de São Paulo. Ele parou num posto de gasolina, na esquina da Rua Peixoto Gomide, quando avistou os quatro selvagens tentando agredir um casal gay.

O casal fugiu, mas os skinheads não se conformaram e partiram para cima de Guilherme com empurrões, socos e chutes. Os funcionários do posto de gasolina intervieram, mas não adiantou. “Eles não se inibiram, o pessoal do posto segurando e eles continuavam ameaçando e agredindo”, conta Guilherme.

Passando pelo local, uma viatura da polícia parou e o ativista resolveu registrar Boletim de Ocorrência. A policial Lucimeire Ribeiro de Sales se recusou a reconhecer a motivação homofóbica e tentou dissuadir a vítima de abrir o Boletim de Ocorrência. “Ela dizia: ‘Tem certeza que quer ir pra delegacia? Quando sair de lá é cada um por si’, dando a entender que eles poderiam me pegar de novo”, conta Guilherme.

Na delegacia, ela forneceu a versão dos bandidos: de que Guilherme tinha dado em cima deles de forma vulgar. Foi preciso um funcionário do posto testemunhar e desmentir a versão. O homem confirmou que Guilherme fora agredido por ser gay. Os agressores têm nome: Willyan Hoffmann da Silva, estudante; Vinícius Siqueli de Paula, operador de telemarketing; Daniel Moura Fragozo, estudante; Milton Luiz Santo André, estudante.

Os skinheads não se intimidaram com a polícia e continuaram ameaçando. “Eles diziam que iam me pegar, que sabiam quem eu era, não pararam de me ameaçar nem na delegacia, na frente da polícia”, diz Guilherme. Pelo contrário, a postura da polícia só podia lhes dar mais segurança e a certeza da impunidade.

Apesar de tudo, o BO foi registrado. Foram consumados os crimes de lesão corporal (art. 129), injúria (art. 140) e ameaça (art. 147). No entanto, a formalização da denúncia só se deu pela persistência e coragem de Guilherme, e não porque a polícia tenha cumprido sua tarefa.

Mas essas não foram as únicas aberrações. A vítima teve negado o direito a usar o telefone. Durante o registro do BO, teve de dar seus dados, inclusive telefone e endereço, no mesmo local onde se encontravam os skinheads. Na saída, os criminosos foram liberados junto com ele. A mesma policial, Lucimeire, se recusou a levá-lo, alegando que “tinha outra coisa a fazer”.

Guilherme teve de contar com a ajuda de amigos para ir embora. No dia seguinte, ele foi ao IML, onde houve “constatação de lesão”.

Impunidade criminosa - Agora, Guilherme está sob ameaça e os criminosos estão soltos, podendo agredi-lo novamente a qualquer momento. “Se qualquer coisa acontecer com ele, quem vai ter que responder é a polícia, o governo do Estado, a Secretaria de Segurança”, afirmou Douglas Borges, da Secretaria Nacional LGBT do PSTU. “Essa policial e todos os outros que presenciaram o BO são cúmplices dessa violência, porque assistiram às ameaças e não fizeram nada para garantir a segurança do companheiro”, disse.

Esse não é um fato isolado em São Paulo, infelizmente. Nos últimos meses, uma série de agressões e atos homofóbicos aconteceram, principalmente na região da Avenida Paulista, onde Guilherme foi vitimado. Em geral, as agressões partem de bandos fascistas, compostos por jovens brancos de classe média que se organizam e saem às ruas para “caçar” gays. A impunidade e o preconceito abrem espaço para que grupos criminosos como esse sigam se organizando e atacando livremente.

Essa violência fez com que o movimento LGBT reagisse e se unisse para denunciar e acabar com essa barbaridade. Guilherme é um dos ativistas que está à frente dessa organização. E ele não está sozinho. Na segunda-feira, 28, às 14h, Guilherme entregará o laudo do IML. “A idéia é reunir o maior número de pessoas possível na frente da delegacia, transformar a entrega do laudo num grande ato de solidariedade e de revolta por todas as agressões contra homossexuais”, conclama Douglas.

O movimento LGBT luta, hoje, pela aprovação do Projeto de lei que torna a homofobia crime (122/2006). A história acima só demonstra a necessidade e a urgência dessa medida. Não é um bando de garotos fascistas que vai calar aqueles que se manifestam por igualdade de direitos.

27-04-2011 às 17:15 Bakester
Ai está uma lista de filhos da puta que deveriam ser caçados. Lucimeire Ribeiro de Sales, Willyan Hoffmann da Silva, Vinícius Siqueli de Paula, Daniel Moura Fragozo, Milton Luiz Santo André Morram prestes no fogo do inverno.
10-04-2011 às 16:05 pablo souza bitencourt
Devemos lutar pelos nossos direitos, sabendo q assim que o Brasil é ,vamos tomar decisões mais drasticas , mesmo que tenhamos, quer ser ameçados de morte devemos denunciar. guilherme foi corajoso paro de tc e bato palmas para ele.. é isso amigo podew contar comigo
06-04-2011 às 03:08 Jhéferson Lemos
Por mais ou por menos que tenham feito com ele . é preconceito, é discriminação pronto e acabou, esse povo tem que aprender a respeitar as diferenças .
05-04-2011 às 16:03 gillos
É bom informar a essa senhora Policial, e todos que também são policiais de todos os Estados brasileiro, Que no dia em que deixarmos de pagar impostos , todos eles irão passar fome, pois somos nos que os sustentamos, e é bom que fique bem claro que eles e esses brutamontes, que não estão acima do bem e do mal, os filhos deles poderão sofrer o mesmo, homossexualismo, não é opção, nos nascemos prontos. Quem não tem telhado de vidro que atire a primeira pedra.
30-03-2011 às 00:33 vlady
ate quando deixaremos nos baterem,seremos sacos de pancadas,temos que virar esse jogo eu ja tomei providemcias entrei numa academia musculacao,to treinando mais pesado que muitos boys da academia110k /supino,alem do krave maga,jamais pensava treinar c/ esse peso,mas tudo tem um comeco meninas contra ataquem
28-03-2011 às 17:23 Juliana
Não seria muito se usássemos da tal "consciência" e "respeito" demandado aos homossexuais para analisar a filmagem e verificar extremo exagero: não há chutes, cabeçadas, socos, nenhuma agressão física. Apenas TUMULTO, o que poderá apenas ser provado e ai então AFIRMADO após a oitiva das testemunhas lá presente. Sabemos que os homossexuais querem a questão resguardada em Lei, porém, não podemos alimentar esse tipo de comportamento, "exagerado, enfeitado" de um ativista gay. Ele tem que dar o bom comportamento, demonstrar que com seriedade, honestidade e respeito fazemos um mundo melhor.Tudo a seu tempo... basta analisarmos, quantas coisas já mudaram, as demais, estão por vir.
28-03-2011 às 16:06 Comentem no UOL
Entrem no UOL e comentem a matéria sobre a propaganda homofóbica da cachaça. Só tem homofóbico comentando lá. Vamos usar o espaço para esclarecer que direitos nos são tirados.
28-03-2011 às 14:33 RICARDO PESSOA LINDENBERG, Aristocrata
Não tenho tanto espaço aqui, como tiveram o PT e seus comentaristas correligionários por ocasião das Eleições para a Presidenta Dilma, para que eu defenda uma tese no comentário, nem para expressão minha opinião com o grau de clareza necessário para todos os entendimentos. Contudo creio que cabe polemizar um pouco o clima de carne vaca que tende-se, a julgar pelo andar da carruagem, tornar-se esta questão de homofobia, ataques sem uma causa especifica ou por motivos torpes e sistematicamente não julgadas como tal: Sugestão: Queixar formal, civil e criminalmente pela agressão sofrida e concomitantemente ir trabalhando-se politicamente, para que o projeto seja aprovado. De fato os enventos de agressões ocorridados ate o momento, mais o progressico aumento do nº de mortos ano após anos, junto com as caracteristicas e tipificações ou especificidade de cada ocorrencia, suas investigações e conclusões podem conduzir o um juris a carregar mais no caput, como crime de natureza homofóbica. Mas a cada fato, não se pode ser tão leniente com o crime, quando é isso que ocorrer levando o para uma caracterisica penal que ainda não tem. A persistir-se o erro, a perrpectiva de que o acusado permanece em liberdade.. Conclusão: Sofreu uma agressão, registre-se queixa por agressão, e no andamento do processo, há de se investigar que características tinham os instrumentos e outros componetes da natureza do crime, do agressor,do agredido, locais, frequências. Eu por exemplo estou sugerindo a criação de um partido política LGBT me agreguem>>>ricardoplindenberg@gmail.com. O bom combate , além daquele trabalho que se desenvolve no dia a dia numa ação efetiva na afirmação da paz, é aquele também que se trava em todas as frentes., lados e retaguardas, de modo legal, político , econômico,etc.
28-03-2011 às 13:52 FORA MAGNO MALTA E CRIVELA
O Magno Malta e o Marcelo Crivela tem que ser escurraçados do Senado, só assim o PLC 122 passa e podemos ter, pelo menos garantias.
28-03-2011 às 10:21 Eduardo Conchas
Todos nós temos histórias, vividas ou contadas por amigos, de garotos de programa que nos lesaram, fazendo, por exemplo, a Elza, o que, na gíria gay gaúcha, corresponde a roubar ou furtar. Quando não fazem coisas bem piores. No entanto, nenhum de nós resgata em cada um deles a condição humana, que todos tem, mesmo os muito safados. Nós os usamos sexualmente, somos por eles usados e nos queixamos de que seus desempenhos sexuais, em vários momentos, são precários, gerando insatisfação. Nós nos acostumamos a vê-los como objetos sexuais e, de certa maneira, eles adotam esse perfil, já que se adaptam às normas do mercado. Há muitas histórias de profissionais do sexo que estão nas saunas à espera de clientes. São garotos lindos, sarados, sensuais, verdadeiros deuses gregos. E com um verbo na garganta, muito atilado, com o qual conseguem convencer os possíveis clientes para que transem com eles. São estratégias de marketing, sem as quais não sobrevivem. Há muitos coronéis civis que lhes pagam apartamentos e os presenteiam com belos carros, e os mantem nas faculdades, em troca de orgasmos. No entanto, ninguém os olha como gente. Eles sofrem, riem, se alegram, tem conflitos, esperanças e sonhos, agem com acertos e erros. Enfim, são gente, acima de tudo. Como todos nós. Há muitos gays que os tratam com rispidez e desrespeito, às vezes com medo de que eles os prejudiquem, de alguma forma. Em outras oportunidades, essa aspereza no trato social esconde - ou revela - o gosto pelo poder. Quem paga os serviços pode mandar e desmandar, até com falta de educação. Chegará o dia - ah, esse dia nos encontrará, certamente - em que os profissionais do sexo serão vistos como seres humanos. Será o momento em que nós, que estamos do outro lado do balcão, cresceremos como seres humanos e teremos outra visão da vida, bem mais elevada daquela a que nos habituamos. Gente é gente, não importa se ganha a vida exibindo pênis avantajados e bundas maravilhosas, fazendo frango assado conosco e nos beijando ou não na boca. Sim, temos muito a evoluir, muitos caminhos a percorrer, até nos fazermos muito mais humanos.