por Redação MundoMais
Quarta-feira, 06 de Abril de 2011
Marcelo Tas comentou a participação de Jair Bolsonaro (PP-RJ) no programa da última segunda-feira, e explicou o motivo pelo qual mostrou a foto de sua filha, uma pessoa homossexual assumida, logo depois da fala do deputado.
Duas coisas eu tenho a dizer para o deputado Bolsonaro. Nós o ouvimos com todo respeito, porque ele foi eleito. Não podemos esquecer que ele representa uma série de pessoas, inclusive que não assumem as coisas que ele falou. O deputado mostrou uma foto para justificar que ele não é racista. Eu gostaria de mostrar pro senhor, deputado Bolsonaro, uma foto, e que o senhor soubesse o seguinte: essa pessoa que está aqui comigo se chama Luiza, ela estuda Direito. Essa foto foi feita em Washington, onde ela vive hoje. Ela ganhou uma bolsa pra ser bolsista da America University, estagiária da OEA (Organizações dos Estados Americanos), ela é gay e eu tenho muito orgulho de ser pai da Luiza. Tá certo, deputado?!
Com tal declaração, Marcelo Tas rebate uma das falas mais preconceituosas já colocadas pelo deputado Jair Bolsonaro. "Qual pai tem orgulho de um filho gay, de uma filha lésbica?", questionou.
Tas disse que teve uma longa conversa com Luiza (sua filha), além da mãe dela, a figurinista Claudia Kokpe, antes de decidir mostrar a foto, e que chegou à conclusão de que não havia constrangimento algum em fazê-lo.
Sobre as polêmicas opiniões de Bolsonaro, ele disse que é preciso existir espaço para as diferenças de opinião, mesmo quando o embate é "violento".
Penso que está mais que na hora de uma convivência pacífica com as diferenças, inclusive com as diferenças de opinião. Muita gente no nosso país não é acostumada com o confronto de idéias e acaba levando uma diferença ideológica para um embate pessoal, e às vezes violento. Não há problema algum em que eu discorde do deputado ou de quem quer seja, o problema é não aceitarmos que existe gente que pensa e age diferente da gente. Penso que enquanto houver gente pensando como Bolsonaro, é importante que ele esteja lá no Congresso representando esse pensamento. Assim, podemos debater civilizadamente a homofobia e o racismo, sem ninguém ficar escondido dentro do armário.
Assista o vídeo do programa: