ASSINE JÁ ENTRAR

100 anos de cinema LGBT

Livro Cine Arco-Íris analisa filmes de temática LGBT, exibidos nas telas brasileiras.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 15 de Junho de 2011

Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, em O segredo de Brokeback Mountain.Jake Gyllenhaal e Heath Ledger, em O segredo de Brokeback Mountain.

SÃO PAULO - Será lançado na próxima semana, o livro Cine Arco-Íris - 100 Anos de Cinema LGBT nas Telas Brasileiras, em meio aos eventos que gravitam em torno da 15ªParada do Orgulho LGBT da cidade.

Escrito por Stevan Lekitsch - jornalista, crítico, envolvido com as mídias LGBT desde os anos 90 -, a obra analisa mais de 270 filmes com temática LGBT exibidos no Brasil, nos cinemas nacionais, desde o início dos tempos.

O título busca uma referência à questão gay, na simbologia do arco-íris - não confundir com uma possível biografia de um famoso cinemão carioca de pegação gay.

O autor começa a pesquisa na década de 30, citando títulos como "Mata Hari" (31, com Greta Garbo) e o brasileiro "Messalina" (30), e logo envereda para os anos 40, com o obrigatório "Festim Diabólico" (48, de Alfred Hitchcock).

Ao longo da obra, Stevan apresenta resenhas e comentários sobre filmes que de alguma forma se identificam com a questão gay. Até títulos inesperados surgem, como "Conta Comigo" (86). O próprio autor revela que hesitou antes de incluir essa obra-prima no livro. Afinal, segundo ele, a questão homoerótica é bastante sutil - e, de fato, uma questão a ser discutida.

Também aparecem, naturalmente, os filmes mais populares do assunto, como "A Gaiola das Loucas" (versão francesa de 78 e americana de 96) e "O Padre" (94), além de obras de Pedro Almodóvar e clássicos como "Satyricom" (70, foto), de Fellini. Curiosamente, ficaram de fora alguns filmes diretamente ligados ao universo gay, como "Priscilla" (94).

De 2000 em diante, os filmes gays saem definitivamente das sombras e passam a concorrer de igual para igual com outras produções. Surgem películas engajadas, como "Antes do anoitecer", que traz Javier Barden no papel do escritor cubano Reynaldo Arenas, e "Milk - A voz da igualdade", que rendeu a Sean Penn o Oscar de melhor ator por sua atuação como o primeiro gay assumido a ocupar um cargo público nos Estados Unidos. Mas talvez o maior destaque da década seja "O segredo de Brokeback Mountain". Estrelado por Heath Ledger (que morreria três anos depois de overdose) e Jake Gyllenhaal, o filme rendeu o Oscar de melhor diretor a Ang Lee e deixou na memória dos espectadores cenas belíssimas.

De acordo com o autor Stevan Lekitsch, o número de filmes com temática LGBT tende a aumentar. Apesar do crescimento de manifestações homofóbicas ao redor do planeta, o cinema gay vai continuar produzindo ainda mais filmes que destoem da heteronormatividade, acredita.

Para o jornalista Marcos Brandão, que prefacia Cine arco-íris, o maior mérito do livro "não está no que se diz sobre este ou aquele filme, e sim em sua declarada intenção de seduzir o leitor a conhecer, ou rever, o maior número possível deles e, assim, elaborar e emitir seu próprio julgamento de valor". "O livro não é dirigido apenas ao público LGBT", afirma Lekitsch, "mas também a todos os apreciadores da sétima arte", conclui.

Desde já, o livro mostra-se obrigatório. A publicação é das Edições GLS e o lançamento acontece na Livraria Cultura, com a presença do autor.

Serviço:

"Cine Arco-Íris - 100 Anos de Cinema LGBT nas Telas Brasileiras"

Lançamento Quarta-Feira 22/06 - das 19h às 21h30

Livraria Cultura - Conjunto Nacional

Av. Paulista, 2073

Entrada Franca

16-06-2011 às 14:56 duvida
k d as bichas intelectuais pra comentar a respeito da materia?
16-06-2011 às 00:34 Nélson Condição
O livro é uma ótima ideia, sem dúvida. Certamente, esqueceu um filme brasileiro, "Estranho Triângulo", com José Augusto Branco, ator que em Insensato Coração faz o papel de pai de Pedro(Egberto Leão). A mãe dele, na trama, é Norma Blum. O outro ator do filme é Carlo Mossy, galã na década de 70, além de diretor, de muitas pornochanchadas. "Estranho..." é um filme que foge à pornochanchada e mostra, com muita sutileza, uma relação a três, dois homens e uma mulher. Outro título, também com três personagens, sendo dois irmãos que insinuam ter um caso, é "A Intrusa", do grande diretor argentino, radicado no Brasil, falecido, Carlos Hugo Christensen, com Zé de Abreu, Arlindo Barreto, muito gato, filho de Márcia de Windsor, jurada de Flávio Cavalcanti, e Maria Zilda, na época sem o Bethlem. Foi rodado em Uruguaiana, RS. Um belo momento de cinema, que questiona o machismo gaúcho. Podem ser essas contribuições a alguma lacuna do livro, se que é não estão incluídos nele.
15-06-2011 às 16:45 ???
eu não me canso de assistir ao filme:"O segredo de Brokeback Mountain" esse filme é bom demais.Foi uma pena eles não terem vivido felizes para sempre