por Redação MundoMais
Quinta-feira, 23 de Junho de 2011
RIO DE JANEIRO - Após duas horas de cerimônia, 43 casais homossexuais tiveram suas uniões estáveis registradas no Rio de Janeiro, nesta quarta-feira (22).
No primeiro casamento coletivo gay do país, o auditório da Secretaria Estadual de Direitos Humanos, no sétimo andar do prédio da Central do Brasil, ficou lotado de amigos e familiares dos noivos.
A cerimônia contou com a presença do secretário do Ambiente e ex-ministro do Meio Ambiente, Carlos Minc, como padrinho. O celebrante foi o desembargador Siro Darlan.
O casal goiano Léo Mendes e Odilo Torres, que protagonizou uma recente polêmica ao ter sua união estável anulada por um juiz, depois validada por instância superior, participou da cerimônia. Somos o primeiro casal a ter uma união estável registrada duas vezes. Para ver como é o preconceito no Brasil, que um gay é obrigado a registrar duas vezes sua união estável, para não vir um juiz e retirar um direito garantido pelo Supremo Tribunal Federal, disse Mendes.
O superintendente da secretaria, Claudio Nascimento, disse que a cerimônia é um desdobramento da decisão do Supremo de reconhecer a união homoafetiva. Nós entendemos que era fundamental celebrar essa conquista e estimular a comunidade gay e lésbica de todo o Brasil a fazer o registro nos cartórios, disse Nascimento.
Para a garçonete Monique Pereira da Silva, o preconceito contra a união entre pessoas do mesmo sexo ainda existe, principalmente na própria família. O dia de hoje representa o começo de uma estrada que a gente ainda tem muito a percorrer. Tem muitas famílias que até hoje não aceitam, então a gente ainda sofre muito com isso, disse Silva, que celebrou a união com a companheira, Tais Oliveira.