por Redação MundoMais
Quinta-feira, 18 de Agosto de 2011
Autoridades do Equador fecharam clínicas ilegais que consideravam a homossexualidade uma doença, e que ofereciam "cura" a ela. Grupos LGBT do país acreditam que ainda existam 200 clínicas que oferecem a tal "cura" no país.
Dizem que são 200 no país, é possível. Se nós fechamos quase 30, seria muito importante que denunciassem [os afetados] para que todas [as clínicas ilegais] fossem fechadas, disse em entrevista o vice-ministro da Saúde Pública do Equador, Nicolás Jara.
Karen Barba, da ONG Causana, disse que as clínicas de "cura" para gays funcionam disfarçadas de centros de reabilitação para dependentes químicos.
Uma das "pacientes", Paola Ziritt, de 28 anos, falou à agência de notícias EFE que sofreu abusos - inclusive sexuais -, insultos e torturas, como ficar algemada, permanecer dias sem comer e levar surras. Os guardas do estabelecimento chegaram a jogar urina e água gelada nela. Foi humilhante, horrível, afirmou Ziritt, que sofreu tudo isso em apenas três meses no centro, algemada em um quarto sem nada, nem sequer luz. A mãe de Ziritt foi quem a internou na clínica, pois na época acreditava em "cura" para a homossexualidade, mas acabou tirando-a de lá após receber uma carta secreta da filha.
Nicolas Jara já revelou que o Ministério do Interior lançou uma caça a estes estabelecimentos, tendo em conta que "não há nenhum tratamento para a homossexualidade" e que tais comportamentos são proibidos pela Constituição. Desde 2008 que a Carta Magna reconhece Direitos de Igualdade aos homossexuais equatorianos.