por Redação MundoMais
Sexta-feira, 27 de Setembro de 2013
O presidente da maior fabricante de pasta do mundo, a italiana Barilla, não fez rodeio para declarar o indeclarável: “Não queremos os gays.” Falando para a rádio italiana Zanzara na manhã desta quinta (26), Guido Barilla disse que “jamais faria um comercial da marca com um casal homossexual. Não por falta de respeito, mas porque não concordamos com eles. A nossa família é a tradicional, onde a mulher tem um papel fundamental. Se os gays não gostarem disso, eles podem escolher outra marca.”
Sobre a adoção por um casal gay, a opinião dele também é controversa. “Não tenho respeito pela adoção por casais gays, porque ela diz respeito a uma pessoa que não tem condição de escolher.”
A reação aos comentários de Barilla foi imediata, com ativistas LGBT italianos propondo um boicote aos produtos da marca. Ao meio dia, a hashtag #boicottbarilla estava entre as mais citadas no Twitter, de acordo com a agência de notícias italiana ANSA.
Até membros do Parlamento italiano se declararam chocados com a discriminação. “Aqui temos outro exemplo de homofobia, à moda italiana”, disse Alessandro Zan, membro do partido de esquerda Sinistra Ecologia Libertá. “Estou boicotando a Barilla e convido outros a fazer o mesmo. Eu já mudei de marca de massa. A qualidade da Barilla é terrível.”
“É deprimente que um homem de negócios acostumado a viajar ao redor do mundo faça uma declaração como essa que o Guido Barilla fez”, comentou Ivan Scalfarotto, parlamentar do Partido Democrata, de centro-esquerda. “Eu certamente não vou mais comprar seus produtos.”
Depois da reação contrária, Guido Barilla fez um esforço para voltar atrás com seus comentários antigays. Ele disse que a empresa tem respeito pelos LGBTs, e que sua ênfase foi na importância da mulher para a família. “Sinto muito que meus comentários para a Zanzara criaram mal-entendidos e polêmica, ou se ofendi alguém.”
Rapidamente a concorrente De Cecco divulgou um anúncio em que diz: “Somos diversos. Onde há De Cecco, há respeito”