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Luta pela igualdade

Depois de perder filhos, mães e pais se unem na luta para criminalizar homofobia.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 08 de Outubro de 2013

Ter um filho homossexual não é o único fator que uniu mães e pais pela igualdade. Infelizmente, crimes cruéis com clara motivação homofóbica levaram a vida de alguns de seus filhos e, desde então, a saudade que sentem se confunde com a luta pelo respeito dos direitos dos homossexuais.

Reunidos em Brasília no último fim de semana, essas mães e pais têm como prioridade apoiar a aprovação do projeto que tipifica o crime de homofobia, em tramitação no Senado.

1º Encontro Nacional do Movimento Mães pela Igualdade, realizado na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em Brasília1º Encontro Nacional do Movimento Mães pela Igualdade, realizado na Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, em Brasília

Outra proposta defendida pelo grupo é a que permite a mudança do prenome de transexuais, diretamente no cartório, sem a necessidade de recorrer à Justiça, em tramitação na Câmara. O encontro tem apoio da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República.

Julgamento

Uma das mães pela Igualdade é Marlene Xavier . Ela teve seu filho, Igor Xavier, assassinado aos 29 anos na cidade mineira de Montes Claros. A condenação dos assassinos só ocorreu 11 anos depois, no ano passado.

Os culpados, no entanto, ganharam o direito de recorrer em liberdade. “Nós lutamos por 11 anos por Justiça. Uma luta desigual, pois os assassinos são pessoas poderosas, tanto monetariamente quanto politicamente”, comentou Marlene.

Veja entrevista com Marlene Xavier:

O caso do Igor Xavier foi a primeira condenação no Brasil que considerou a homofobia como motivação para o crime. Isso porque, na delegacia, ainda na fase de inquérito, os próprios culpados declararam ódio aos homossexuais.

Ela clama por mudanças na legislação brasileira que sejam capazes de mudar a impunidade e a invisibilidade dos crimes de homofobia. “A legislação brasileira é frágil. O Código Penal brasileiro é um desastre porque permite a impunidade. Com todos os adiamentos do julgamento do meu filho, nós fomos prejudicados porque as qualificadoras do crime foram prescrevendo”, argumentou.

Pai pela Igualdade

A história de Marlene é semelhante ao drama vivido por Avelino Fortuna , pai de Lucas Fortuna , assassinado no dia 18 de novembro do ano passado em Recife. “Ele foi espancado violentamente, arrastado nas pedras e jogado no mar ainda vivo” relata Avelino que também se juntou às Mães pela Igualdade.

“Não gostaria que nenhum pai passasse pelo que eu passei. Ter que reconhecer o corpo de um filho assassinado violentamente por intolerância pura e simples”, enfatizou.

Uma das principais defesas de Avelino é pela tolerância. “Ele não era o macho que toda sociedade esperava, mas como gay, foi o maior homem que eu conheci”, disse.

Avelino Fortuna fala sobre sua luta:

Para Avelino, os verdadeiros assassinos de seu filho não foram presos. A polícia pernambucana chegou a prender dois acusados que também haviam praticado assaltos, próximo ao local do crime, mas não convenceu o pai sobre a motivação. “Porque assaltaram duas pessoas e só mataram o meu filho?”, questiona Avelino.

“Eu nunca fui da linha de frente, mas sempre apoiei, desde o momento que meu filho saiu do armário, como se diz, a gente sempre esteve junto com ele. A mãe dele mais na linha de frente e eu sempre apoiando. Depois do falecimento da mãe dele e, 10 meses depois, o assassinato dele, eu não me vi mais no direito de ficar de fora dessa luta”, justificou.

Família

O primeiro transexual homem operado no Brasil, João Nery, autor do livro "A Viagem Solitária" também participou do encontro. Acostumado a atender nas redes sociais muitas mães desesperadas com a segurança de seus filhos, Nery defende que o trabalho de combate à homofobia deve primordialmente envolver a família.

“Eu estou chamando a atenção para a necessidade de se trabalhar com as famílias porque é dentro da família que começa a homofobia, a ‘transfobia’, com a expulsão de seus filhos de casa. É claro que a escola também é um lugar que não só reproduz, como também produz homofobia e isso é seríssimo”, considerou João Nery.

Confira entrevista com João W. Nery:

Fonte: IG

10-10-2013 às 22:57 Estevao/PE
Parabens a todos eles! Eles devdriam divulgar mais ess luta,. Quem sabe um dia as Paradas deixam de ser apenas carnavais fora de epoca em que jm bando de gente "engracada" vai para as ruas se exibir ridiculamente, alguns, e com total falta de resoeito (um amigo meu jah viu 2 homens transando em cima de trio eletrico em SP, a luz do dia, para todos verem, inclusive criancas) e muiiiiiiiiiita droga . Qdo isso acontecer, qdo as paradas deixarem de ser apenas esse oba oba de bixinhas e mariconas, qdo se pegar o microfone e se falar todo o preconceito porque passamos, com depoimentos de suoeracoes e com direito a denunciar a hipocrisia de nossa sociedade, talvez assim as pessoas passem a nos olhar com mais respeito.
08-10-2013 às 23:12 Barby
A união faz a força!
08-10-2013 às 19:24 Arnold Filho
Assino embaixo do comentário do Ivan. Vejo com otimismo que a homossexualidade começa a ser vista como de fato é: uma orientação sexual legítima, normal, não escolhida, como também a heterossexualidade não é escolhida, e que deve ser aceita da mesma forma que a heterossexualidade. E mais ainda, e melhor: os pais, que no passado eram os primeiros a discriminar os filhos homossexuais, hoje defendem esses filhos. Ainda bem!
08-10-2013 às 17:07 Ivan
Muito lindo ver pais engajados pela segurança dos gays na razão do viver. Cada vez mais o lado real da homossexualidade vem sendo mostrado, desmestificando que gay é sinônimo de promiscuidade e perversão.