por Redação MundoMais
Quarta-feira, 21 de Outubro de 2015
Um relatório elaborado pela Agência de Serviços em Abuso de Substâncias e Saúde Mental, órgão ligado ao Departamento de Saúde dos EUA (SAMHSA, na sigla em inglês), recomenda o fim das chamadas “terapias de conversão gay”. O documento revisa a literatura científica sobre o assunto e conclui que a prática “não tem suporte de evidências e tem sido repudiada por especialistas de saúde comportamental e associações”.
“A terapia de conversão perpetua visões desatualizadas sobre gêneros e identidades, assim como o estereótipo negativo de que ser uma minoria sexual ou de gênero é um aspecto anormal do desenvolvimento humano”, afirma o documento. “Mais importante, ela pode colocar jovens em sério risco”.
O estudo foi realizado pela SAMHSA em parceria com a Associação Americana de Psicologia. O painel final contou com a participação de 13 especialistas, sendo dez psicólogos, dois assistentes sociais e um psiquiatra. Apenas os consensos foram incluídos nas conclusões e recomendações. O primeiro ponto destacado pelos painelistas é que orientações sexuais e variações em identidade e expressão de gênero são “parte do espectro normal da diversidade humana e não constituem desordem mental”.
“Existem poucas pesquisas sobre terapias de conversão entre crianças e adolescentes. Entretanto, nenhum dos estudos existentes apoiam a premissa que intervenções de saúde mental e comportamental podem alterar a identidade ou orientação sexual”, afirma o relatório. “Intervenções destinadas a um fim determinado são coercitivas, podem causar prejuízos, e não devem ser parte de tratamentos de saúde comportamental”.
Para pôr fim à terapia de conversão nos EUA, o documento faz uma série de propostas, como a adoção de políticas públicas que visem o fim da discriminação contra identidades e indivíduos LGBT; disseminação de informação, treinamento e educação entre profissionais de saúde comportamental; e a criação de leis estaduais e federais banindo a prática.