por Redação MundoMais
Quinta-feira, 26 de Maio de 2016
Realizada há 20 anos na cidade, a Parada do Orgulho LGBT de São Paulo - a maior do mundo, já relacionada no Guinness, o livro dos recordes - acontece neste domingo (29) e traz como temática desta edição as reivindicações do segmento T - travestis, mulheres transexuais, homens trans e transgêneros.
A reafirmação do tema do ano foi feita nesta terça-feira (24) em entrevista coletiva em que o prefeito Fernando Haddad, o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula, e demais representantes de entidades envolvidas detalharam o desenvolvimento do evento no próximo domingo.
Com o lema “Lei da Identidade de gênero já! – Todas as pessoas juntas contra a transfobia”, a Parada deste ano fortalecerá a campanha para que a Lei de Identidade de Gênero, que atualmente tramita na Câmara dos Deputados, em Brasília, seja aprovada, contribuindo para o fim da homofobia no Brasil.
Haddad coloca a Parada no calendário oficial
Durante a entrevista coletiva o prefeito de São Paulo, Fernando Haddad, assinou decreto que inclui a Parada de Orgulho LGBT no calendário oficial de eventos da cidade.
“Curiosamente há muitas iniciativas de incluir no calendário da cidade as mais diversas homenagens, mas ninguém se lembrou durante 20 anos de incluir a Parada no calendário oficial. Estimulamos algumas pessoas a fazerem isso por lei, mas como não houve a iniciativa, eu resolvi baixar um decreto. Depois de 20 anos, é o mínimo que podemos fazer”, afirmou o prefeito.
“Essa 20ª Parada LGBT dá continuidade a um ciclo vitorioso para as políticas LGBT na cidade de São Paulo. Se a gente rememorar de 2013 para cá, tivemos a inauguração de dois Centros de Cidadania LGBT e entraram em circulação duas unidades móveis que levam apoio jurídico e psicossocial à população de São Paulo. Além de programas inovadores como o Transcidadania, um sucesso, com um trabalho que tem uma relação muito direta com o tema da Parada deste ano, que é a identidade de gênero, do qual a gente não abre mão”, disse o secretário municipal de Direitos Humanos e Cidadania, Felipe de Paula.
A participação da Prefeitura se dá com o apoio de infraestrutura para a Caminhada Lésbica, no sábado, e para a Parada no domingo. “A 20ª Parada se em um momento complicado para os direitos humanos, e sob este aspecto político, não aceitaremos nenhum passo para traz. Aqui somos todos iguais e vamos deixar isso claro para o país inteiro”, completou Felipe.
“Neste ano trouxemos a demanda da visibilidade do segmento T buscando a aprovação de uma lei. Este segmento é uma parte da comunidade LGBT que sofre muito com o preconceito, a evasão escolar, a falta de inserção no mercado de trabalho. Hoje, para se ter uma mudança no nome, é preciso entrar com um processo na justiça, passar por uma perícia médica e passar pelo crivo de um juiz, que pode ser uma pessoa preparada ou uma pessoa imbuída de preconceito. Com a lei, a pessoa só precisaria ir ao cartório fazer o pedido, algo muito mais lógico e que facilita a vida de todo mundo”, reforçou o presidente da Associação da Parada do Orgulho LBGT de São Paulo, Fernando Quaresma.
A Parada deste ano
A Parada LGBT 2016 terá 17 trios e a presença de mais de 30 DJs e um grande número de artistas, entre os quais Pepê e Neném, Alinne Rosa, Anália, além de atrações surpresas. Com concentração a partir do vão livre do MASP, os trios e participantes da Parada desfilarão pela Avenida Paulista a partir das 12h de domingo, descendo pela Rua da Consolação. O show de encerramento está programado para o Vale do Anhangabaú, a partir das 18h.
Entre os eventos que antecedem a Parada, haverá, ainda, a Feira da Diversidade, no Vale do Anhangabaú, que tem como principal objetivo propagar a cultura da aceitação e do respeito à diversidade. Na próxima 6ª feira, na Academia Paulista de Letras, no Largo do Arouche, será entregue o Prêmio de Cidadania e Incentivo à Diversidade. Dois mil ambulantes estão cadastrados para trabalhar nas ruas no próximo domingo.