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Puxando o grito

Parada LGBT repete Virada Cultural e vira ato contra Temer em SP.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 30 de Maio de 2016

Depois de dominar a Virada Cultural em São Paulo no final de semana passado, os protestos contra o presidente interino Michel Temer (PMDB) também prevaleceram na 20ª edição da Parada do Orgulho LGBT, neste domingo (29), na capital paulista. Ativistas e políticos presentes no trio elétrico de abertura puxaram o grito "Fora Temer", mas, antes disso, manifestantes já portavam cartazes, adesivos e até leques com frases contra o peemedebista.

A Polícia Militar estimou um público de 190 mil pessoas no horário de pico do evento: 15h15. A estimativa da corporação "não considera o público flutuante". Já os organizadores divulgaram que mais "três milhões de pessoas" participaram da Parada.

Além das frases "Fora Temer" e "Temer jamais", que apareceram em número maior, havia cartazes pedindo a volta da presidente afastada Dilma Rousseff (PT) e faixas "Fora todos", contrárias a ambos. Adesivos contra o presidente interino foram distribuídos pela UNE (União Nacional dos Estudantes).

Os ativistas entendem que o governo Temer representa um perigo para a agenda de inclusão da população LGBT. "É um momento arriscado. Pode haver retrocesso em direitos adquiridos", disse a artista Drag Tiffany.

"Primeiro, foi a extinção do ministério das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos. Depois, a extinção da coordenação nacional LGBT. A secretaria do Conselho Nacional LGBT está vaga. No ministério da Saúde, o orçamento para a Aids e para a política de saúde da população LGBT está congelado, e a pasta que cuida dessas agendas está vaga", argumentou a estudante de direito Phamela Godoy.

Transfobia

Além disso, reclamam da ação de parte da bancada evangélica de tentar derrubar o decreto assinado por Dilma que permite a transexuais e travestis usar o nome social nos órgãos públicos do governo federal.

O tema da edição 2016 da Parada foi a defesa do projeto de lei de Identidade de Gênero, justamente em favor de transexuais e travestis. O segundo dos 17 trios elétricos presentes foi o da "Visibilidade Trans".

Phamela Godoy estava em um grupo que portava cartazes contra Temer logo depois do segundo trio. De acordo com ela, o grupo era apartidário e se reuniu depois de uma mobilização via Facebook. Entre os presentes, havia um militante com bandeira do PT.

No nono trio, com um cartaz contra Temer à frente, a modelo transexual Viviany Beleboni fez um protesto artístico contra a bancada evangélica, que, segundo ela, barra o avanço, no Congresso, do projeto de lei da Identidade de Gênero - no ano passado, Viviany apareceu "crucificada" na Parada também como forma de protesto.

De autoria dos deputados federais Jean Wyllys (PSOL-RJ) e Erika Kokay (PT-DF), o projeto de lei prevê que o SUS (Sistema Único de Saúde) e os planos de saúde banquem os custos de tratamentos hormonais e cirurgias de mudança de sexo aos interessados.

Discursos

Wyllys e outros políticos como os deputados federais Orlando Silva (PCdoB-SP) e Ivan Valente (PSOL-SP) e o ex-senador Eduardo Suplicy (PT) circularam pela Parada.

Suplicy disse que Dilma não cometeu crime que justifique o impeachment. "Os 54 milhões de votos que ela recebeu devem ser respeitados", discursou em cima de um trio elétrico. Silva ajudou a puxar o grito "Fora Temer".

Orlando Silva também discursou e citou o caso da adolescente de 16 anos estuprada no Rio de Janeiro. Afirmou que o machismo "leva homens a pensarem que podem mandar nas mulheres" e que essa violência também tem forma de " homofobia e autoritarismo".

"A Parada sempre teve um caráter político. O Legislativo nunca nos representou", afirmou ao UOL Fernando Quaresma, presidente da Associação da Parada do Orgulho LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais e Transgêneros).

"Percebo que a Parada está cada vez mais politizada. As pessoas se expressam. Não estão aqui apenas por diversão", disse o perfomer Érico Androgina, que participou da Parada pela 12ª vez.

Nos três trios vinculados à Prefeitura de São Paulo, no entanto, manifestações políticas e discursos políticos estavam vetados, segundo o vereador Nabil Bonduki (PT).

Os trios se concentraram na avenida Paulista, entre o Masp (Museu de Arte de São Paulo) e a avenida Brigadeiro Luis Antonio desde as 9h. No trecho, está o prédio da Fiesp (Federação das Indústria do Estado de São Paulo), em frente ao qual ainda há barracas montadas por manifestantes contrários a Dilma Rousseff. Mesmo sem proteção policial, o clima foi de tranquilidade nesse ponto da avenida.

A festa também atraiu famílias como a do professor de geografia Bruno Picchi, que levou a filha Alice, de 4 anos. "Eu a trago desse sempre para que perceba que ser gay, lésbica ou trans é tão normal quanto ser hétero", disse Picchi.

Detidos

Os trios que arrastaram uma multidão de milhares de pessoas para a Paulista começaram a circular por volta de 13h30 para descer a rua da Consolação rumo ao Centro de São Paulo. Shows encerram a programação no vale do Anhangabaú.

A Polícia Militar informou que até o começo da noite três pessoas haviam sido detidas na Parada e levadas ao 78º Distrito Policial, mas não informou o motivo das ações.

04-06-2016 às 00:18 Wr
Vou me reservar a um, entre tantos, lamentaveis episódios que li. Este rapaz Deputado Federal Jean e mais uma insana, tentam aprovar uma lei que obrigue o SUS a "bancar a cirurgia de mudança de sexo"?. É isso mesmo??? Estamos fudido.
01-06-2016 às 19:27 Nereu
Que prazer enorme ler esses comentários. Nem todo gay é lesado. Nem todo gay pensa com o rabo. Nós gays somos inteligentes... e aqueles que se deixam enganar, sendo massa de manobra.... são poucos....
01-06-2016 às 18:43 Antonio
Dilma, Lula e PT, nunca mais!! Corja de assistencialistas que levou o país à miséria. Portanto deixam de modismo e vamos a luta. A classe que gera empregos esta quebrada. Sim quebrada, e você, quer a volta desta turma? O lula esta rindo da sua cara bicha burra!!!
01-06-2016 às 18:06 Meloso
Para muitos gays a area da cultura eh uma forma de trabalho inclusiva, onde eh mais dificilo preconceito, contudo eh um absurdo clamar por PT e Dilma depois do rastro de destruiçao que deixou no nosso pais. Queimaram o filme logo no inicio da Parada. A maxima eh o seguinte: Derrotamos o PT de Lula e Dilma, e nao havera volta! Vamos tentar salvar a proxima Parada da vergonha que certos gays nos fez passar. Nao estamos enlevando o Temer- apenas ,nao o julgamos por ter extinguido a Cultura e outros ministerios. Ainda eh cedo! Simplesmente, queremos mudança e ponto.
01-06-2016 às 11:43 Estudada
Pelo amor de deus. Jean Wllys não representa a mim, nem meus amigos , nem a qualquer gay que me cause admiração. Discurso pobre, manipulador, arrogante e falso. Ser votado numa eleição não garante poderes ilimitados a ponto de fazer o que essa safada fez, ainda mais quando se ganha uma eleição aplicando um golpe na população, dizendo que o país estava ótimo e nos meses seguintes se revela o buraco onde ela nos enfiou. Sem contar que basta saber ler para entender que impeachment é um dispositivo constitucional. O PT e o puxadinho do PT acham que são donos dos movimentos sociais,são donos dos marginalizados para usarem como massa de manobra. Nessa , nós gays, hoje somos mais odiados, porque fazem essa população pouco instruída acreditar que todo gay apoia as falcatruas da Dilma e cia... Essa Parada perdeu seu brilho. E detalhe básico: Temer era amiguinho de chapa de Dilma, Eduardo Cunha era da base aliada...Me poupem!
31-05-2016 às 19:28 Nereu
Pedir a volta de uma vagabunda.... de um partido corrupto.... ladrão.... que nunca fez nada pelos gays é a prova de que a parada não serve pra nada mesmo.... a não ser encher o ego e o bolso dos organizadores.... Cambada de bicha lesada...
31-05-2016 às 15:12 De Fernando para macho sarado
Acho que vir a um site escrever covardemente palavras insultantes e não respeitar a posição política de cada um é ser pobre intelecto e espiritualmente. Ao menos macho sarado, seja macho assine seu nome. O Brasil não precisa de revanches, precisa de união e de gente que só reclame, mas que trabalhe e exige igualmente os direitos a qualquer governo.
30-05-2016 às 22:41 macho sarado
Ir na parada gay pra pedir a volta da Dilma é ser bicha pobre. Buchas ignorantes.