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Por amor

Mãe empresta barriga para filho e marido dele terem gêmeos no interior de SP.

por Redação MundoMais

Segunda-feira, 16 de Janeiro de 2017

Gustavo Salles, Ana Maria Aranha, Luis Henrique Aranha e os bebês gêmeos Pedro Henrique e João Lucas.Gustavo Salles, Ana Maria Aranha, Luis Henrique Aranha e os bebês gêmeos Pedro Henrique e João Lucas.

A empresária Ana Maria Aranha, de 58 anos, de Capivari, no interior de São Paulo, é ao mesmo tempo avó e barriga solidária dos pequenos gêmeos Pedro Henrique e João Lucas, de 3 meses.

Evangélica, ela enfrentou a resistência religiosa e "emprestou" o útero para gerar os filhos de seu próprio filho, Luis Henrique Aranha, de 32 anos, e do parceiro dele, Gustavo Salles, de 26, casados há mais de cinco anos. Os dois agora se revezam nos cuidados com os meninos, sob o olhar atento da avó.

A história que emociona os 53 mil moradores da cidade onde a família é bem conhecida, começou quando Gustavo, o Gutto, sugeriu a Luis que adotassem um filho. "Eu não via a hora de ser pai, mas não conseguimos adotar, então pensamos na barriga solidária", contou.

Quando o casal começou a procurar pela mulher, dona Ana se ofereceu. "Queria ajudá-los de qualquer forma, mas tinha o problema da idade."

Gutto entrou em contato com uma clínica de fertilização em Campinas, e o médico disse que era possível. Para isso, teria que estimular o útero da mãe, que já entrara na menopausa.

O tratamento devolveu a elasticidade ao órgão, segundo o filho. "Era como se ela tivesse ficado mais jovem e, embora não tivesse condições de produzir óvulos, poderia receber a inseminação e ter os bebês."

Para a inseminação, foram usados óvulos de uma doadora anônima, pois a lei não permite a doação por pessoa com vínculo afetivo ou familiar. Dos oito óvulos fecundados com esperma dos dois pais, foi escolhido um de cada para a inseminação, realizada em fevereiro de 2016.

Em março, usando um kit vendido em farmácia, mãe, filho e genro tomaram conhecimento da gravidez, depois confirmada por exame clínico. "Foi um momento de muita alegria", disse Luis.

Filho e genro se desvelaram em cuidados com a mãe durante a gravidez que, segundo Ana Maria, foi bem tranquila. "Tive diabete gestacional, mas foi controlada com alimentação correta."

O parto, uma cesariana, foi realizado no dia 5 de outubro de 2016. João Lucas nasceu primeiro, com 2.32 kg, e em seguida Pedro Henrique, com 2,34 kg.

Com o atestado do hospital e a certidão de união estável entre os pais, os bebês foram registrados em nome de Luis e Gutto. Os dois se revezam nos cuidados com os filhos.

"À noite, quem acorda é o Gutto, mas se os dois bebês acordam juntos, aí ele pede ajuda para mim", disse Luis.

Gutto, que é cantor e analista de marketing, confirma que as crianças são bem tranquilas.

Apoio

Na cidade, as pessoas aprovam a atitude da mãe e do casal. "Enquanto tem mãe que mata o filho homossexual, o que a gente vê em Capivari é um exemplo de amor e solidariedade", disse o funcionário público Rodrigo Fernandes, referindo-se ao caso da mãe que assassinou o filho por não aceitar que o filho fosse gay, em Cravinhos, também no interior.

"Foi uma surpresa para nós, pois todos com quem temos contato nos apoiaram, tanto em palavras quanto em gestos de amor", disse Luis.

Eles também tiveram o apoio de outros familiares. Luis Henrique, que administra a empresa de confecções com a mãe, tem dois irmãos mais novos, que também são gêmeos. Gutto, além dos pais, tem duas irmãs.

O único problema enfrentando por dona Ana foi na igreja. "Sou evangélica, frequentava a igreja e comentei com meu líder, mas ele não aceitou e perguntou como eu ia explicar para as crianças quem eram os pais. Eu segui meu coração e senti que não estava cometendo nenhum pecado. Se nasceram e estão bem, é por graça de Deus."

O casal não tem medo de enfrentar possível preconceito, sobretudo quando os meninos estiverem na escola. Gutto conta que chegou a pensar em ter os filhos no exterior, mas foi dissuadido por uma prima.

"Ela me disse, para que fugir, você tem o que esconder? Aí, decidimos que vamos criar nossos filhos aqui."

20-01-2017 às 11:27 Marcelo para Rafael
Quem disse que pegar ovulo em banco esta correto? Na adoção vc e a criança nao tem culpa do que aconteceu .. vc vai tentar consertar uma historia triste. Na inseminação vc cria uma historia pra seu bel prazer ..tirando um direito de uma criança. E diferente
19-01-2017 às 21:08 De Jlim para Marcelo
Gratidao Marcelo por vc ter me compreendido, vc captou a minha mensagem.O grande problema de nós humanos é o Ego, esse terrivel nosso euzinho falso q quer a todo custo obter prazer, eu eu eu eu..e somente eu. Esse casal ae da reportagem estao manifestando Ego, só estao pensando no prazer deles, na propria satisfação. Prescisa disso ??. Temos que trocar o eu pelo Nós, e isso vale pra todos nós, homo, heteros, bi, trans..seja la o que for...lembrando sempre q a qq momento iremos morrer, e sendo assim temos q aproveitar cada minuto da nossa existencia nesse plano carnal praticando o bem, manifestando o bem, pq a morte é certa e todos nós tememos a morte pq ela é o desconhecido, ninguem nunca voltou pra dizer como é o barato do lado de lá, nao sabemos o q nos espera, kd religiao diz uma coisa, mas ninguem tem certeza de absolutamente nada, portanto vamos praticar o bem, a caridade, e a adoção ( qdo bem planejada e pensada com responsabilidade ) é uma forma tb de praticar o bem, a caridade. Gracias Marcelo !! Muitias Gracias, Gratidão !!.
19-01-2017 às 14:46 Rafael
O povo ignorante! Quando se trata de pegar um óvulo ou esperma do banco de doação, esse material genético é anônimo, não importando se foi usado por um casal gay ou heterossexual ou mesmo uma pessoa solteira que quer um descendente. A criança nunca poderá saber quem foi a doadora (ou doador), isso é fato e pronto. Da mesma forma como a maioria das crianças adotadas.
17-01-2017 às 22:46 Marcelo
Não se trata de preconceito, se trata de se colocar no lugar do outro. não temos o direito de negar o conhecimento de sua origem biológica a uma criança. isso é inteligencia ,,bom senso, coerência,. não podemos interferir na historia biológica de uma criança só por que somos gays e queremos ter filho a todo custo. todo mundo quer saber de veio a cor de sua pele , de onde veio a cor dos seus olhos e outras coisas não temos o direito de tirar isso de uma criança . isso é um crime
17-01-2017 às 22:36 Marcelo para julim
Parabéns Julim. pelo seu posicionamento, pela sua nobreza de carácter e verdadeira preocupação pelos direitos das crianças de conhecerem suas origens biológicas. Muitas gays vivem numa onda de oba oba e nem se quer param pra pensar no lado das crianças e depois ainda dizem que é amor quando na verdade só estão pensando no bem estar delas próprias. E quando são questionadas...dizem que é tudo bobagem...dane-se as crianças. o Egoismo fala mais alto
17-01-2017 às 09:23 Mitchal p/ Marcelo
Cara, sabe ler, não? A notícia diz que tentaram adotar, mas não conseguiram
17-01-2017 às 07:37 Edgar
Nunca achei correto nós gays termos filhos .... mas já que providenciaram ...que saibam cuidar com amor carinho e dedicação, e que a falta da imagem da mãe não seja um problema para esses pequenos serhumaninhos !!!
17-01-2017 às 01:46 Thief
Sobre os primeiros comentários só tenho uma coisa a dizer: A INVEJA É UMA MERDAAAAAAAAA!
17-01-2017 às 00:31 Negro Baiano
Não entendo o motivo de pessoas ignorantes e preconceituosas entrarem aqui para destilarem seu veneno que só aos mesmos poderá ser fatal. Parabéns a Ana, Luís e Gustavo. Que superaram todos os preconceitos impostos pela sociedade patética que vivemos e estão felizes pelo nascimento dos gêmeos. Que Deus esteja com todos vocês sempre. E os comentários indevidos joguem no lixo.
16-01-2017 às 23:55 Julim
Cada um faz o q quer com a sua vida,arcando depois com as causas e consequencias de seus atos.Somos livres, nao devemos julgar, entretanto eu particularmente nao faria esse processo. Tem tanta crianças lindas e maravilhosas, carentes,saudaveis, fofas, anjos que estao aos milhares nos orfanatos necessitando de adoção. Nao importa que sejam adotados por um casal gay, o que importa é a adoção, o amor, o gesto de amor que é uma adoção, seja por um casal hetero ou homo. Ninguem é gay por opção, ja se nasce gay e pronto. Uma criança sendo criada, adotada por um casal homo nao significa q ela se tornará gay, nada a ver isso. A Sabedoria e o Amor na hora da educação é o que realmente conta. Avaliar as condições financeiras e emocionais do casal, fazer um planejamento antes bem detalhado para proporcionar uma qualidade de vida bacana para a criança. Agora, apelar para uma fecundação dessa maneira, ae eu acho que já é desnecessario. Adoção com sabedoria e Amor é um ato divino. É apenas isso que eu tenho a comentar sobre o assunto.