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Quando Nós Fazemos História

Produção para a TV traça luta do grupo LGBT por direitos.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 14 de Julho de 2017

Nova minissérie do canal pago Sony, "Quando Nós Fazemos História", que estreou dia 12 às 20h, busca um olhar detalhado sobre a luta por direitos do grupo LGBT. Para isso, o roteiro traça um paralelo com a vida das pessoas mais importantes desse movimento: as turbulências enfrentadas por militantes LGBT norte-americanos em sua luta pela igualdade nesta minissérie, baseada em fatos reais.

A história começa em 1969, a partir da revolta de Stonewall. Usando o movimento pelos direitos civis como ponto de partida, a narrativa põe foco na luta das figuras essenciais dessa época, que tinham como principal objetivo acabar com o preconceito e receber reconhecimento como qualquer pessoa heterossexual.

O seriado também explora a explosão da AIDS, doença que fez com que várias pessoas perseguissem os homossexuais, por achar que eles eram os principais portadores do vírus HIV.

A minissérie é uma adaptação do livro homônimo de Cleve Jones, publicado em 2016. O autor também faz parte do elenco, e desempenha papel importante e de destaque na trama central.

Elenco

Em "Quando Nós Fazemos História", vários atores conhecidos interpretam personagens principais ou secundários. Um exemplo é Guy Pearce. O ator australiano vive o próprio Cleve Jones.

Quem também dá as caras é Mary-Louise Parker. Dessa vez, ela faz uma ativista feminista, Roma Guy. Da mesma forma, Rachel Griffiths faz Diane Jones, uma típica esposa americana que decide lutar pelos direitos sociais. Já Ivory Aquino é a mulher transgênero Cecilia Chung.

No Brasil, essa batalha também foi travada arduamente

Em 2016, foram registrados no país mais de 340 assassinatos motivados por LGBTfobia, isso significa uma morte a cada 25 horas. Os dados foram coletados e divulgados pelo Grupo Gay da Bahia (GGB). Mas, assim como na nova minissérie, corajosos militantes brasileiros também vêm fazendo história para que estatísticas como essa não existam mais. Conheça alguns desses grandes nomes:

João W. Nery: é o primeiro homem transexual a ser operado no Brasil. O pioneirismo na luta por ser quem é lhe custou a carreira. Na época, adotar o nome masculino não era permitido e ele poderia ser enquadrado no crime de dupla identidade. Dessa forma, Nery não pode mais atuar como psicólogo, diploma conquistado quando ainda tinha identidade feminina, ou continuar o mestrado e dar aulas em universidades. Sua história deu origem ao livro “Viagem Solitária”.

João Silvério Trevisan: romancista, roteirista, diretor e formado em filosofia, é um dos fundadores do primeiro grupo pelos direitos homossexuais do Brasil, o Somos, e criou a revista Lampião da Esquina, voltada exclusivamente para o público gay, em plena década de 1970! Trevisan é autor do livro “Devassos no Paraíso”, que conta a história da homossexualidade no país.

Brenda Lee: fundou a “Casa das Princesas”, atualmente conhecida como Casa de Apoio Brenda Lee, um abrigo para travestis e transexuais desamparadas, e foi o anjo da guarda de muitas mulheres que passaram por lá. Quando começaram a aparecer os casos de AIDS no Brasil, Brenda abriu as portas da casa para hospedar e dar assistência a soropositivos. Ela atuou fortemente, e de forma pioneira, no combate à AIDS junto a esta população marginalizada.

Luiz Mott: fundador do Grupo Gay da Bahia, que anualmente faz o levantamento de homicídios de pessoas LGBT. Em 1981, o grupo iniciou uma campanha para que a homossexualidade deixasse de ser considerada uma doença e, em 1985, conseguiu sua grande vitória. Graças a eles, a despatologização no Brasil aconteceu cinco anos antes da decisão ser tomada pela Organização Mundial de Saúde.

Rosely Roth: foi uma das fundadoras do Grupo Ação Lésbica-Feminista (Galf) e deu grande visibilidade à causa ao assumir sua sexualidade publicamente, algo raro na época. Ela chegou até a participar de programas da TV aberta para falar sobre o tema. Rosely é quem liderou o “Stonewall brasileiro”, em 19 de Agosto de 1983, quando lésbicas foram expulsas do Ferro’s Bar, tradicional bar lésbico em São Paulo, por venderem seus boletins informativos. A manifestação culminou na invasão do local, um pedido de desculpas do dono e cobertura, de forma respeitosa, da imprensa. Em homenagem a ela, a data foi reconhecida, em 2003, como o Dia Nacional do Orgulho Lésbico.

15-07-2017 às 03:16 João Alberto santana
Primeiro lugar agradecer a atuação do Grupo Gay da Bahia em nome do Sr. Luiz Mott. Enquanto professor e ator pela Universidade Federal da Bahia reconheço a importância de todo um trabalho desenvolvido por Mott em nossa cidade. Em contra partida lamento o descaso de nossos governantes não desenvolver Políticas Públicas eficazes para a proteção do grupo LGBT..