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Discriminação

Lésbicas expulsas de bar após beijo reclamam de atendimento da polícia.

por Redação MundoMais

Sexta-feira, 18 de Janeiro de 2013

Mariana Correia foi expulsa de restaurante após beijar a namoradaMariana Correia foi expulsa de restaurante após beijar a namorada

Depois de serem expulsas do Restaurante Victor, na Lapa, no Centro do Rio, por causa de um beijo, as estudantes Mariana Correia, de 24 anos, e Caroline Pavão, de 21, afirmam ter encontrado dificuldade na hora de registrar a ocorrência policial, conforme informou a Rádio CBN.

As meninas dizem ter levado cerca de quatro horas para concluir o registro na 5ª DP (Mem de Sá), no Centro do Rio, na manhã desta quarta-feira (16).

Segundo o assessor jurídico da Coordenadoria Especial da Diversidade Sexual do Rio (CEDS), Carlos Alexandre, os agentes tentaram convencê-las a não registrar o boletim de ocorrência. Teriam pedido também que procurassem por conta própria o homem que mandou as duas saírem do restaurante.

"Elas sofreram um segundo constrangimento pelo que foi dito, porque passaram quatro horas na delegacia de polícia tentando fazer a ocorrência. Tentaram convencer a não fazer, que não ia dar em nada. E, segundo elas, na delegacia pediram que procurassem um amiguinho que tentasse descobrir quem era o autor do fato, porque se não ficava muito difícil. A Mariana inclusive queria desistir, a Caroline insistiu e fez o registro de ocorrência depois de quatro horas", disse Carlos Alexandre.

De acordo com a CBN, a Polícia Civil não localizou o delegado responsável pelo caso.

As meninas prestaram queixa contra o estabelecimento comercial. Serão colhidos os documentos comprobatórios e reunidas as testemunhas que possam confirmar o descumprimento da Lei municipal 2475/96, que proíbe a discriminação ligada à identidade de gênero ou orientação sexual. O estabelecimento será notificado e terá que prestar esclarecimentos.

Entenda o caso

Após pedirem uma cerveja e se beijarem no Restaurante Victor, as estudantes afirmam que foram expulsas do estabelecimento. Um homem de cabelos brancos teria sacudido Mariana pelo ombro e exigido que as duas saíssem do local, pois, segundo ele, aquela era uma atitude proibida. O caso aconteceu sábado (12).

“Depois disso eu peguei minhas coisas, fui até ele para questionar por que ele não gostava, o que não podia fazer ali, mas ele só ficava repetindo ‘não pode isso’, sem dar nenhum argumento consistente. Aí eu comecei a incitar e perguntar ‘É porque eu estava com uma menina? Se eu tivesse com um rapaz você teria me abordado, você teria me sacudido e pedido para eu sair?'”, contou Mariana.

A reportagem da rádio esteve no restaurante Victor, na Rua do Riachuelo, número 32, na companhia de Mariana Correia. O homem que a expulsou no último sábado não foi encontrado. O gerente da casa, que não quis gravar entrevista, alegou que o homem não trabalha no estabelecimento nem seria cliente do local.

Mariana e Caroline vão registrar o boletim de ocorrência e, então, serão recebidas pelos advogados do Centro de Referência LGBT nesta quarta-feira (16) para formalizar a denúncia na Secretaria de Estado do Governo.

Omissão

O coordenador do Centro de Referência LGBT, Almir França, afirmou que o restaurante é responsável pela omissão. “Com que autonomia, com que autoridade ele pode fazer isso? Com certeza ele é funcionário. Provavelmente não é funcionário registrado, eles usam dessa artimanha. Então o estabelecimento é que é denunciado, porque ocorreu dentro do estabelecimento. E se esse estabelecimento não for cuidadoso com o caso, ele também será notificado", afirmou.

Segundo a estudante Mariana, essa não foi a primeira vez que sofreu preconceito por sua orientação sexual. Ela já foi agredida com o soco no olho por um homem em uma boate, quando estava acompanhada de uma mulher. A polícia foi chamada. O agressor foi condenado a pagar cestas básicas, o que para ela desmotiva a denúncia

No entanto, a orientação do Centro Referência LGBT é de que a vítima registre sim o boletim de ocorrência, deixando claro que o crime foi motivado por homofobia.

24-01-2013 às 09:45 Jota Erre
Um grupo que não possua representatividade na sociedade, não é visto como um grupo, serão seres isolados. Apenas uma "minoria" que deverão se padronizar em todos os demais, suas práticas serão tidas como equivocadas, dignas de correção de uma sociedade que visa padrões em nome da "ordem". Já parou pra pensar que não fosse pelo heroísmo de alguns no passado e do presente, nós, como uma grande nação cristã, poderíamos estar equivalentes a alguns países mundo afora, que condenam com morte ou prisão perpétua, a pratica homossexual? SIM, EXISTEM PAÍSES CRISTÃOS QUE AINDA O FAZEM!!! Os homossexuais que defendem os "guetos gays", como os únicos lugares adequados para a demonstração de afeto entre um casal homossexual, não os teriam, nem mesmo poderiam ter conhecido lugares assim...
24-01-2013 às 09:31 Jota Erre
São muitos séculos de exclusão e demonização do que somos, hoje temos avanços incríveis, vivemos numa era de grande liberdade. Chegamos até aqui às custas da vida de muita gente, que se expôs numa época muito mais fechada e preconceituosa que esta. Aí, vamos nos trancar dentro de nossos casulos??? No mundo é assim queridão, quem não é visto não é lembrado, e quem não se orgulha de si, nunca conquistará o orgulho de outrém, seja mãe, pai, irmãos, vizinhos, namorado e etc...
23-01-2013 às 21:06 Luciano
Estevão, os gays deveriam ter uma "vida de héteros", sim. Uma vida em que eles podem fazer exatamente o que os héteros fazem em público: andar de mãos dadas, trocarem afeto, se beijarem, enfim, terem os mesmos direitos que os heterossexuais têm se se comportarem e de serem. Eles não têm que fingir que são heterossexuais para não desagradarem os santos, que se acham os donos da sociedade. Se eles não gostam de ver gays e lésbicas, o problema é deles, não nosso.
23-01-2013 às 21:02 Luciano
Se você tiver um filho gay que sofra homofobia ou bullying na escola, Paula, talvez você reveja os teus conceitos e mude esse teu pensamento ignorante. Ou, talvez, não. Talvez você até vai gostar dele ser discriminado, dependendo do grau da tua homofobia. Se você for evangélica, mais um motivo para eu achar que isso será mais provável, já que eles estão no topo da lista dos homofóbicos.
23-01-2013 às 20:57 Luciano
Amigo Fortal, esse é mais um reflexo da nossa sociedade altamente hipócrita. Os marmanjos adoram ver mulheres se pegando e adoram ir pra cama com duas mulheres e ficar assistindo elas se pegando. Muitos filmes pornográficos e eróticos heterossexuais contêm cenas de mulher com mulher para agradar os homens. Aliás, é sempre para agradar os homens. As mulheres são obrigadas a ficarem com mulheres, as imagens de mulheres nuas são divulgadas aos quatro ventos desde a televisão até às bancas de jornal e quando se trata de homens nus e homens se amando, a coisa é diferente, já que o machismo e as vontade do homem heterossexual devem prevalecer. São os mesmos punheteiros que assistem mulher com muher que dão uma de moralistas e homofóbicos.
23-01-2013 às 20:51 Luciano
Querendo vida mansa, Paula? Querer ter respeito e querermos ter os mesmo direitos que os heterossexuais é quer ter vida mansa? Não queremos vida mansa, queremos é vida segura. Queremos uma lei que nos proteja da raiva e da homofobia de vocês, heterossexuais, os causadores da violência. Os negros já têm a lei deles. Os gays, não. Por mais que alguém seja racista, a pessoa sabe que deve ficar no seu lugar, senão a lei vai agir. Com os gays, eles sabem que podem agredir à vontade, já que não há lei. O que você sentiria se fosse discriminada em locais públicos por beijar teu namorado? Gostaria de ter medo de levar uma surra por andar de mãos dadas com ele na rua? Para quem está de fora, é muito fácil falar contra. Tem que sentir na pele o que é a discriminação.
23-01-2013 às 19:40 PAULA
VCS JÁ LERAM UMA MATÉRIA DO G1 SOBRE PRECONCEITO?????? DEVERIAM LER PRA SABER QUE O PRECONCEITO ESTA EM TO DA PARTE E DESSA VEZ COM UM NEGRO, SE FOSSE UM BRANQUINHO DOS OLHOS AZUIS NADA TERIA ACONTECIDO. E VCS AQUI QUERENDO VIDA MANSA.
23-01-2013 às 17:13 Amigo Fortal
É estranho isso acontecer com SAPATONAS, pois duas mulheres são de modo geral "mais aceitas" do que dois homens... Inclusive nas menages, surubas e trocas de casais, os próprios homens instigam as mulheres a praticarem atos homossexuais entre elas... Já entre os homens ainda é um tabu.
23-01-2013 às 17:09 Amigo Fortal
Pelo menos as SAPATONAS são mais ousadas do que os gays... Sempre há registros de sapas sendo expulsas dos locais por se beijarem... Já os gays, quase nunca ouço falar de caso de beijos públicos entre eles...
23-01-2013 às 07:24 LENHADOR
É ISSO AI ESTEVÃO !!!!