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Empoderamento

Juíza proíbe corte de cabelo de travestis e transexuais em presídios do DF.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 03 de Outubro de 2017

Travestis presas no sistema penitenciário do Distrito Federal não serão mais obrigadas a cortar os cabelos, como fazem os homens detidos no Complexo Penitenciário da Papuda. A decisão é de uma juíza da Vara de Execuções Penais que autorizou, na sexta-feira (29), a direção do Centro de Detenção Provisória (CDP) a manter os cabelos de quem opte pela identidade de gênero feminina.

A determinação também vale para a presa que não fez cirurgia de redesignação sexual (mudança de sexo). Nesses casos, a travesti ainda sim é alocada no presídio masculino, mas, segundo a juíza, este fato não pode ser impeditivo para que ela tenha os cabelos mantidos. No entendimento da magistrada, o cabelo é um “ingrediente fundamental de sua identidade” e, portanto, deve ser mantido.

Os cabelos compõem a moldura do rosto e significam, para a imensa maioria das mulheres, mulheres trans e travestis, uma das formas de empoderamento. Para o presidente do Conselho Distrital de Promoção e Defesa dos Direitos Humanos Michel Platini, a decisão é um avanço importante, “mesmo que tardio”.

A dignidade subexistiu até hoje, mas, a partir de agora, a dignidade começa a existir de fato. Para as travestis presas, a liberdade é único direito privado naquele momento, os outros direitos têm que ser preservados. De acordo com a Secretaria de Segurança Pública (SSP), atualmente 12 travestis estão presas em unidades masculinas do Distrito Federal. A pasta afirmou que “não há transexuais internos no sistema penitenciário do DF”.

Alas separadas

Uma Ordem de Serviço assinada no último dia 22 de setembro pela Subsecretaria do Sistema Penitenciário (Sesipe), em conjunto com a Vara de Execuções Penais e os diretores das unidades prisionais do DF, garante, entre outros pontos, o uso do nome social às pessoas trans e travestis que atualmente estão presas. O texto determina, ainda, que as travestis da penitenciária masculina devam, preferencialmente, cumprir a pena em celas separadas dos demais presos. Em caso de risco à integridade física do interno ou à segurança da unidade prisional, porém, a lotação do interno ficará a cargo da discricionariedade da Direção do Estabelecimento Prisional

Denúncia

Em agosto, o Conselho de Direitos Humanos no Distrito Federal denunciou ao Ministério Público (MPDF), as situações de constragimento e violência que atingem travestis e transexuais nos presídios do DF. O documento pede a intervenção do MPDF para barrar práticas consideradas "abusivas e discriminatórias" contra a população LGBT.

O texto foi elaborado após visitas técnicas ao Complexo Penitenciário da Papuda, e relata que travestis e transexuais são submetidas à "revista íntima-vexatória", e têm sua intimidade “exposta a uma população diferente de seu gênero”.

“Durante as oitivas foram relatadas situações como a obrigatoriedade de obediência de padrão físico masculino, pois se deve seguir o gênero destinado à unidade, momento este em que são cortados os cabelos semelhantes ao corte masculino”, diz o documento.

O diagnóstico cita ainda a “vedação de tratamento hormonal” para pessoas em fase de transição de gênero, e proibições de itens como pinças, aparelhos de barbear e maquiagem. Esses mesmos acessórios são permitidos nas penitenciárias femininas. As características mais específicas [das travestis e transexuais] são retiradas como forma de castigo

Questionada, na época, sobre o modelo de encarceramento da população LGBT no Distrito Federal, a Secretaria de Segurança Pública (SSP) confirmou que ao serem presas, travestis são mantidas em unidades masculinas, mas destaca que não há transexuais internos no sistema penitenciário do DF. As unidades prisionais separam os internos por conta do tipo de crime cometido, e não por conta da orientação sexual.

Operação Império

O debate sobre direitos de transexuais e travestis em presídios do DF reacendeu na manhã de terça (26) quando a Polícia Civil deflagrou a Operação Império, que prendeu pelo menos cinco travestis envolvidas na exploração sexual.

Elas foram levadas ao Complexo Penitenciário da Papuda, onde devem responder por organização criminosa, rufianismo – obtenção de lucro a partir da prostituição alheia –, tráfico interestadual de pessoas, redução à condição análoga à escravidão, extorsão e ameaça.

04-10-2017 às 17:39 Potência para Drizella.
Se diz as travestis. E é simples assim: seja um cidadão de bem e não cometa crimes que não vai parar na cadeia? Sem intempéries... Não existe desigualdade social no Brasil. Temos um número enorme de travestis e transexuais nas universidades, empregos formais... Elas não são expulsas de casa muito cedo e vão para a prostituição porque querem... Simples assim. Simples assim...
04-10-2017 às 15:54 Drizella para Potência.
Querido, e se um trans, estuprar/roubar/matar/sequestrar/e etc... um ente querido seu, você iria manter essa mesma posição? Para mim, é o seguinte, quem não quer parar dentro de uma cadeia, e sofrer os seus horrores, que se comporte como um cidadão de bem, honesto, integro! Se um trans, matasse sua mãe, estuprasse um sobrinho pequeno seu, sequestrasse o seu pai, você tb iria falar isso? Seja honesto, sem hipocrisia! Não quer passar os horrores de uma prisão? Seja um ser humano digno/honesto/de bem! E sim, eu amo a minha pátria, apesar dos horrores que o povo passa, por isso eu digo para finalizar............((BEIJOS BRASIL))! Obs; Respeito sua opinião, toda via, não mudo a minha! Beijos/abraço!
04-10-2017 às 12:34 Potência
E se ter direitos iguais é não ter a identidade respeitada, sendo chamada no masculino, sendo posta na ala masculina, podendo ser estuprada... Isso não é direitos e sim retirada de direitos. Mas sei que é apenas sua opinião. Todos são iguais perante a lei, mesmo que não haja comida para todos/as, escola, saúde e educação para todos/as. E vamos lotar nossos presídios colocando as travestis de cabelos cortados dentro da ala masculina. E vamos beijar o Brasil...
04-10-2017 às 12:23 Pedido de revisão p/ Dizella
O site retirou o comentário de Jorge Jorge, tão ofensivo que era. Você não viu o comentário, não era apenas opinião. Mas retiram quando eu escrevia. Acho que não foi porque solicitei.
04-10-2017 às 10:54 Drizella.
Se a pessoa comete um crime, seja ela qual for, ela deve sim, pagar o preço! Ninguém é melhor do que ninguém! E para o, pedido de revisão, eu só falo uma coisa, todos tem o direito de opinar! Se aqui nesse site, só valer o ((A)), e não poder falar o, ((B?J/W/I?P/e etc...., então esse site, não merece crédito/respeito! Beijos Brasil!
04-10-2017 às 09:39 Pedido de revisão.
Solicito ao site que reveja a política de publicação dos comentários. Todos os comentários que esse Sr. Jorge Jorge faz são de caráter extremamente homofóbicos e aqui, transfóbicos. A publicação que ele faz, não tem sentido algum com a matéria, apenas traz conteúdo ofensivo e pregação fascista. Peço que tomem alguma atitude, já li em outros posts outras pessoas também pedindo o mesmo. Isso é pregação que fere os direitos individuais.