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O tempo não pára

Cazuza, o poeta exagerado, completaria 60 anos hoje.

por Redação MundoMais

Quarta-feira, 04 de Abril de 2018

Pouco mais da metade do século 20 havia passado, surgia um dos nomes mais representativos do rock brasileiro. Em 4 de abril de 1958 nascia Agenor de Miranda Araújo Neto na capital do Rio de Janeiro. Trinta anos depois, já conhecido e famosos em todo o país como Cazuza, o poeta morria precocemente por consequências do vírus da AIDS, deixando um legado construído em apenas nove anos de carreira. Entre mais de 200 composições, fica o sentimento de transformação. Hoje, Cazuza completaria 60 anos.

A mãe, cantora, o pai, produtor musical. Na casa da família, música era vivenciada sete dias por semana. O ambiente, embalado pela arte, era palco de encontros entre grandes representantes da música brasileira. Por lá, passaram nomes como Elis Regina, Jair Rodrigues e integrantes do Novos Baianos. Nessa época, Caju (apelido de Cazuza entre amigos) ainda pensava em se formar em arquitetura, mas seu amor por poesia começou a ganhar força. E, após cinco anos de incerteza, começou a expressar seu talento aos 23, ao subir ao palco à frente da banda Barão Vermelho.

Primeiro vocalista do grupo, entrou para a formação original após se descobrir cantor em aulas de artes cênicas. Juntamente com Frejat, na guitarra; , no baixo; Maurício Barros, no teclado; e Guto Goffi, na bateria, Barão estourou logo no primeiro disco, gravado em dois dias e produzido pelo pai de Cazuza, João Araújo. Lançado em 1982, ano seguinte da estreia da banda, a capa do álbum é marcada pelo fundo vermelho e foto à la boy band com roupas coloridas – marca dos anos 1980.

Nos anos seguintes, o grupo só cresceu. Entre diversos motivos, a inclusão de Pro Dia Nascer Feliz no repertório de Ney Matogrosso foi um dos principais. A música-tema do filme Bete Balanço, sucesso de 1984 protagonizado por Débora Bloch, reforçou a força da banda de rock. Mas com o sucesso, veio também a turbulência. Em apenas quatro anos, Barão Vermelho, de forma turbulenta, perdeu o vocalista, em 1985, quando Cazuza comunicou os parceiros que decidira seguir em carreira solo.

Voo solo pouco antes da morte

Como primeiro trabalho “independente”, Cazuza lança a música Exagerado. O título da faixa expressa o conteúdo – uma pessoa que sofre pela falta de amor de outra. Em julho do mesmo ano, a saúde do artista começava a preocupar. Internado por febre alta, Cazuza utilizou o tempo no hospital para compor. Entre as letras, estavam preciosidades como Codinome Beija-Flor. No mesmo ano lançou seu primeiro EP solo: Exagerado. Nos anos seguintes, Cazuza lançou outros quatro álbuns: Só se for a Dois, O Tempo não Para, Ideologia e Burguesia.

Em 1987, começou o tratamento com Azidotimidina (AZT), um dos primeiros medicamentos para tratamento de HIV. Dois anos depois, em 1989, lançou seu último disco e declarou ao país ser soropositivo. Burguesia já demonstrava a fragilidade do estado de saúde do cantor – foi gravado no revezamento do artista entre cadeira de rodas e sofá, após adquirir hepatite. Em 1990, um choque séptico levou Cazuza precocemente.

Após três meses da morte de Cazuza, a mãe do cantor, Lucinha Araújo, abriu a ONG Sociedade Viva Cazuza, para atender crianças e adolescentes com HIV, ativa até hoje. Afnal, o tempo não pára.

05-04-2018 às 15:29 Nereu
Bonita da Vieira Souto.... época leve, louca e inconsequente? Me perdoe, mas qual sua idade? Dizer que os anos 70/80 foram leves é a coisa mais absurda que li.... de leve não teve nada.... era porrada.... era prisão..... Louca até pode ser.... inconsequente também.... mas de leve minha querida.... nunca.... nunca mesmo.... Vivi essa época.... não fui louco.... e também não fui inconsequente.... tanto que estou vivo.... e muitos também estão. No caso de drogas te digo.... passei incólume... nunca usei.... Claro que as legais eu usei.... A outras nunca.... e junto comigo tem muita gente. Não podemos generalizar....
05-04-2018 às 13:35 Bonita da Vieira Souto.
Foi um retrato fiel de uma época leve, louca e inconsequente. Pagou o preço, mas deixou um legado.
05-04-2018 às 09:35 Nereu
Grande Cazuza.... 60 aninhos.... igual a mim.... 20 dias de diferença.... Nosso eterno maior abandonado.... Cazuza representa uma época... um período complicado.... só quem viveu os anos 70 e 80 do século passado sabe o que estou dizendo.... hoje tudo é festa.... Mas ser gay em plena ditadura.... e ainda Cazuza e Ney dois ícones.... escancaram.... os dois juntos fizeram muito mais pelos gays do que todas as paradas gays reunidas.... Quem tem mais de 50 vai concordar comigo!
04-04-2018 às 17:22 Dona Florinda.
Partiu jovem demais, infelizmente! Levou uma vida aventureira/inconsequente, e pagou um preço amargo por isso, triste fim! Como ser humano, ele teve o seu valor, pois todo ser humano, é criatura de DEUS! Mas, não me reprenta em nada, teve uma vida louca/sem limites, por isso, não me representa como gay! Em fim, é como eu sempre digo meu povo, usem camisinha sempre, seja no oral/pirusal/bocau, o caralhau que for! Você quer partir jovem? Vítima de uma doença maldita como essa? Creio que não! Beijos Açucarentos!