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Gay Home Movie

Documentário inédito mostrará a vida de gays vistos numa festa dos anos 1940.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 08 de Outubro de 2019

Quando tinha 20 e poucos anos, Geoff Story passava boa parte do seu tempo em garagens, lojas de artigos usados e eventos do tipo “família vende tudo”, em busca de fotos e câmeras antigas. Foi numa dessas visitas que ele encontrou algo incomum: a inspiração de um projeto pessoal que continua em andamento mais de duas décadas depois.

Em 1996, Story visitou uma casa onde ocorria uma venda dos artigos que pertenciam a uma família de St. Louis. Ele comprou dois rolos de filme 8 mm encontrados num sótão. O fotógrafo e diretor de arte, na época com 27 anos, ficou intrigado com as latas que continham os filmes: o rótulo dizia “a gay party” (uma festa gay). Dada a idade do filme, ele se perguntou, será que “gay” significava “homossexual” ou “alegre” (este outro sentido da palavra caiu em desuso em inglês)?

Não demorou para que Story tivesse a resposta. Os 22 minutos de filmagem, em cores, mostram vários homens nadando e tomando sol em volta de uma piscina, num lugar remoto do Estado do Missouri. Alguns estão sem camisa, outros estão vestidos de drag ou usando uniformes militares. Vários formam pares de dança, tomam cerveja e se beijam.

“Gay Home Movie” vai mostrar cenas gravadas numa festa numa piscina que aconteceu por volta de 1945. O diretor Geoff Story encontrou as imagens misteriosas numa venda de artigos de uma família.

Depois de assistir aos filmes algumas vezes, Story decidiu guardar os rolos, com medo de danificá-los. As imagens também mexeram com ele: Story é gay e na época ainda não tinha saído do armário para os pais. Em 2017, ele digitalizou tudo e começou a exibir as imagens para amigos e conhecidos, na esperança de saber mais sobre aqueles homens.

É uma cena corriqueira hoje em dia em lugares como Provincetown ou Palms Springs – mas ela aconteceu no Meio-Oeste rural dos Estados Unidos, longe de qualquer resort frequentado por gays, e em 1945.

Story pretende lançar “Gay Home Movie” em festivais de cinema do ano que vem e quer que o filme seja uma “ferramenta de aprendizado para famílias”.

Se tudo der certo, "Gay Home Movie" vai oferecer um olhar sobre a vida dos gays nos Estados Unidos mais de 20 anos antes do levante de Stonewall, em 1969, mencionado como começo simbólico do movimento moderno em defesa dos direitos LGBT. O projeto também terá um lado semiautobiográfico, contando a história de como Story encontrou os rolos e, possivelmente, sua hesitação em assisti-los, já que ele próprio tinha sentimentos confusos em relação a sua sexualidade na época.

O plano é lançar o filme em festivais de cinema do ano que vem.

“Virou uma história sobre família, amigos e amor incondicional". — Geoff Story, diretor de “Gay Home Movie”.

13-10-2019 às 09:01 Para Jorge Jorgete
Sobre a questao do se ante ou depois do verbo, consulte ums gramatica, pois existe as duas possibilidades de uso. áário
08-10-2019 às 20:59 Marina Silva, a virgem do Alaska
É "esconde-se" ou "se esconde"? Bom, fato é que Martel chama atenção para a Cúria Romana sediada na Cidade-estado do Vaticano, que, sem rodeios, considera a "maior comunidade gay da Europa". Há ali, diz Martel, uma estranha batalha entre duas correntes gays distintas, os conservadores, que não querem sair do armário de jeito nenhum, e os progressistas, que, entusiasmados pela postura do papa, passam a considerar a hipótese de assumir - e, consequentemente, se colocar em paz - com suas respectivas homossexualidades. Os próximos anos, se não assassinarem Francisco, serão bem interessantes para a história da Igreja.
08-10-2019 às 20:50 Marina Silva, a virgem do Alaska
Em "No Armário do Vaticano", Frédéric Martel denuncia a homossexualidade do clero. Sei que muitos dos que me leem aqui são sacerdotes da Igreja Católica. Outros tantos são pastores evangélicos. Alguns são bispos. Não há mal algum em ser religioso e ser homossexual. Muito pelo contrário. Mas há uma imensa hipocrisia no gesto de usar a batina ou a Bíblia como escudo atrás do qual o indivíduo esconde-se a si próprio e, a partir daí, passa a espalhar homofobia e falso moralismo. Querendo ou não, isso precisará ser revisto nas próximas décadas. Corajoso e de verve heterossexual - em paz, portanto, com a sua sexualidade, que sublimou em nome de Cristo - Francisco - coragem não lhe falta - toca o dedo nessa ferida. Sacerdotisas, queridas, preparem-se: não há mais volta, amadas!
08-10-2019 às 17:45 Min Kathurça meuzamor
Interessante.