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Exclusão e isolamento

Reportagem de VivaBem sobre solidão LGBT vence prêmio da ABP.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 10 de Outubro de 2019

Gabriela Ingrid, autora da reportagem.

A reportagem Preconceito, Isolamento e Depressão: Solidão LGBT Precisa Ser Discutida, publicada pelo VivaBem em junho de 2018, venceu o 6º Prêmio ABP de Jornalismo na categoria online. O troféu foi entregue nessa quarta (9), no Rio de Janeiro, durante a cerimônia de abertura do XXXVII Congresso Brasileiro de Psiquiatria - CBP, no Centro de Convenções Riocentro.

A matéria premiada retrata a realidade de boa parte dos indivíduos LGBT, vítimas de preconceito, que quase sempre vem acompanhado de culpa em relação à sua orientação sexual e identidade de gênero. O comprometimento das relações sociais, em especial com a família, é uma consequência natural. O que quase nunca está na pauta dos veículos é que todos esses fatores, juntos, representam grave dano à saúde, com aumento dos riscos de ansiedade, depressão, doenças cardíacas, diabetes tipo 2, demência e de tentativa de suicídio.

Gabriela Ingrid, autora da reportagem, enxergou a oportunidade de explorar o assunto quando conheceu o projeto "Preciso dizer que te amo", que tem como objetivo prevenir o suicídio de homens trans por meio de amigos. Ariel Nobre, criador da campanha, deixou claro que não queria mais ver matérias tristes sobre a transexualidade. "Com seu discurso ativista, Ariel não deixa que a questão se apoie em vitimismo", conta a jornalista.

A repórter ainda conversou com o holandês Boris Dittrich, que estava no Brasil na época. O escritor e ex-parlamentar foi o responsável pelo projeto de lei que fez seu país se tornar o primeiro do mundo a legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, há 18 anos, e concedeu aos casais homossexuais o direito de adotar crianças. "Boris se disse assustado com o Brasil e questionou como o país que tem a maior parada gay do mundo pode ser tão 'LGBTfóbico'", lembra ela. O alerta trazido pela reportagem é importante especialmente em uma sociedade como a nossa, em que 21% das pessoas dizem ter ódio e antipatia de conviver com gays e 40% dos assassinatos transfóbicos do mundo ocorrem aqui.

Números como esses explicam a tendência de a comunidade LGBT se excluir e a se isolar cada vez mais. Para combater o problema, como ressaltam os especialistas consultados na matéria, é essencial a educação sexual da população, que deve começar nas escolas.

16-10-2019 às 14:08 PC
Sou gay, tenho 50 anos e realmente percebo essa vibe que circula dentro do próprio segmento gay. Eu mesmo, já faz algum tempo, me afastei de pessoas gays de grupos que frequentava, porque sentia que não me enquadrava no "padrão" que eles pensavam e pensam que obedeciam/obedecem. É um tal de vc tem que ter, vc tem que frequentar, vc tem que usar, tem que fazer...Tenho p...nenhuma. Tenho que ser quem sou e viver da maneira mais confortável para mim e para os que amo. Decidi me afastar e me dedicar aos estudos. Hoje percebo a sociedade, de um modo geral (me refiro à sociedade brasileira, claro), bastante excludente e hipócrita com relação a nós, gays. Mas, por outro lado, essa conduta ainda permanece nos ambientes de convívio gay. Difícil lidar, sem buscar entendimento de quem somos e de nossa importância e papel nesse mundo. Sigo buscando descobrir os dois...
12-10-2019 às 16:47 Beto
Nunca conheci pessoas mais preconceituosas do que pessoas gays. Elas humilham quem não se enquadra no padrao do macho alfa jovem sarado ou se não for rico. Se for rico e bancar todos os gastos, pode ser velho , feio , gordo , careca , barrigudo e afeminado . Por isso , antes de pedir aceitação , sejam menos preconceituosos senhores gays .
11-10-2019 às 10:22 Leandro Macuco
Mais a própria dita....comunidade LGBTPQ não sei mais o que, é preconceituosa/exclusiva! Quanta hipocrisia!