por Redação MundoMais
Quarta-feira, 26 de Setembro de 2012
Há dois anos, Tyler Clementi, um calouro gay da Universidade Rutgers, cometeu suicídio após saber que seu colega de quarto ridicularizou sua sexualidade e convidou amigos para espiá-lo com outro homem.
Esse terrível episódio chamou uma atenção nacional para a universidade. Antes conhecida como uma escola estadual grande e diversa, Rutgers passou a ser associada a homofobia e crueldade.
Mas hoje, estudantes gays, lésbicas, bissexuais, transgênero e aqueles que os apoiam podem escolher quatro opções de moradia especializada, três delas novas, variando de um serviço que as une com colegas de quarto de mentalidade semelhante, até a Perspectivas Arco-Íris, um piso em um dormitório organizado em torno de interesses comuns.
Eles agora podem contar com apoio dos 130 funcionários e membros do corpo docente que foram treinados como contatos oficiais do campus, ou com os estudantes de um novo programa de treinamento para “aliados”, cuja sessão inaugural já está com lotação máxima. A edição deste ano de um manual que lista os recursos do campus para “questões homossexuais” tem 92 páginas.
E nesta semana, a Campus Pride (orgulho do campus), uma organização que avalia as escolas com base em suas políticas inclusivas, deu ao campus principal da Rutgers, em New Brunswick, a cotação máxima, cinco estrelas. Dentre as 32 categorias possíveis nas quais uma escola pode se distinguir, a Rutgers teve sucesso em 31.
A Rutgers tem uma longa história de inclusão; quando a Liga Homofila de Rutgers foi fundada em 1969, por exemplo, ela era apenas o segundo grupo estudantil do gênero no país. Mas desde a morte de Clementi em 22 de setembro de 2010, a universidade tem aumentado seus esforços, estimulada por uma comunidade que se expressa intensamente no campus, uma administradora cheia de energia e uma necessidade urgente de controle de danos.
Mesmo alguns dos estudantes ficaram surpresos pela força da política de inclusão da Rutgers.
Em 2011, pouco antes do início de seu primeiro ano na Rutgers, Nicole Margolies estava falando com um supervisor quando disse: “Eu sou transgênero, e não sei o que fazer a respeito. Para onde eu vou?” Nick, como o estudante é conhecido agora, temia que nem mesmo sua entrada seria autorizada no campus. Em vez disso, ele disse, quando ele chegou lá, o nome na porta de seu quarto no dormitório tinha sido atualizado. Seus professores o tratam como “ele”. E todos o fazem se sentir normal. Ele diz que se espantou.