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Ninguém nos quer!

Moradores com HIV temem ser expulsos de área no Distrito Federal.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 20 de Agosto de 2013

Jovem na comunidade assistencial no Recanto das EmasJovem na comunidade assistencial no Recanto das Emas

Ao meio-dia, a sirene avisa que é a hora do almoço. Na entrada do refeitório comunitário, adultos, adolescentes e crianças esperam a vez de se servir. A travesti Paula Piovany, 39, controla o fluxo.

Ex-presidiários, gays, travestis, crianças, jovens, ex-prostitutas e pessoas distantes de suas famílias compõem a comunidade de cerca de 180 pessoas que ocupa um terreno no Recanto das Emas, cidade pobre nos arredores de Brasília.

São pessoas infectadas com o HIV, seus companheiros e filhos (crianças, na grande maioria, não têm o vírus). A principal fonte de renda da comunidade são doações.

"Aqui é a dita sucata da sociedade: ninguém quer", afirma Jussara Meguerian, 62, idealizadora da Fale (Fraternidade Assistencial Lucas Evangelista), entidade responsável pela construção das 42 casas do lote de 100 mil metros quadrados.

Jussara lembra que o terreno, do governo do Distrito Federal, foi ocupado na gestão de Joaquim Roriz, no na década de 1990. "Ele pegou o telefone e falou: 'Eu quero uma chácara para ontem'. Em três dias, a gente estava lá."

Agora, os moradores temem ser removidos com a construção de 24 mil unidades habitacionais do programa federal Minha Casa, Minha Vida (dentro do seu braço local, o Morar Bem).

"Quando fomos para lá, era mato, mas a cidade cresceu em volta. Não dá para começar tudo de novo, não somos ciganos", diz Jussara.

Sonhos

A rotina do "bairro" segue rígido sistema de organização: às 7h, sirenes avisam a todos que é hora de acordar. Ao longo do dia, outras tantas tocam para avisar de horários de refeições e oração.

Os moradores ainda se dividem em pequenos grupos, comandados por líderes, responsáveis por resolver pequenos problemas e atender os mais debilitados. Nas casas, cartazes lembram as regras definidas pela comunidade.

Há sete anos no local, Paula Piovany é líder da cozinha, cabendo a ela selecionar os alimentos recebidos. Por 13 anos, foi prostituta na região central da capital. Na comunidade, diz ter sido acolhida. "As crianças me chamam de tia, os adolescentes me tratam com o maior carinho."

Ali, a demanda por alimentos é expressiva. O consumo diário inclui 20 quilos de arroz, 8 quilos de feijão, 24 quilos de frango e 10 litros de leite, segundo registro de José Firmino da Silva, 50, que está há quatro anos na Fale, apesar de não ter o vírus HIV, conta ser alcoólatra.

É ele quem controla a entrada e saída da despensa, além da distribuição semanal de produtos de higiene pessoal e limpeza.

Além da cozinha, o local abriga uma pequena padaria, com maquinário cedido por um voluntário. Vez ou outra, saem sonhos desse forno.

O coquetel contra o HIV vem do SUS. Há dificuldade para encontrar os remédios para infecções comuns em quem tem Aids.

Jussara lembra que, quando o trabalho começou, havia muita desinformação sobre a doença. Hoje, ela diz que a reinserção na sociedade é mais fácil, mas a demanda por ajuda é recorrente.

"A ideia é fazer com que voltem à vida normal."

24-08-2013 às 01:13 Michel-DF - de novo
Acho importante ajudar instituições como essa. Eu, ora por outra, estou lá a ajudar. Então, segue o endereço: Quadra 108, Chácara 11, Núcleo Rural Vargem da Benção Bairro: Recanto das Emas, CEP: 72601014, Brasília-DF Telefone: 61-3331-3556 Responsável: Jussara Miguerian.
23-08-2013 às 22:19 Brasília para Rick DF
Rick, que coração lindo vc tem! Também quero ajudar. Beijo carinhoso.
23-08-2013 às 19:33 Derick
É triste saber que em pleno século 21 ainda exista pessoas excluidas da sociedade só pelo fato de ter contraidor uma doença.
23-08-2013 às 13:27 Pedro - BSB
O Mundo mais divulgou o trabalho mas não disse como ajudá-los =/
23-08-2013 às 00:58 Chocolete
Amiga qdo ele mostrar o rosto vc vai tomar é um baita susto...acho q tá com a cara chupada de lipodistrofia coitado, por isso precisa de ajuda...se fosse normal nao ia estar nesse lugar, ajudem, ricas, esse povo sofredor.
22-08-2013 às 19:34 Desesperadinha, desesperadíssima
Ai! Só imagino esse gostosão que está de costas, peladinho na minha frente! Nem sei o que faço com ele! Acho que desmaio de tanto tesão!
22-08-2013 às 14:56 erosspzl
as bibas todas desesperadas por machos que estao apelando ate pro kara da foto so de ver pelas costas. meu deus!!
21-08-2013 às 23:47 Michel
Um lindo trabalho junto a HIV positivos, que estão socialmente excluídos. Parabéns a Sra. Jussara Meguerian pelo bom trabalho! Quanto aos que criticaram, peço que consultem, mais detidamente, suas consciências e ponham-se no lugar daqueles que foram rejeitados por todos, inclusive pelo mercado de trabalho. Lembrete: USEMOS CAMISINHA, SEMPRE!
21-08-2013 às 23:16 Manu
Pelas costas dá pra vê que ele é muito gostoso e bem fortinho!! É apenas soropositivo o que não quer dizer que ele venha desenvolver a AIDS, logo o gatão tem que trabalhar pra sobreviver como milhares de brasileiros que matam um leão por dia pra poder sobreviver!! Há e se eu me encontra-se com ele eu faria linda, adooooooooooooooro morenos fortinhos!!
21-08-2013 às 22:17 Marco Antônio
Para as pessoas marginalizadas e com essa doença tácita é muito louvável que recebam ajuda, porém não creio que estar cm HIV vá garantir assistência durante toda a vida. A qualidade de vida do portador já tem melhorado consideravelmente. Boas notícias alvissareiras para a cura. Poucos que estão desempregados conseguem emprego, e há o comodismo! Pode se pensar em reinserção na sociedade, todavia nada é fácil... O jeito é ajudar!