por Redação MundoMais
Quinta-feira, 01 de Setembro de 2016
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), após sofrer impeachment nesta quarta-feira, 31, fez discurso em Brasília em que afirmou que vai recorrer "em todas as instâncias possíveis" contra decisão do Senado de 61 votos contra 20.
Várias das principais lideranças do ativismo LGBT lamentaram o resultado da votação e acusaram o novo governo, que agora terá o comando definitivo de Michel Temer (PMDB), de golpismo.
Na sua fala, Dilma Rousseff afirmou também que o "golpe" não era só contra ela. "O golpe é contra os movimento sindicais e sociais que lutam por direitos em todas as suas acepções: direito ao trabalho e à proteção de leis trabalhistas; direito à uma aposentadoria justa; direito à moradia e à terra; direito à educação,saúde e cultura; direito aos jovens de protagonizarem sua história; direitos dos negros, dos indígenas, da população LGBT, das mulheres; direito de se manifestar sem ser reprimido."
"Acabam de derrubar a primeira mulher eleita presidente do Brasil sem que haja qualquer justificativa constitucional para este impeachment", argumentou Dilma. Em seu discurso, ela também afirmou que o novo governo terá "a mais determinada oposição que um governo golpista pode ter".
"O golpe é contra o povo e contra a nação, o golpe é misógino, homofóbico e racista". Mais de uma vez, a presidente recorreu ao "machismo" e à "misoginia" para explicar "golpe" contra ela.
"Eu lutarei incansavelmente para continuar a construir um Brasil melhor e tenho certeza de que outros assumirão no futuro um papel que está governado na eleição direta".
Veja alguns desabafos:
Carlos Magno - Presidente da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT)
Muito triste com esse momento, mas quem desde cedo sentiu a dor da homofobia no corpo e na alma e continua firme na luta, essa será só mais uma difícil fase. Avante!
Julian Rodrigues - Filiado ao Partido dos Trabalhadores
31 de agosto de 2016. Fim do maior período democrático (mesmo com todas limitações) da história do Brasil - e foram apenas 28 anos desde a Constituição de 1988.
Keila Simpson - Presidente da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA)
Julio Moreira - Diretor do Grupo Arco-Íris (RJ)