por Redação MundoMais
Quarta-feira, 01 de Novembro de 2017
Em encontro de líderes religiosos na sede das Nações Unidas, em Nova Iorque, o secretário-geral assistente da ONU para direitos humanos, Andrew Gilmour, alertou que religiões têm sido usadas como pretexto para oprimir lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e intersexuais. Para o especialista, o direito à liberdade de crença não pode ser uma justificativa para tirar os direitos de outras pessoas.
Embora muitos líderes religiosos estejam tentando virar o jogo, apelando por uma abordagem mais inclusiva, que se preocupe com as pessoas LGBTI como todas as outras, suas vozes são abafadas muito frequentemente por lideranças mais populistas, lamentou o dirigente em reunião na semana passada (26).
Em alguns casos, essas lideranças encorajam ativamente a violência e o ódio em nome da religião — seja o pastor dos Estados Unidos que viajou a Uganda para incitar o ódio, seja o sheik que publica vídeos online explicando como matar homens gays. Essas são exemplos extremos, mas, tristemente, não são isolados.
Gilmour lembrou que, de uma perspectiva legal, todos têm direito a praticar qualquer religião que desejem. Todavia, “mesmo que alguém possa acreditar sinceramente que pessoas gays são depravadas e que a religião determina que elas sejam presas, isso não justifica o fato de que pessoas gays sejam, de fato, presas”.
Atualmente, relações sexuais consensuais entre adultos do mesmo gênero são consideradas ilegais em pelo menos 76 países. Mesmo em lugares onde a vida dessas pessoas não é criminalizada, a discriminação e a violência continuam marginalizando a população LGBTI.
A fé é há muito tempo uma fonte de consolo e de sofrimento para as pessoas LGBTI. De consolo porque muitas delas continuam a valorizar suas comunidades religiosas. De sofrimento porque muitas foram forçadas a abandonar seus locais de adoração diante da hostilidade de líderes religiosos, explicou Gilmour.