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O Mau Exemplo de Cameron Post

Livro sobre cura gay de jovens é vetado em escolas e premiado no cinema.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 22 de Fevereiro de 2018

Uma garota de 12 anos que vive em uma cidade conservadora e se descobre gay no mesmo dia em que perde seus pais em um acidente de carro. Essa é a premissa de “O Mau Exemplo de Cameron Post”, livro recém-lançado no Brasil de autoria da norte-americana Emily M. Danforth, que usou partes de sua própria história para criar a jovem personagem que acaba internada em um centro de cura gay.

O livro se passa no começo dos anos 90 e acompanha a garota Cameron Post dos 12 aos 17 anos, desde suas primeiras e ingênuas relações amorosas com meninas na cidade em que vive até a experiência na instituição "Promessa de Deus". Lá ela é obrigada a enfrentar um tratamento sem sentido, mas também encontra o apoio em outros jovens internados. A garota é mandada ao local pela tia e avó conservadoras que assumiram sua criação após ela ficar órfã. A decisão das tutoras é tomada após ela ser flagrada aos beijos com a rainha de formatura do baile da escola.

"Escrevi pensando na Emily de 14 anos que ainda estava dentro do armário, e buscava uma obra infanto-juvenil em que se sentisse representada, mas nunca a encontrava", explica a autora em entrevista em Rhode Island, onde vive atualmente. Ela nasceu e cresceu em Miles City, em Montana, mesmo Estado onde vive a protagonista de "O Mau Exemplo de Cameron Post".

A ideia de Emily ao publicar a ficção (sua obra de estreia) não era apenas representar o público LGBTQ. A escritora pensou também nas pessoas que não vivem na pele a homofobia. "É claro que eu quero que os trans e gays se identifiquem com a minha obra, mas eu espero que mexa de alguma forma com o público em geral e traga mais aliados para a nossa luta diária contra a intolerância", explica, deixando claro a importância da empatia pela causa. "Não vamos conseguir sozinhos, precisamos das vozes de pessoas cis e héteros", reforça.

A luta tem muito a ver com o atual cenário político. Enquanto no Brasil a obra chega em ano de eleição com o político com discurso anti-gay Jair Bolsonaro como um dos favoritos na disputa presidencial, nos Estados Unidos "O Mau Exemplo de Cameron Post" volta a ganhar atenção seis anos após seu lançamento por causa de uma adaptação para o cinema, em um filme estrelado pela atriz Chloë Grace Moretz e com direção e roteiro de Desiree Akhavan, mulher e gay.

Ao mesmo tempo em que a escritora comemora mais uma vez o destaque do livro, ela lamenta que as lideranças políticas voltem a apoiar em seu discurso uma questão que fere, frustra e mata milhares de pessoas todos os anos.

"Fico assustada e irritada ao ler as notícias hoje em dia, especialmente quando elas mostram as estatísticas de violência contra o público LGBTQ. Houve um aumento desde que Trump assumiu o governo (há um ano)", destaca, dando como mau exemplo o vice-presidente Mike Pence, que apesar de ter amenizado seu discurso nos últimos tempos segue como um defensor da “terapia de conversão” e do uso de recursos do combate ao HIV para manter esses procedimentos.

A norte-americana se mostra preocupada com o aumento da violência contra o público homossexual também no Brasil, onde o seu livro acaba de ser lançado. "Li um artigo no ‘The Guardian’ que indicava que no Brasil 387 assassinatos e 58 suicídios tinham ligação direta com homofobia", diz a autora, citando os dados divulgados pelo Grupo Gay da Bahia sobre o aumento de mortes de gays e trans no ano passado.

Mas Emily vê uma luz no fim do túnel. "Acredito que o poder das pessoas é mais forte do que as pessoas no poder, mas apenas se apoiarmos uns aos outros e usarmos nossas vozes e nossos votos".

Rejeição nas escolas, aprovação no cinema

Lançado em 2012 nos Estados Unidos, o livro foi muito bem recebido na época, segundo a autora. “Os melhores retornos que recebi foram dos leitores da mesma idade da protagonista, alguns até menores de 12 anos, que escreviam com muita força (e às vezes com muita dor) sobre a forma como se identificaram com a história de Cam”, conta.

Emily, porém, também revela que o livro foi barrado em algumas escolas mais recentemente, coincidindo com o crescimento da onda conservadora no país. “A obra acabou censurada por algumas diretorias de escolas em vários Estados, mas a resposta da comunidade foi bastante positiva. Ao menos fez com que as pessoas falassem sobre o meu livro e os assuntos abordados nele”, explica.

No entanto, uma das maiores aprovações veio recentemente, quando a adaptação para o cinema ganhou o principal prêmio do Festival de Sundance. Muitas pessoas que conversei sobre o filme nem mesmo sabiam que ainda existem instituições que praticam cura gay nos Estados Unidos. Por isso a importância de contarmos essa história", disse à Variety Jennifer Ehle, atriz que interpreta uma das médicas na adaptação.

O filme circula pelos festivais ainda sem previsão de data de estreia no Brasil. Enquanto isso, a versão em português do livro "O Mau Exemplo de Cameron Post" já está à venda com preço sugerido de R$ 39,90.

24-02-2018 às 22:13 Drizella.
Continuando..............Como eu disse, isso é um fato! Amar, é falar a verdade, mesmo, que essa machuque! Deus é santo/perfeito, ele não faz ninguém nascer no corpo errado, isso é mentira do diabo! Sim, eu sofri, e ainda sofro as vezes, afinal, aqui nessa vida, não viveremos só mar de rosas, há espinhos tb, fato! Em fim amigo, tenho opinião própria, e não vou mudar, para agradar terceiros, fato! Pensse nisso, DEUS é perfeito, e abomina pecados, seja ele qual for, ele fez cada individuo perfeito, tudo bem, tem uma anomalia aqui, um probleminha ali, mas sim, DEUS nunca falha! Corpo errado nem? Isso num ti pertence mais! rsrsrsrsrsrsrsrsrsr Beijos Brasil!
24-02-2018 às 22:06 Drizella.
Querido, eu tenho sim, amor ao próximo! Quem conhece meu coração, é DEUS! Falei a verdade, Deus fez ele homem, e vai morrer homem, fato! Não ter amor ao próximo é................matar/surrar/virar o rosto/desejar o mau entre outros! Muitos dizem, eu nasci no corpo errado, isso é um pecado grave, é uma blasfêmia, pois falando isso, a pessoa está dizendo, que Deus é imperfeito, fa!
24-02-2018 às 10:43 Novamente p/ Drizella.
Pois é Drizella, comovente seu discurso, emocionante. Mas dizer que transexual é homem, que nasceu homem e sempre será, pode? É essa empatia que lhe chamei a atenção. Você que diz que sofreu, não se colocar no lugar do outro? Te pergunto: cade seu amor ao próximo?
23-02-2018 às 08:56 halison lacerda
verdade
22-02-2018 às 21:39 Drizella.
continuação..........Sem amor ao próximo, fato! Vivem dizendo que o Brasil, é um pais caloroso, não é bem isso que eu vejo, fato! Tem racismo sim! Tem homofobia sim! Tem preconceito com o diferente sim! Dai vem sempre um hipócrita na tv, falar que estamos mudando para melhor, que praticamente, vivemos em um país de maravilhas.....................SQN/fato! Em fim, com tudo, amo viver/amo a DEUS, e que se exploda, quem gosta de humilhar o seu próximo/fato! Beijos Brasil!
22-02-2018 às 21:32 Drizella.
Nasci com uma deformidade, sempre sofri o tal, bullyng, na época o nome era outro, sou de 84, tenho 33 anos! Eu sempre ouvi.........Quando você crescer, isso para, quem dera, com o passar dos tempos, o preconceito só aumentou, fato/infelizmente! Isso de............As pessoas vão te amar, se você se amar, isso é mentira, fato! Devemos nos amar sim, mas, não esperando ser amado pelo mundo, fato! É muito complicado, ser gay/pobre/com uma anomalia, pois vivemos em um mundo cruél/sem amor ao próxi,
22-02-2018 às 19:35 Diego SP para Jr
Mas, vc é lindo e maravilhoso. Não se esqueça disso!
22-02-2018 às 19:10 Jr
Tenho 38 anos e sofri bullying durante toda minha infância . Fiz terapia mas ainda hoje sinto-me com a auto estima e confiança abaladas.
22-02-2018 às 16:27 Diego SP
Pois é !! Ainda alguns lunáticos dizem que homofobia não existe, que é coisa comercial. Domingo agora no the voice kids aconteceu algo que a mídia pouco repercutiu , um garoto de 12 anos agradeceu pela sua participação no programa e comentou que sua participação no programa serviria para ele lidar melhor com o bullyng que sofre diariamente. Isso dói, uma criança dizer que sofre com o preconceito desde cedo. Isso revela e reforça que o ser humano é um projeto que até agora não deu muito certo.