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O Jornal

Kiko Mascarenhas e Lázaro Ramos estreiam peça sobre perseguição a gays em Uganda.

por Redação MundoMais

Quinta-feira, 15 de Março de 2018

Não é fácil descrever o efeito que o periódico Rolling Stone causou em Uganda quando, em 2010, divulgou nomes, endereços e fotos de 100 cidadãos considerados LGBTs. Sob o título ‘Enforque-os!’, a região de Kampala se tornou palco de agressões e assassinatos. Em 2006, o tabloide Red Pepper já havia feito o mesmo.

Em O Jornal, texto do britânico Chris Urch, que estreia no Sesc Santo Amaro, esse debate deixa as redações jornalísticas, ou os protestos nas ruas, para adentrar a vida de uma família e os púlpitos de uma igreja. Com direção de Lázaro Ramos e Kiko Mascarenhas, o espetáculo retrata a jornada de três irmãos que, com a morte do pai, precisam seguir a vida, os sonhos e o futuro.

Enquanto Joe (André Luiz Miranda) quer se tornar pastor, os mais novos Dembe (Danilo Ferreira) e Wummie (Indira Nascimento) estudam medicina. Dembe se apaixona por Sam (Marcos Guian), um rapaz irlandês, e precisa enfrentar as consequências de seu amor num país que trata tais casos com castração química.

“Há relatos de pais que entregaram seus filhos para serem presos e penalizados”, conta Mascarenhas. Ramos afirma que a peça é um alerta ao comentar a lei da época que ainda previa a prisão por conspiração de pessoas não LGBT. “Em Uganda, existia essa lei, portanto, não podíamos deixar esse texto passar.” Ele compara a montagem a O Topo da Montanha, peça que estrelou ao lado da mulher Taís Araújo sobre o último dia de vida do pastor e ativista Martin Luther King. “É um texto que consegue, com uma carpintaria sofisticada, falar de assuntos delicados. A peça fala do teatro do mundo, que acolhe, provoca e entretém. Além de oferecer uma alternativa a essas questões, não se trata apenas de uma denúncia.”

Para Mascarenhas, a montagem flerta com o gênero trágico, uma vez que, apesar das reviravoltas, os personagens não conseguem fugir de seus destinos. “É a história de jovens que estão amadurecendo, já que não têm mais os pais por perto. Os sonhos e desejos entram em conflito com a fé. Eles foram criados em uma religião e a falta de respostas passa a embaralhar suas jornadas. Nesse momento, é preciso descobrir uma nova forma de existir.”

A despeito da gravidade dos crimes e da distância geográfica, Ramos afirma que Brasil e Uganda andam bem próximos. “Vemos muitas expressões de intolerância com a comunidade gay, aqui. Precisamos entender que não é preciso chegar na barbárie para compreender que é possível conviver com as diferentes condições sexuais.”

A montagem, que estreou no Rio no ano passado e ficou quatro meses em cartaz – número surpreendente para a média da cidade, na qual as produções não enchem a casa por mais de um mês –, movimentou a cidade e o Brasil quando os diretores decidiram abrir inscrições para selecionar o elenco de seis atores. O número de 5 mil interessados surpreendeu a dupla. “Conseguimos uma parceria com o departamento de pesquisa de elenco da Rede Globo para conhecer esses artistas”, diz Mascarenhas.

Do todo, foram escolhidos 700 e depois 7o. Por dois meses, os diretores realizaram uma oficina, de segunda a sexta, para enfim chegar no sexteto, completo por Heloísa Jorge e Marcella Gobatti. “Foi um processo lindo e revelou que ainda temos muitos talentos a serem mostrados. Fazer isso com a Globo foi interessante por revelar a construção de um projeto teatral possível com o apoio da emissora”, conta Ramos.

Para a dupla que colhe o sucesso da série Mister Brau – em abril, chega a 4ª temporada –, a parceria construída entre Mascarenhas e o casal Ramos-Araújo ainda vai dar muitos frutos, conta Mascarenhas. “Desde que a série começou em 2015, nos tornamos uma família. Eles são muito afetuosos. Estar à frente de Mister Brau fez deles grandes agregadores e amigos. Não é raro passarmos férias juntos”, afirma Mascarenhas. Isso quer dizer que ter a dupla de diretores no palco não deve demorar. “Posso dizer que temos vontade, agora é preciso encontrar um texto que responda a esse desejo.”

19-03-2018 às 08:58 Jorge Jorge
Aquele que "distorce" a história. "Distorce" e não "destorce". Desculpem-me. Beijos a todos, inclusive a você, Novamente.
19-03-2018 às 08:58 Jorge Jorge
Aquele que "distorce" a história. "Distorce" e não "destorce". Desculpem-me. Beijos a todos, inclusive a voc
19-03-2018 às 08:49 Jorge Jorge
Ficou óbvio demais que era mentira. Antigamente, Caetano e Gil enrolavam, enrolavam e a gente se postava extasiado, a admirá-los. Hoje sabemos: era tudo mentira. Tratavam-se de dois coronéis da MPB, a dizer o certo e o errado, como deuses do Olimpo. O tempo passou e toda essa gente foi, aos poucos, sendo colocada nua no meio da sala de jantar. A cada dia, minguam os seus fãs. Você pode até gostar de Caetano. Há pouco, o vi cantar com um de seus filhos. Lindíssimo. Uma coisa é Caetano artista. Este, nós respeitamos. Outra coisa é o ativista. Este, nós desprezamos. Com Gil, Chico. Com todos eles, é a mesma coisa. Aí veio a nova safra. Quem já teve o privilégio de ver Lázaro Ramos no palco, viu ali uma divindade. O cara é fera. Este, portanto, nós admiramos. Mas aquele que prega o racismo. Que destorce a história da escravidão, que promove o sentimento de ódio em virtude da cor da pele, que despreza a mestiçagem, que atiça a fogueira em nome de ONG gringa e não em defesa do povo, este, nós desprezamos. O artista é grande. O ativista, pequeno. Ele endeusa Zumbi. Todos sabemos que Zumbi, que mantinha negros escravos em seu quilombo, fez mal aos negros. É uma farsa criada pela esquerda. Há negros abolicionistas na história (André Rebouças, José do Patrocínio, Luiz Gama e muitos outros). Estes são grandes. Estes nós respeitamos. Zumbi e seus defensores, desprezamos. E de nada adianta a Rede Globo, o Grupo Globo, aquela satânica emissora que editou Collor e Lula e deu a vitória a Collor. Foi-se aquele tempo. Aquele e outros tempos todos. Reparem: Lázaro, Taís, Wagner Moura, o próprio Caetano e sua Lavigne. Todos agem sob o imenso patrocínio do Grupo Globo. Não há frase ou excerto global que minimamente os conteste. São os imaculados de Báctria. Tudo deles parte e neles termina, sobretudo o bem. A Fátima Bernardes ajuda, o Serginho Groisman olha com aquele olhar complacente, o Bial sorri com aqueles olhos verdes, lindos, e todos parecem emparedar a voz contrária, criminalizando-a impiedosamente. A tentativa nossa de devolver a dignidade ao povo – vejam que ironia – é criticada pelos defensores de Lênin, Stálin, Fidel e Maduro. Gente gay, gente não gay. Gente. Simplesmente gente. Nós somos uma nação um tanto complexa para nos contentarmos com essa verdade mentirosa. Sim, um contrassenso. “Verdade mentirosaâ€. O que essa gente prega é uma “verdade mentirosaâ€. O puro ódio é o que incitam nas pessoas. O sentimento da diferença. Sou gay, logo sou diferente. Sou negro, logo sou diferente. E, sendo diferente, devo correr para o vão do Masp, em busca de outros diferentes, a quem devo abraçar e convidar para o protesto, ainda que esse protesto seja, na verdade, a arquitetura do ódio, que construíram para mim, mas sem eu saber.
18-03-2018 às 23:25 Novamente p/Jorge Jorge
Ia deixar pra lá como tenho feito, mas vou apenas dizer uma coisa: estão jogando a culpa na vítima? Por que ela pregava uma supremacia negra? Eu li isso mesmo? Jorge Jorge um grande abraço. Alguém escreveu para você uma vez aqui que não tinha a menor intenção de discutir com você. Digo o mesmo, não tem a menor condição. Supremacia negra?
18-03-2018 às 22:30 Jorge Jorge
Novamente, eu não havia lido seu comentário anterior. Amor da minha vida, eu jamais falei bem de Antonio Gramsci. Só um morcego com o pé quebrado seria capaz de tamanha barbárie. Olhe, respeito aqui o direito à discordância, mas veja, por exemplo, o ângulo em que a vereadora assassinada no Rio é analisada em artigo publicado no Nação Mestiça, movimento cuja incursão sugiro a todos aqui. É óbvio que não se está, em nenhum momento, nem eu aqui, tampouco a artigo que transcrevo a seguir, a defender o assassinato desta pessoa, do motorista do carro ou de qualquer outro ser humano. Óbvio que não. Mas o artigo é excelente, porque representa um grito de contestação ao mar de mentiras que a imprensa tradicional publicou. Vamos lá: "Vereadora do PSOL defendia que os pretos acabassem com o povo brasileiro e maldizia mestiçagem. A vereadora Marielle Franco (PSOL) foi morta a tiros na noite de quarta-feira (14) no centro da cidade do Rio de Janeiro. O motorista do carro, Anderson Pedro Gomes, também morreu. A principal hipótese da polícia é de “execuçãoâ€. Pouco conhecida fora do Rio de Janeiro, a vereadora ganhou fama repentina após seu assassinato – e algumas verdades incômodas sobre ela também. Marielle Franco não escondia seu ódio à mestiçagem. Em um artigo panfletário publicado em 2017 pelo jornal O Globo, p. ex., a parlamentar transnegra do PSOL afirmou que: “Mestiçagem e democracia racial são concepções ancoradas na prática da violência contra as pessoas negras, principalmente as mulheresâ€. No mesmo artigo a ativista conhecida como defensora dos direitos humanos também defendeu que o “povo preto†acabasse com o povo brasileiro: “O conceito ilusório de ‘povo brasileiro’ ainda não desapareceu. Mas, no que depender do povo preto desse Brasil, irá.†A vereadora fazia parte da Bancada da Bala Bandida: era contra o direito de cidadãos honestos portarem armas de fogo para se defenderem e contra medidas de repressão a criminalidade. Alinhada com as sedes mundiais do globalismo, a psolista foi objeto de algumas manifestações de pesar e cobrança vindas da União Européia e de ONGs neoliberais e esquerdistas".
18-03-2018 às 22:15 Jorge Jorge
E continuarei a dizer a verdade, ainda que alguns com ela se incomodem. Tenho outro feixe de argumentos para expor, mas guardarei para um canal próprio, que estrearei ainda este ano, para o qual, desde já, lhe convido, Novamente. Mas digamos, amor meu, que Lázaro Ramos e a moça a que você se refere, a Tiburi, estejam, ambos, extremamente bem intencionados. Em que pese terem partido de uma ideia – o comunismo – que matou mais de duzentos milhões de indivíduos, em que pese George Soros, os requintados tapetes da Europa, por onde todo satanismo desfila, digamos que este rapaz e esta mulher, do alto de suas infinitas babaquices acadêmicas e suas intermináveis enrolações pseudointelectuais, estejam, afinal, querendo o bem de todos, enquanto eu, por exemplo, desejo o mal dos gays, de um modo particular, e do mundo, de um modo geral. Então, me diga, Novamente, o que é que vai acontecer quando o racismo de Ramos se estabelecer e o feminismo da Tiburi triunfar? Antes de me responder, visite, por favor, o portal do Nação Mestiça - Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro. Procure – eu sei que a sua cátedra de marfim lhe ensinou a concordar e não a pensar – raciocinar. Entenda a dimensão das coisas. Identifique o ódio. Numa palavra: flagre-o. onde quer que esteja, desmascare-o. Sem medos, Novamente. Sem aquela imposição do pensamento único de esquerda. Não tema. Não tema. Identifique o ódio. Desmascare-o. Veja, você, Novamente: a Tiburi e o Ramos ensinam as pessoas a odiar. Eu gostaria que elas amassem. Apenas amassem.
18-03-2018 às 12:15 Novamente p/ Jorge Jorge
E não tem condições de debater com alguém que em todas as postagens, ao menos as que eu li, apenas vomita um único argumento: ditadura empresarial gayzista; não existe comunidades; o movimento só quer fazer ricos seus membros... Não há debate, é ódio! Já tentei mostrar para vc, em seu próprio discurso, todas as bobagens que você fala. Agora, estou mais tranquilo. No seu caso "é preciso invejar e temer" eternamente.
18-03-2018 às 12:07 Novamente p/ Jorge Jorge
Essa é uma passagem do livro: Como conversar com um fascista, da filósofa Márcia Tiburi. Tô te achando tão emotiva besha... E contraditória como sempre. Já te ouvi falar bem de Gramsci, agora fala mal... Ta parecendo pouca leitura heim... "Temer se torna um verbo intransitivo".
17-03-2018 às 23:19 Jorge Jorge
Cara, eu nunca ouvi falar "dessa" Márcia Tiburi
17-03-2018 às 23:18 Jorge Jorge
"Fui dar uma olhada" "aquela passagem"