por Redação MundoMais
Terça-feira, 22 de Janeiro de 2019
Acusado de “desprezo à religião, libertinagem e propagar a homossexualidade”, o apresentador Mohammed al Ghaity foi condenado a um ano de prisão pelo tribunal do Egito depois de ter convidado um jovem gay para participar do seu programa ao vivo chamado “Sah al Num”.
A decisão da Justiça ocorreu neste domingo (20), após a denúncia do advogado egípcio Samir Sabry à Procuradoria Geral. Segundo ele, Mohammed “começou a fazer perguntas, e todas sujas e de baixo nível. As respostas ao vivo foram todas inclusive piores e que não podem ser transmitidas na televisão nem em outros veículos de comunicação”, comentou Samir para a Agência Efe.
Além da prisão, o apresentador terá que pagar uma multa de 3.000 libras egípcias – o equivalente à R$ 626,72 – e também será vigiado por um ano por ter convidado o jovem gay ao seu programa. Ainda cabe recurso em uma instância judicial superior.
Em agosto de 2018, um jovem, que não foi identificado, compareceu ao programa de Ghaity para relatar a sua vida como profissional do sexo e a sua relação com um homem de um país do Golfo.
“Você entrou no mundo da prostituição como um homem?”, “Foi desejado?” e “Qual era o seu preço?” foram algumas das perguntas feitas ao convidado.
Segundo Sabry, Ghaity “começou a mencionar os lucros econômicos das práticas da homossexualidade que o homossexual obteve”, por isso que o apresentador fez, segundo o advogado homofóbico, “uma convocação para propagar a libertinagem”.
Após a exibição, o programa foi suspenso durante duas semanas em setembro do ano passado pelo Conselho Supremo de Regulação dos Veículos de Comunicação devido às repetidas “violações do canal”.
O órgão estatal, em comunicado, acusou o programa de “violar uma decisão do conselho que dizia que não podia convidar homossexuais e propagar as suas ideias”.
A transmissão do programa já foi suspensa durante uma semana em fevereiro deste ano por criticar um dos candidatos que concorreram à presidência nas eleições egípcias do ano passado.
Atualmente, ser uma pessoa LGBT não é considerada crime no Egito, mas as autoridades se aproveitam de uma lei que pune a “libertinagem” com penas de até três anos de prisão e, em alguns casos, também com a lei contra a prostituição para promover a homofobia.