por Redação MundoMais
Sexta-feira, 10 de Maio de 2019
A Sexta Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) resolveu manter a condenação de Jair Bolsonaro por declarações homofóbicas e racistas feitas em 2011. Depois da decisão em primeira instância da Justiça do Rio, o presidente ingressou com embargos no tribunal. Por 3 votos a 2, os desembargadores decidiram manter a condenação e a pena.
Bolsonaro foi condenado a pagar R$ 150 mil, por danos morais, ao Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDDD), do Ministério da Justiça.
Em entrevista ao programa CQC, que era exibido na Band, o então deputado federal falou sobre o que faria se tivesse um filho gay. Ele declarou que isso não aconteceria com ele porque seus filhos “tiveram boa educação”.
Questionado pela cantora Preta Gil sobre como reagiria se um de seus filhos se apaixonasse por uma mulher negra, ele disse: “Eu não vou discutir promiscuidade com quem quer que seja. Eu não corro esse risco. Meus filhos foram muito bem-educados e não viveram em um ambiente como, lamentavelmente, é o seu”.
O deputado ainda chegou a dizer que não viajaria em um avião pilotado por um cotista.
“Todos nós somos iguais perante a lei. Eu não entraria em um avião pilotado por um cotista, nem aceitaria ser operado por um médico cotista”, afirmou.
Após a decisão da Justiça do Rio, Bolsonaro havia entrado com embargos no tribunal. Por três votos a dois, os desembargadores decidiram manter a condenação e a pena aplicada. O presidente ainda pode recorrer da decisão.
A ação foi movida pelo Grupo Diversidade Niterói, Grupo Cabo Free de Conscientização Homossexual e Combate à Homofobia e Grupo Arco-íris de Conscientização. Na sentença, a juíza responsável pelo caso, Luciana Santos Teixeira, destacou que “não se pode deliberadamente agredir e humilhar, ignorando-se os princípios da igualdade e isonomia, com base na invocação à liberdade de expressão”.