por Redação MundoMais
Terça-feira, 07 de Janeiro de 2020
Recentemente, o ator pornô Rico Marlon causou polêmica ao dar uma declaração em que disse: “Na minha opinião, gay é quem sente atração por outro homem, e não quem tem experiências sexuais com outros homens”. Ou seja, para o artista, o ato sexual em si com outra pessoa do mesmo sexo não faz de ninguém homossexual, mas sim a atração envolvida.
A máxima faz sentido para pessoas que têm o sexo como instrumento de profissão – a exemplo de atores e atrizes pornô, e garotos e garotas de programa, que, independente da orientação sexual, atendem ambos os gêneros em seus trabalhos. Mas será que o mesmo vale para a vida?
De acordo com a sexóloga Tâmara Dias, a afirmação está correta em partes, mas ainda vai além. “Atração sexual e prazer não definem orientação sexual. Posso apenas sentir desejo, chegar à fase da excitação, ter orgasmos, mas isso será apenas momentâneo ou situacional caso não tenha afeto envolvido”, explica.
Em outras palavras, nem a atração sexual sozinha definiria alguém como gay. Segundo a especialista, a homossexualidade é definida por afeto. “Isso acontece se você é capaz de querer além do sexo, sente afeto e estima outra pessoa do mesmo sexo como companheira”, aponta.
A sexóloga ressalta que a atração sexual também está incluída no “ser ou não ser” da homossexualidade, mas que não anda sozinha. Logo, é importante lembrar que a orientação sexual está diretamente ligada à afetividade.
“Gostar de transar com pessoas do mesmo sexo e não sentir afeto é apenas uma prática sexual. É a mesma coisa de gostar de sexo anal ou oral, são práticas que dão prazer momentâneo”, diz Tâmara.
Para finalizar, Dias ainda aponta a dificuldade que as pessoas têm em entender e lidar com suas sexualidades à necessidade de seguir padrões e manter o que é tido por alguns como “normal”. “Muitas vezes deixamos de nos permitir por mitos e tabus, mas quando rompemos essa barreira acabamos por descobrir um mundo de possibilidades”, garante.