ASSINE JÁ ENTRAR

Homossexualidade e renascimento: a vida sexual de Leonardo da Vinci

A sexualidade de um dos maiores gênios da humanidade ainda é objeto de estudo de inúmeros pesquisadores ao redor do mundo.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 14 de Abril de 2020

“O maior gênio da história era filho ilegítimo, gay, vegetariano, canhoto, muito disperso e, às vezes, herético”, alegou Walter Isaacson, jornalista e autor de inúmeras biografias, entre as quais a mais recente Leonardo da Vinci. Usando 30 diários do gênio italiano como referência, com mais de 7.200 páginas, essas foram as conclusões tiradas por Isaacson.

A orientação e vida sexual de um dos maiores artistas e inventores da Renascença ainda são questões debatidas por pesquisadores. Mesmo assim, é possível observar indícios de algumas particularidades em suas relações de com dois de seus aprendizes.

Gian Giacomo Caprotti, posteriormente conhecido como Salaì, chegou ao ateliê do pintor em Milão por volta de 1490, com 10 anos. Ele foi aprendiz na oficina de Leonardo. Caprotti se tornaria seu discípulo preferido, deixando um sinal indelével em sua vida. Tanto que o gênio toscano lhe deu o nome de Salaì, em referência ao sultão Saladino, líder islâmico nas cruzadas, que era tão sanguinário quanto sedutor.

Leonardo ficou fascinado pela beleza do garoto e o retratou em diversos desenhos. Ele virou modelo de pinturas como San Giovanni Battista e alguns estudiosos até analisam como a famosa Mona Lisa pode ter sido inspirada no rosto de Salaì.

Mas em 1505, outro aprendiz junta-se ao ateliê de Leonardo. Francesco Melzi passou a ser uma espécie de “secretário particular” para o mestre e, a partir disso, os dois desenvolveram uma certa proximidade.

Ainda com essas especulações, é preciso analisar também como era o contexto de Florença, na Itália. Segundo o professor Vezzosi, ser homossexual na Florença da Renascença não era algo tão raro. “A cidade era muito mais tolerante e liberal do que outras cidades-estados italianas da época. Especialmente com os artistas. Tanto que se dizia que a homossexualidade era a ‘doença florentina’”, explica.

A expressão “florenzer” tornou-se uma gíria alemã que fazia referência a relação de pessoas do mesmo sexo.

As autoridades da cidade tentaram controlar essa “prática”, pedindo aos seus habitantes que denunciassem caso avistassem alguma possível relação homossexual. Leonardo foi vítima desse cenário — aos seus 23 anos, ele se tornou um dos maiores acusados de sodomia.

“Há alguns indícios, que vão da denúncia por sodomia em 1476 ao fato de que nunca se casou nem teve filhos, a completa ausência de relatos de suas amantes ou namoradas e seus comportamentos efeminados”, explica o professor Vezzosi. “Ao mesmo tempo, entre os escritos de Leonardo aparecem vários desenhos de órgãos genitais femininos e referências ao orgasmo da mulher. Ele devia saber do que estava falando para escrever isso com tanta precisão.”

Elizabeth Abbott, no livro, A History of Celibacy (História do Celibato, em tradução livre), analisa que a denúncia por sodomia foi um trauma na vida do artista, que passou a praticar o celibato até o fim de sua vida, embora ainda fosse homossexual.

16-04-2020 às 15:13 Loiro
Lenny, Salaí foi adotado por Da Vinci para ser seu aprendiz aos 10 anos de idade. Isso não significa que ele teve um relacionamento com o garoto ainda tão jovem. Leonardo retratou Salaí de modo sensual em seus quadros em forma adulta e características ligeiramente femininas. A acusação contra ele foi de "sodomia", termo preconceituoso usado para referir-se a relação entre homens, e não de pedofilia. Era natural naquela época os pintores adotarem jovens órfãos como aprendizes para serem seus ajudantes, esses ajudantes cuidavam do ateliê, providenciavam materiais e até executavam as etapas mais simples iniciais das pinturas.
15-04-2020 às 19:06 Lenny
Sylvia, infelizmente era natural, mas não deixa de ser sórdido. A sexualidade não está presa ao tempo, só o crime e o olhar da sociedade, mas o nome de um homem adulto que deseja crianças de dez anos é um só.
15-04-2020 às 12:47 Sylvia Design
Não há como trazer Da Vinci para 2020 (até rimou) e tentar contextualizá-lo como pedófilo. É um erro primário em história.
15-04-2020 às 11:28 Jackson
pra quê querem saber se o falecido era homossexual o importante mesmo é que ele era um grande artista e deixa obras incríveis pra gente admirar
14-04-2020 às 16:16 Lenny
Usar o card de não ter casado nem ter filhos é tão pobre. Parece pessoa não estudada. É meio natural que cientistas não se casem. Racionais, sabem que família atrapalha. O que me espantou foi a pedofilia do Da Vinci. Esse aprendiz de dez anos e sua fixação por ele é puxado...