por Redação MundoMais
Quinta-feira, 25 de Junho de 2020
Era 13 de janeiro de 2001 quando acontecia o segundo dia da terceira edição do Rock in Rio. O line-up tinha REM, Foo Fighters, Beck, Barão Vermelho. Mas foi o show de Cássia Eller que ficou eternizado na memória de muita gente.
Para o cantor Johnny Hooker e a integrante da banda As Bahias e a Cozinha Mineira, Assucena Assucena, o show de Cássia Eller no festival foi um marco LGBTQ+ na cultura pop.
"Aquela cena dela levantando a blusa e mostrando os peitos e peitando com tanta coragem um mundo que é até hoje careta, mas naquela época era mais. Naquele show ela tomou o lugar dela na primeira linha do pop nacional. Ter aquela coragem e atitude e ser celebrada daquela forma em um dos maiores festivais do mundo me marcou profundamente", disse Hooker.
A apresentação é até hoje tão memorável que ganhou uma homenagem na última edição do Rock in Rio. O show marcou também a primeira apresentação do filho, Chicão, ao lado mãe, tocando percussão.
"Eu lembro a imagem dela no Rock in Rio, levantando a sua camisa e mostrando os seios. Aquilo demonstrava um poder e uma segurança tão grande dela em mostrar quem era. Me comoveu muito e construiu um pouco do que eu sou", disse Assucena Assucena.
Cássia não era conhecida por fazer discursos sobre homofobia, mas à sua maneira teve um papel importante no avanço de questões que envolvem homossexuais no país.
A disputa pela guarda de seu filho após sua morte marcou a primeira vez na história da Justiça brasileira em que a tutela de uma criança foi entregue à companheira da mãe.