por Redação MundoMais
Quarta-feira, 01 de Julho de 2020
Léo Áquilla revelou que teve de deixar de ter convívios importantes com os filhos para evitar que eles sofressem. "Quando eles tinham sete anos eu já era a Léo Áquilla. Nunca fui buscá-los no colégio, por exemplo. No Dia dos Pais, eu não podia ir porque não queria que ninguém soubesse e os instruí a não dizer que eram meus filhos, e eles nunca disseram", disse ela, que tem um filho adotivo e um biológico.
A jornalista falou também sobre o momento em que o filho descobriu que ela era gay, e como isso a emocionou. Ele falou para mim: 'Não, porque eu te amo. Então, não importa'. "Quando meu filho mais velho tinha nove anos, ele virou para mim no carro e falou: 'Papai, posso te fazer uma pergunta? Você é viado?', e eu perguntei se ele sabia o que é ser um viado. Ele respondeu que não sabia. Falei: 'Quando você souber o que é eu te respondo'.
Um ano depois ele me perguntou se eu era gay, eu questionei se ele sabia o que era ser gay e ele me explicou direitinho. Logo, eu disse: 'Agora que você já sabe, se eu te responder que sim vai mudar alguma coisa?', e meu filho me deu a resposta que mudou a minha vida. Aquela resposta foi o que me encorajou para que eu chegasse aonde estou hoje, para eu me assumisse, porque ali eu vi que ele não ia me desamparar, não ia deixar de me amar e ia me respeitar."
A dificuldade de Léo foi além dos filhos. Ela relembra sobre o primeiro contato que teve com o tema. "No começo, achavam que era uma brincadeira de criança. No dia que fiz seis anos de idade eu falei que queria uma boneca de presente e me disseram. Foi o primeiro contato que tive com essa coisa da realidade, de não poder ser o que penso que sou. Foi nessa hora que a consciência começou a bater", relembra.
"Repeti três vezes a primeira série por não conseguir estudar por causa do bullying. Eu era muito menininha. Sofri muito durante toda essa fase." Você é um menino, não pode ter uma boneca'. Então, eu pedi um boneco."