por Redação MundoMais
Segunda-feira, 10 de Agosto de 2020
Em 2016, ano das últimas eleições municipais, o Brasil teve 377 candidatos ligados à causa LGBT concorrendo ao pleito; destes, 26 foram eleitos. De lá para cá, nomes de visibilidade como Erica Malunguinho, Erika Hilton, Fabiano Contarato, Eliseu Neto, Davi Miranda e Robeyoncé ocuparam cargos de poder de assembleias legislativas até o Congresso Nacional.
Em 2020, mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus, as eleições municipais devem registrar um recorde no número de candidatos que se declaram como gays, lésbicas, bissexuais, travestis ou transexuais; além de registrar aumento entre candidaturas de aliados.
Levantamento da ONG Aliança Nacional LGBTI+ aponta a existência de 497 candidaturas ligadas à causa LGBT até o dia 30 de julho: 456 pré-candidatos que se declaram LGBTs e mais 41 que dizem apoiar os direitos dessa população.
Os dados do relatório foram compilados por meio de autodeclaração dos próprios pré-candidatos, que preencheram um formulário no site da associação. Também foi realizado levantamento junto aos partidos.
A maioria dos candidatos são homens gays: 49%. Das outras candidaturas, 12% se declaram como lésbicas e 11% são mulheres trans. 97% são candidatos a vereador e 3% são candidatos à prefeitura.
Desse total, 69% dos candidatos não declararam raça. 14% são candidatos brancos 9% são pretos e pardos. 55% dos pré-candidatos fazem parte de uma associação do movimento e 66% fazem parte do núcleo LGBT de seu partido.
A organização continuará monitorando as pré-candidaturas até o próximo dia 26 de setembro para registrar. Até lá, este número pode aumentar ou diminuir. Neste ano, com a crise sanitária, as eleições municipais foram adiadas para 15 e 29 de novembro, respectivamente, primeiro e segundo turnos.
Para Toni Reis, diretor-presidente da ONG, o atual resultado já “demonstra a pujança do movimento LGBTI+” e é produto de conquistas dos últimos 50 anos. “Desde 1960, quando tivemos Stonewall, as primeiras paradas, consequentemente o trabalho das ONGs, das redes da comunidade. Disputar o poder faz parte e nós fomos atacados por setores da sociedade e agora estamos dispostos a dialogar. Esse número representa o fato de que as pessoas estão saindo dos armários e das páginas [de jornais] policiais para entrar na página de política, para trabalhar por políticas representativas.”
• Até o momento, existem 497 pré-candidatos assumidamente LGBTs e 41 pré-candidatos que declararam apoiar o movimento;
• Tanto as candidaturas assumidamente LGBT e aliados estão filiados a 26 dos 33 partidos existentes;
• 25% das candidaturas é de São Paulo; 11% estão no Rio de Janeiro e outros 11% estão em Minas Gerais.
• 256 pré-candidatos dizem ser como de esquerda
• 128 pré-candidatos se declararam como de centro-esquerda
• 56 pré-candidatos se declararam como de centro
• 21 pré-candidatos se declararam como de extrema-esquerda
• 15 pré-candidatos se declararam como de direita
• 11 pré-candidatos se declararam como de centro-direita
• 5 pré-candidatos se declararam como de extrema-direita.
• *Outros cinco pré-candidatos não informaram a orientação política.
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