por Redação MundoMais
Terça-feira, 18 de Agosto de 2020
Editor e apresentador do DF Record, Matheus Ribeiro, primeiro jornalista abertamente gay a apresentar o Jornal Nacional, usou seu twitter para relatar uma situação de homofobia vivida por ele e seu parceiro, , o capitão da PM Yuri Piazzarollo.
De acordo com Matheus, eles estavam abraçados em uma lanchonete, em Brasília, quando um senhor começou a comentar coisas ofensivas, como “que nojo dois viados se pegando” e “não existe mais homem de verdade.”
O apresentador conta que, apesar dos insultos, não revidou até o momento quando já estava saindo do restaurante, onde respondeu chamando o autor dos insultos e beijando o noivo no momento.
Veja o desabafo:
Cheguei há pouco numa lanchonete, junto com Yuri. Estávamos abraçados, fizemos nosso pedido e eu fui para a mesa, enquanto ele esperava no balcão.
Na mesa da frente, três tristes exemplos do que ainda há de pior nesse mundo: gente ignorante e preconceituosa.
Um senhor careca...— Matheus Ribeiro (@MRibeiroTV) August 16, 2020
Em seguida, Matheus descreveu as outras pessoas que estavam presentes."A 2ª pessoa, uma mulher loira, ria meio desconfiada, talvez temendo uma reação. Colocava a todo momento o guardanapo sobre a boca cheia de coxinha gordurosa. Olhava para mim, falava algo, mastigava mais um pouco. O terceiro sujeito, de cabelinho enrolado, estava bem de frente a mim. Parecia menos contaminado pelo teor homofóbico do papo, mas estimulava a conversa, nessa altura já percebendo que eu estava ouvindo. Foram uns 3, 4 minutos. Tempo suficiente para que minha cabeça fervesse. Nunca tinha passado por uma idiotice dessas. Mas já devia saber que era questão de tempo", escreveu.
Para concluir, Matheus revelou que foi acalmado pelo noivo, mas mesmo assim não perdeu a oportunidade de dar uma alfinetada no grupo."Levantei-me, fui até o balcão e abracei novamente o Yuri. Não cheguei até aqui para ficar de cabeça baixa. Pegamos o lanche, nos sentamos e contei a ele, que só quis me acalmar. O café estava quente e eu, fervendo. A ponto de querer tirar satisfação. Mas Yuri me convenceu a ficar quieto. Quando o trio se levantou, chamei a atenção do puxador das falas criminosas: 'Hey, senhor! Boa noite!'. Seguido, claro, de um beijo na boca do meu noivo. Fiz um registro da mesa. Minha responsabilidade jurídica me faz borrar os rostos", contou.