por Redação MundoMais
Terça-feira, 06 de Outubro de 2020
As bandeiras do orgulho transgênero (à esq), orgulho LGBT e do orgulho do Canadá são expostas em Ottawa, Ontário, no Canadá, 14 de junho de 2017.
O governo de centro-esquerda da primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, prometeu nesta segunda-feira (5) proibir a terapia de conversão sexual no país, conhecida como “cura gay”.
Este tipo de terapia consiste em realizar qualquer prática profissional que tenha como objetivo mudar a orientação sexual de uma pessoa. O “tratamento” é considerado prejudicial e gerador de estigmas às pessoas LGBTs.
Mesmo com a resolução da OMS (Organização Mundial da Saúde), que retirou a homossexualidade da lista de doenças mentais há 30 anos, essas terapias são utilizadas mundo afora e se baseiam na teoria de que ser LGBT seria uma “doença” e que seria possível alterar a orientação sexual de uma pessoa.
O tratamento, globalmente desacreditado, tem adeptos na Nova Zelândia.
Uma pesquisa recente mostrou que 1 em cada 6 entrevistados relatou ter sido submetido aos esforços de psiquiatras, psicólogos ou conselheiros para impedir que se identificassem como trans ou não-binários, disse o líder do Partido Trabalhista do país europeu, Tāmati Coffey.
“A terapia de conversão foi associada a graves problemas de saúde mental adversos, incluindo depressão, ansiedade e ideação suicida - é por isso que será proibida por um governo trabalhista reeleito”, disse Coffey em um comunicado. “É uma prática prejudicial e deslocada no país gentil, inclusivo e moderno que somos”.
O governo de Ardern, que está em uma coalizão com o Partido Verde e o primeiro partido nacionalista da Nova Zelândia, é amplamente visto como vencedor nas eleições deste ano.
Jacinda Ardern, a primeira-ministra da Nova Zelândia.
No passado, a primeira-ministra já havia defendido a proibição. Embora tenha sido criada na igreja mórmon, ela deixou a congregação por causa de sua visão conservadora sobre a comunidade LGBT e em solidariedade a amigos gays.
Assim como a Nova Zelândia, o Canadá reintroduziu um projeto de lei na semana passada para criminalizar o oferecimento deste tipo de tratamento.
O ministro federal da Justiça, David Lametti, disse que o novo projeto de lei incluirá cinco emendas ao Código Penal para incluir crimes como fazer com que um menor se submeta à terapias de conversão, fazer com que qualquer pessoa se submeta ao tratamento contra sua vontade e lucrar com a prática.