por Redação MundoMais
Terça-feira, 17 de Novembro de 2020
Erika Hilton (Psol), trans de 26 anos, é eleita vereadora em São Paulo. Com 99,9% das urnas apuradas, ela conquistou 50,5 mil votos e ficou em 6º lugar na corrida eleitoral.
Em 2018, Hilton ocupou seu primeiro cargo na política institucional e assumiu a tarefa de construir o primeiro mandato coletivo na Alesp (Assembleia Legislativa de São Paulo). Ela foi eleita como co-deputada no mandato coletivo da Bancada Ativista, representada por Mônica Seixas (Psol).
A Bancada Ativista reunia outros 8 articuladores sociais de diferentes setores e foi a décima candidatura estadual mais votada em São Paulo naquele ano, superando os 150 mil votos.
Hilton é ativista e estudante de gerontologia. Em entrevista na época, ela afirmou que a inquietação de se sentir um “corpo à margem” foi o que a levou para o ativismo e, finalmente, para a política institucional.
“Eu fui para rua muito cedo. Aos 14 anos fui expulsa de casa e estava na prostituição. Já entendia que existia uma sub-humanidade naquela que era apresentada como a única possibilidade de existir enquanto um corpo negro e transvestigênere dentro da sociedade”, contou.
Para pessoas trans, as eleições municipais de 2020 foi histórica. Esta foi a primeira vez em que candidatos transgênero puderam utilizar o nome social para concorrer ao cargo de vereadores e prefeitos no Brasil.
No dia 1º de março de 2018, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) decidiu que o termo “sexo” usado na Lei das Eleições de 1997 deveria ser lido como gênero.
Segundo levantamento do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) 171 dos 551.470 postulantes concorrem que concorrem a vagas em Câmaras municipais pediram a alteração do nome social neste ano.
Nas eleições municipais de 2016, a Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais), contabilizou cerca de 85 candidatos, em um universo de 496.895 candidaturas registradas, mas apenas oito pessoas trans se elegeram.
Em 2020, a entidade encontrou 293 candidaturas pelo Brasil, sendo 30 candidaturas coletivas e apenas 2 para prefeitura e 1 para vice-prefeitura. Destas, 262 são travestis e mulheres trans, 19 homens trans e 12 candidatos com outras identidades trans. Este número representa um saldo de 226% em relação a 2016. A entidade ainda não divulgou total de candidatos eleitos.