por Redação MundoMais
Segunda-feira, 22 de Fevereiro de 2021
Uma vacina desenvolvida contra o HIV chegou à última etapa dos testes clínicos. O imunizante desenvolvido pela farmacêutica Janssen entra agora no recrutamento de participantes para o estudo em todo o mundo, inclusive no Brasil.
A terceira etapa vai determinar se a vacina é realmente capaz de proteger contra a transmissão do vírus causador da AIDS. A eficácia para a pesquisa já havia sido testada em 2009, mas, na época, o imunizante só conseguiu evitar 30% das infecções. Agora, 11 anos depois, a expectativa é maior porque as fases anteriores do estudo mostraram que a vacina se comportou de maneira segura e foi capaz de criar anticorpos.
Ativistas receberam a notícia com esperança e expectativa. “Com certeza, estou muito esperançosa que a gente consiga controlar a epidemia de AIDS na população. Essa vacina é uma esperança a mais. Com certeza, enche meu coração de alegria pra gente conseguir diminuir os novos casos de infecção pelo HIV e AIDS. Uma boa notícia para este final de semana. E parabéns à Agência que sempre traz notícias e perspectivas para a gente continuar na luta", comemorou Jenice Pizão, integrante e uma das fundadoras, ao lado de Nair Brito, do histórico Movimento Nacional das Cidadãs Posithivas (MNCP).
“Vivemos um momento de esperança, de que acima de tudo devemos confiar e investir na ciência. Esses investimentos na ciência têm mostrado que a gente pode fazer vários enfrentamentos com várias pandemias se a gente acreditar. O Brasil precisa aumentar seus investimentos em pesquisas, principalmente na questão de vacinas, melhorar seu parque tecnológico – nós temos um parque tecnológico no Brasil imenso – para a gente poder aproveitar e sanar o problema de saúde pública brasileiro. A questão da vacina imunizatória para a AIDS, é uma esperança que a gente aguarda há quarenta anos. Ela vem em um bom momento, no momento em que a ciência vem sendo criticada por vários governos, mas é mais um motivo para demonstrar que existe esperança e existe confiança na ciência. Uma hora ela dá uma resposta. Eu vejo com bons olhos essa terceira fase, esperamos que ela seja um sucesso e um divisor de águas no enfrentamento da epidemia de AIDS. Fico com muito receio, caso essa vacina dê certo, como ela será introduzida aqui no Brasil. Torcemos, diante da política deste governo atual. Vai ser uma luta tanto da sociedade civil quanto da sociedade médica, acadêmica, caso der certo, que ela seja incorporada no Brasil", disse Rodrigo Pinheiro, Presidente do Fórum das ONG/AIDSs do Estado de São Paulo e integrante da Articulação Nacional de AIDS (ANAIDS) e do Grupo de Trabalho sobre Propriedade Intelectual (GTPI).