por Redação MundoMais
Quarta-feira, 24 de Fevereiro de 2021
A vereadora Erika Hilton (PSOL), autora do requerimento que criou a CPI que vai investigar crimes contra pessoas transexuais na capital paulista.
O plenário da Câmara Municipal de São Paulo aprovou nesta terça-feira (23) a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar casos de violência contra pessoas transexuais na capital paulista.
A aprovação ocorreu de maneira simbólica, após acordo que já havia sido costurado no Colégio de Líderes, entre os vários partidos da casa. O requerimento foi apresentado pela vereadora Erika Hilton (PSOL).
A criação da CPI foi impulsionada pela morte da transexual Lorena Muniz, de 25 anos, que faleceu após um incêndio em uma clínica onde ela passaria por um implante de silicone, no Centro de SP. A clínica não tinha aval dos bombeiros para funcionar e Lorena estava sedada no momento do incêndio, que aconteceu na na última quarta (17). Ela foi socorrida pelos bombeiros e levada ao Hospital das Clínicas, onde morreu na segunda (22) (veja mais abaixo).
No documento de requerimento da CPI, a vereadora Erika Hilton falou sobre a jovem de 25 anos que veio do Recife para colocar as próteses e acabou morrendo em SP.
"Infelizmente este [caso Lorena Muniz] não é isolado. Lorena foi mais uma vítima da violência de gênero que afeta pessoas trans e travestis e do descaso do Estado nos cuidados da saúde específica dessas pessoas. A Associação Nacional de Travestis e Transexuais (ANTRA), em nota pública realizada diante do falecimento da Lorena, ressaltou que 'há uma fila de espera de anos para o acesso aos procedimentos previstos no processo transexualizador do SUS, que enfrenta dificuldades pela falta de investimentos e pelos congelamentos dos gastos em saúde', motivo pelo qual não existem profissionais, hospitais e ambulatórios suficientes no país", disse a vereadora do PSOL.
A nova CPI da Câmara terá sete vereadores integrantes e é a terceira aprovada nesta nova legislatura, que começou em 1º de janeiro.