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Idade, gênero e suporte familiar: influências para formar a identidade sexual LGBT

Estudo do Cedeplar mostra que risco de depressão é menor entre indivíduos mais velhos e escolarizados.

por Redação MundoMais

Terça-feira, 16 de Novembro de 2021

Os sofrimentos mentais são mais prevalentes entre LGBT, em comparação com a população em geral – mulheres e pessoas mais jovens compõem o grupo de indivíduos mais propensos à depressão.

Essa foi uma das conclusões da tese de doutorado "Nós que mudamos, eles não: a importância do suporte familiar, da idade e do gênero na análise do desenvolvimento da identidade sexual e da saúde mental de lésbicas, gays e bissexuais em Minas Gerais", defendida em setembro pelo pesquisador Samuel Araujo Gomes, no Centro de Planejamento e Desenvolvimento Regional (Cedeplar) da UFMG.

A pesquisa mostrou que os mais velhos têm menos risco de depressão. “Isso pode ser explicado por fatores como a independência financeira, que se associa a maiores níveis de escolaridade e domicílio fora da casa dos pais”, comenta o autor.

Segundo Samuel Gomes, os piores resultados de saúde mental registrados entre LGBT são motivados pelo estigma e pelo preconceito a que essa população é submetida ao longo da vida. “Na transição para a vida adulta, o suporte da família é determinante nos impactos gerados por esse processo”, explica.

O estudo foi executado por meio da aplicação de uma pesquisa quantitativa com 754 lésbicas, gays e bissexuais residentes em Minas Gerais em 2019, dos quais 33 também participaram de entrevistas semiestruturadas.

Descoberta

Como constatou o autor, o processo de desenvolvimento da identidade homossexual ou bissexual é marcado geralmente por insegurança, violência, sensação de rejeição, inadequação e receio de decepcionar as famílias. “Muitos dos entrevistados se concentraram nos estudos para fugir dessa realidade, e também para que pudessem demonstrar, mais tarde, que poderiam ser bem-sucedidos, mesmo sendo LGBT”, detalha Samuel Gomes.

Para a maioria dos participantes, a descoberta se deu na adolescência e no início da juventude. “Os homens vivem essa experiência mais precocemente, e as mulheres têm intervalos menores entre se sentir diferente e comunicar à sua identidade sexual”, relata o pesquisador. A forma como acontecem as primeiras experiências afetivo-sexuais também é diferente entre homens e mulheres. “Normalmente, ocorre de forma fortuita e ocasional entre os homens. Com elas, as experiências acontecem normalmente em ambientes mais íntimos e com amigas”, compara.

Para a comunidade LGBT que vive no interior do Estado, a indisponibilidade de locais de socialização e a maior vigilância social reduzem as possibilidades de compreensão da sexualidade. A religião também interfere diretamente nesse processo. “Entre os que cresceram em lares cristãos, há um relato de cobrança, reprovação e controle do comportamento ‘desviante’, o que gera medo e angústia, e afeta concretamente a saúde mental”, explica o Samuel Gomes.

Ajuda psicológica

A experiência de muitos dos entrevistados foi permeada pela busca por ajuda psicológica. Entre os que foram atendidos, alguns se queixaram de que as demandas especificamente ligadas à sexualidade eram negligenciadas. “Em geral, o acompanhamento psicológico tem sido essencial para a compressão da sexualidade e o desenvolvimento de ferramentas para lidar com o preconceito”, argumenta o autor.

A questão financeira é uma das principais barreiras para acessar esse tipo de atendimento. “O serviço não está disponível no sistema público para todas as pessoas nem é autorizado por todos os planos de saúde”, afirma Samuel Gomes.

O trabalho demonstra que os efeitos da conquista de direitos por LGBT ainda são restritos aos adultos e identifica gargalos e desafios. “É preciso investir na capacitação dos profissionais de saúde, para que o desenvolvimento da identidade sexual seja levado em consideração no atendimento. Além disso, é premente repensar estratégias de ampliação dos serviços de prevenção, promoção e recuperação da saúde mental da população LGBT”, sugere Samuel Gomes.

Tese: “Nós que mudamos, eles não”: A importância do suporte familiar, da idade e do gênero na análise do desenvolvimento da identidade sexual e da saúde mental de lésbicas, gays e bissexuais em Minas Gerais
Autor: Samuel Araujo Gomes da Silva
Orientadora: Paula Miranda-Ribeiro
Defendida em 15 de setembro de 2021, no Programa de Pós-graduação em Demografia da Faculdade de Ciências Econômicas da UFMG (Face).

17-11-2021 às 12:31 Lilua
Ohhh eu quero a receita amada. Eu acredito. Sou pela família tradicional
17-11-2021 às 11:46 Carlinhos
Eu já fui gay. Hoje tô curado. Beijos amadas
17-11-2021 às 08:03 Lipe
A grande questão é a figura do PAI. Na maioria das vezes, o pai não quer um filho gay. O pai sempre deseja um garanhão, um comedor de mulheres. Isso mexe demais com a cabeça do adolescente. Qual a saída? Romper com o pai? Ou tentar sufocar a sexualidade? Em ambos os casos, os traumas serão grandes…
16-11-2021 às 20:44 Crente Conservador Bolsonarista
Sempre se fazendo de e vitimas. Assuma sua sexualidade. Use calcinha se desejar. O Brasil apoia a mudança de sexo. Mas nao se faça de vítima porque eu não gosto de gente fraca.
16-11-2021 às 17:29 BOY
Ser gay não é fácil, não é fácil primeiro porque você é homem e é cancelado pelo próprio meio LGBT por não fazer o perfil caricata , o gay afeminado. Vendo o gay masculino como um objeto para fins sexuais. E nada mais. Gay afeminado tem pantinho de mulher, fofoca pra caralho, é pró feminista, vivem em função de tentar desconstruir a masculinidade do homem. Cortei amizades com mulheres porque elas são toxicas e me trazia mal estar , aborrecimentos. Muito perigosas. Cortei amizades com afeminados por me verem como objeto sexual e me fazerem de assunto entre eles. Os caras héteros são mais gente boa, me respeitam. Sabem da minha sexualidade , mas não querem saber, apenas me respeitam. Lógico que tem os idiotas homofóbicos de plantão, mas esses a pessoa anula, cancela de forma justa. Mas enfim, é isso.